Ta aí um jogo que me chamou muita atenção no início, mas na minha hora experimentando ele tive uma experiência bem desagradável de gameplay, mas creio que seja apenas questão de acostumar mesmo, vou dar outra chance futuramente.
É bem fácil não ver a hora passar, porque é o jogo do "só mais uma jogadinha, agora vai".Comecei a jogar hoje meia noite. Quando dei conta era 4:30 da manhã!!!! Isso pq a mulher avisou.
Tive feelings de Majoras Mask na jogatina.
Só pra dizer que comecei a jogar ontem e o jogo é foda mesmo. Quase chorei quando fui pro espaço a primeira vez. De certa forma senti estar jogando Interestelar. FODA.
Quem joga videogame há bastante tempo provavelmente vai se identificar com isso que eu vou dizer agora: às vezes, você não tem aquela sensação de que os jogos são todos meio iguais? Não estou falando de temática, nem câmera, muito menos jogabilidade, mas sim em sua estrutura básica. Começamos com um personagem sem muitas habilidades, precisamos ir até um local marcado no mapa para prosseguir; chegando lá, uma notificação nos diz o que precisamos fazer; completamos tal ação, ganhamos alguns pontos de experiência e, talvez, algum novo equipamento. Ou em um jogo de corrida: vá até o final da corrida, desbloqueie algumas recompensas, ganhe um carro melhor, vá até um novo ícone no mapa e comece a próxima corrida. Esse tipo de mecânica é bastante comum porque nós, jogadores, precisamos ter uma linha bem clara de progressão, para sentirmos que estamos avançando, para não ficarmos caminhando em círculos sem sair do lugar. E é por isso que jogos que não deixam essa linha tão clara se destacam.
Outer Wilds tem, aí, uma de suas principais características. A sua progressão não está atrelada a números nem a barras de progresso, mas sim à sua própria vontade de aprender sobre ele. Basicamente, é um jogo tão bom quanto a sua curiosidade: quanto mais você for curioso para jogar e entender os seus mistérios, melhor ele fica. Não somos recompensados em nenhum momento com elementos que seriam comuns a outros jogos: como um explorador espacial, nossa roupa não vai ter mais oxigênio ou combustível, nossa nave não vai ganhar acessórios ou ficar mais rápida, nossa barra de vida não vai aumentar, porque não é isso que está em jogo. Até em conquistas, Outer Wilds é diferente: dá pra terminar o jogo sem desbloquear umazinha sequer! Todas elas são adquiridas executando algumas tarefas bem específicas, mas nenhuma delas é necessária para terminar o jogo. Porque ele tem uma mensagem muito importante pra nos passar: explore esse universo porque você quer conhecer mais sobre ele, e não porque você quer preencher uma checklist. O único progresso em Outer Wilds envolve o nosso conhecimento e entendimento desse universo. Inclusive, uma coisa legal: dá pra terminar Outer Wilds desde o início do jogo. Quando acordamos, já possuímos todas as ferramentas e meios necessários para ir até o desfecho. Porém, nos falta uma chavinha, o conhecimento, que é o que abre as portas para entendermos o que está acontecendo. Ou seja, dá pra terminar o jogo muito rápido, mas sem entender como os seus sistemas funcionam, é altamente improvável que alguém consiga. E, aqui, vou deixar um pequeno spoiler que, se você acompanhou o jogo em algum momento, provavelmente já viu: a cada 22 minutos, o Sol vira uma supernova e destrói tudo. A única coisa que se mantém de uma jogada para a outra, de novo, é o nosso conhecimento.
Sim, é sobre explorar o universo, mas é um universo pequeno, conciso. Não é preciso ter centenas de planetas ou satélites, pouco mais de 10 já são o suficiente, porque cada um é único, possui características próprias, tem seus ciclos e interferem inclusive em outros planetas e satélites deste universo. Porque outra coisa que Outer Wilds quer nos dizer é: o mundo existe independente da gente! Tudo o que acontece nesse universo independe da nossa existência, cada coisa tem o seu propósito. E descobrir esse propósito é o que nos move a tirar nossa nave do chão para desbravar o desconhecido, encontrando perigos e mistérios pelo caminho. Tava falando com o @Schwarzz sobre esse jogo, e uma coisa que ele comentou é muito real: Outer Wilds é um dos únicos jogos que entende e consegue passar a sensação de medo do espaço, desse desconhecido infinito. Cada planeta é muito diferente do outro, possui seu próprio terreno e particularidades, é afetado à medida que o tempo passa e faz parte de algo maior. Por que tudo o que acontece nesse universo está acontecendo?
Falei lá em cima que uma das principais características de Outer Wilds era a sua progressão diferenciada. Então, seguindo, a outra característica de destaque, ao meu ver, é o quando. Em diversas oportunidades, mais importante do que onde estar, é quando estar. Ir em um planeta no momento certo. Como comentei, os planetas são afetados e vão mudando ao longo do tempo, abrindo novas áreas para explorarmos ou até fechando completamente a sua passagem. E, além de termos na cabeça a vontade de explorar essas áreas, ainda precisamos fazer isso de uma maneira eficiente, afinal, o universo explode a cada 22 minutos. Às vezes, ser eficiente é ser rápido, chegar onde é preciso antes que algo aconteça; em outras, é ser devagar e apreciar o caminho, é chegar onde precisamos e ficar ali, aguardando uma oportunidade, porque a existência desse universo independe da nossa. As coisas não acontecem quando queremos, mas quando o jogo quer que aconteçam, e precisamos ter o entendimento necessário para que as coisas possam andar. E quando elas acontecem, é uma surpresa boa.
Ser surpreendido é uma constante em Outer Wilds. Pode ser através dos acontecimentos que ele nos mostra, em belíssimas paisagens; nos relatos dos Nomais que encontramos espalhados por diversos locais; na apresentação de fatos que mudam completamente o nosso entendimento sobre o jogo, seus sistemas, nossas ferramentas. É por isso que recomendam jogar Outer Wilds no escuro, sem ler ou ver muito sobre ele, porque perder esses pequenos momentos é deixar de ser maravilhado por algo que estava na nossa frente o tempo todo, só que ainda não enxergávamos direito. É como ir ver um filme ou jogar um jogo sabendo o seu final, talvez a gente até se divirta no processo, mas o tamanho da emoção não se compara ao de uma experiência pura. Até por isso, o jogo não possui uma estrutura narrativa convencional de início, meio e fim. O ponto de partida e o de destino são os mesmos, mas como vamos chegar até eles, depende da forma como vamos explorar. Eu fiquei um pouco perdido no começo, porque fui para a área final relativamente cedo no jogo, depois de 1h a 2h, seguindo um sinal de um astronauta perdido. Como cheguei lá antes de conhecer mais sobre o jogo e seus mistérios, morri algumas vezes, até perceber que não era ali que eu deveria estar naquele momento. Não era onde, mas quando: eu não deveria estar nesse lugar naquele momento da minha jornada. Eu descobri uma das peças finais de um quebra-cabeça antes de sequer saber qual seria o quadro final. Por isso, voltei e passei a explorar outros lugares, até que as coisas começaram a se juntar.
Por fim, a última característica de Outer Wilds, talvez a mais importante, é como ele é um tapa na cara para muitos de nossos dilemas do dia a dia, uma alegoria de situações cotidianas. Assim como em Outer Wilds, o conhecimento é a nossa maior recompensa, é algo que, depois que conquistamos, jamais nos será tomado. Também como em Outer Wilds, as coisas não acontecem somente porque nós queremos, mas como consequência de todo um conjunto de acontecimentos, alguns deles sob nosso controle, outros não. E ainda como em Outer Wilds, vamos falhar inúmeras, incontáveis vezes, seja por não termos o conhecimento suficiente, seja por estarmos no lugar errado, na hora errada.
Mas, no fim das contas, está tudo bem. É mais sobre a jornada do que sobre o destino. Sobre o agora do que sobre o amanhã. Nem sempre vamos conseguir abraçar e salvar o universo, embora muitas vezes a gente tente fazer isso, gerando uma carga emocional muito pesada.
Outer Wilds é um jogo que mexeu bastante comigo, aquele jogo certo na hora certa. Estamos vivendo um momento bem complicado e poder estar imerso em um mundo assim me deixou distraído e vidrado por algumas semanas. É um jogo que trouxe de novo aquele senso de descoberta que fazia algum tempo que não via em videogames, de ser algo diferente de tudo o que já jogamos, de precisarmos reaprender a jogar, porque nossas convenções aprendidas com anos e anos de jogatina não valem de nada aqui. Não é um jogo tradicional, e não deve ser encarado como tal.
É um jogo que recomendo a todos, pelo menos, experimentarem. Não é fácil no sentido de que o início pode parecer um pouco intimidador e complicado, porque sem uma narrativa linear, as coisas acontecem fora de ordem, e é um pulo pra ficarmos perdidos e desmotivados de continuar, sem saber para onde ir. Nessas horas, buscar algum tipo de ajuda pode ser ideal, mas somente para o seu problema atual, jamais indo além do necessário. Porque Outer Wilds é um jogo que recompensa muito quem chega até o final.
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Outer Wilds está disponível no catálogo do Xbox Game Pass de console. Se você não é assinante, mas por um acaso assistiu a apresentação da E3 2018 da Microsoft pelo Mixer, dá uma olhada na sua lista de jogos prontos para instalar, porque a empresa simplesmente deu essa maravilha para um número limitado de pessoas que assistiram a conferência pelo aplicativo.
Faz parte do que o jogo quer passar, ele não nos recompensa com nada além de conhecimento e satisfação por descobrir coisas novas.E só desbloqueei 2 conquistas rsrs.
Fico feliz que esteja curtindo, é um jogo bem especial.Só pra dizer que comecei a jogar ontem e o jogo é foda mesmo. Quase chorei quando fui pro espaço a primeira vez. De certa forma senti estar jogando Interestelar. FODA.
Valeu pela dica @ronabs.
É bem único mesmo. Já gastei mais umas 2 horinhas aí sem perceber hahahaFaz parte do que o jogo quer passar, ele não nos recompensa com nada além de conhecimento e satisfação por descobrir coisas novas.
Fico feliz que esteja curtindo, é um jogo bem especial.
?
Mudou até o avatar.Terminei o jogo ontem. O final é bem filosófico, estou pensando na vida desde então hahaha
Recomendo bastante pra quem curte exploração espacial e histórias bem elaboradas e amarradas. Entrou no lugar especial no meu coração que eu reservo pra alguns poucos jogos que me fazem refletir.
Sensacional, sem mais.
Se tornou um ser humano melhor, aprende Gow!Terminei o jogo ontem. O final é bem filosófico, estou pensando na vida desde então hahaha
Recomendo bastante pra quem curte exploração espacial e histórias bem elaboradas e amarradas. Entrou no lugar especial no meu coração que eu reservo pra alguns poucos jogos que me fazem refletir.
Sensacional, sem mais.
Olha cara, vale a pena. Eu comecei a jogar porque tinha ficado puto com Rocket League. Desinstalei e fui procurar outra coisaSe tornou um ser humano melhor, aprende Gow!
Falando sério, preciso jogar isso. Instalei mas se quer abri ainda. Preciso ser forte e abandonar o PES (logo agora que estou melhorando meu estilo de jogo e evoluindo no ranking). Mas estou precisando de algo mais profundo, tô com necessidade disso.
Pior que as vezes é meio confuso mesmo. Será que não é só uma questão de se adaptar?Depois de ver os comentarios aqui, achei a ideia legal, baixei e comecei a jogar, tava gostando, mundo interessante, ate que tive que... me movimentar em gravidade Baixa/0. Nao consigo, me deixa meio tonto e nao consigo controllar direito, tanto com a nave quanto sem ela. Abandonei o 'Take us to the moon' pelo mesmo motivo.
Talvez tente 'jogar' pelo youtube depois
Quase um ano depois da criação do tópico, apareceu na base de dados do Steam uma coisinha interessante: um DLC chamado Echoes of the Eye. Tomara que tenhamos mais informações em breve, voltaria com muita alegria a jogar esse jogo tão maravilhoso.