Meu Review Pessoal de Cyberpunk:
O game foi jogado no
Xbox Series X. Após Atualização 1.05.
Vamos falar sobre um jogo polêmico, que era muito esperado, expectativa muito alta, produzido por mais de 5 anos e de uma empresa que fez um dos melhores games da geração anterior (The Witcher).
Cyberpunk é um game com temática futurista, com uma proposta muito parecida a filmes estilo Blade Runner, Alita, e Ghost in Shell.
Acho muito importante falar sobre a temática, pois quem curte esse lance futurista acho que vai curtir mais o game, pois ele te leva a um ambiente bastante parecido com esses filmes que citei.
É como uma pessoa que não curte filme de terror por exemplo. Não adianta insistir em ver pois nunca vai ter o mesmo impacto que uma pessoa que gosta.
Dito esse conceito inicial vamos lá:
Fechei o game com 28 horas, fazendo basicamente a história principal e algumas secundárias mais para arrecadar grana. Fiz o final da Panam.
Utilizei o Nômade nesta primeira jogatina.
Meu estilo foi mais na ação, com algumas partes furtivas e poucos hacks.
Gráfico:
Achei a iluminação fantástica, com aqueles efeitos de você ver diretamente na luz e ter o reflexo na visão em praticamente tudo. Muito bem feito.
Já os reflexos no cenário achei apenas ok. Visto que o console é capaz de muito melhor ficou em um nível mediano.
Sobre a modelagem achei que os personagens principais poderiam ser melhor trabalhados, tanto texturas como modelagem; e os personagens secundários e npcs achei no geral a modelagem deles fraca.
Faltou claramente polimento nesta parte. Até porque é um game onde a conversa é trabalhada 50 por cento do tempo e ainda é em primeira pessoa, onde dá para ver mais detalhes.
O mundo tem muitos npcs, talvez fosse melhor diminuir um pouco abrir mão um pouco dessa quantidade (só um pouquinho...) e investir em mais qualidade.
Além disto, os carros e motos também não chamam atenção graficamente.
Alguns são bem simples realmente. Os cenários ficam no meio termo, algumas partes bem trabalhadas e outras deixam a desejar.
Apesar deste problemas de resolução e textura, por ser um game de mundo aberto o primeiro impacto inicial de Night City é muito positivo, como falei anteriormente muitos npcs, tráfego de carros, prédios te fazem realmente pensar estar na cidade.
Jogabilidade:
A parte de tiro em si no chão achei muito boa, com diferentes sensação nas armas e boa jogabilidade.
Já as partes de tiro no carro não curti, lembra games de tiro automatizados, mira na esquerda tá acertando o inimigo na direita, parece que foi feito mais para ser cinematográfico.
Durante a luta corpo a corpo achei mais equilibrada, mais caprichada. Apesar de usar bem pouco.
Os hacks e aberturas de portas são práticos, nada de outro mundo, mas acrescenta no conjunto final do game.
Já a parte de controlar os carros tanto em primeira quanto terceira pessoa está satisfatória.
Mas as motos achei horrível, a física da moto é muito ruim.
Um problema que achei nesta parte dos carros, é que o mapa indicando onde ir na parte de cima do HUD é feito com o zoom muito alto.
Ai quando está em alta velocidade a curva fica muito em cima para perceber o destino e acaba atrapalhando um pouco.
Um ponto positivo no game é a liberdade real mesmo de você fazer a missão do jeito que gosta.
Seja na ação, furtivo ou hackeando para facilitar o acesso, esta parte funciona perfeitamente.
Já a IA é complicada, pelo menos nesta primeira jogada, algumas vezes parecia que os inimigos eram espertos e realmente vinham pra cima.
Outras parecia aqueles games onde os inimigos faziam fila para levar tiro. Bem desequilibrado.
Vejo a IA do primeiro Halo no nível Very Hard ainda como uma das melhores até hoje em tiro de primeira pessoa.
Desafio e Conteúdo:
Para quem gosta de conteúdo o game é um prato cheio.
Muitas customizações, tanto para o personagem em si, quanto para as armas.
Dá para perder bastante tempo só nesta parte.
Bastante conteúdo em relação as missões secundárias também. Dando uma vida útil bem alta para o jogo.
Já o desafio......Ai o ponto mais fraco do jogo para mim. Achei muito fácil.
Até morre algumas vezes, mas fica mais na parte de decorar o que vai acontecer do que na habilidade real do jogador mesmo (Sekiro manda lembranças)
Não importa o tanto que você vai investir neste amplo sistema de customização e melhorias, o game não oferece uma dificuldade para o jogador que tenha a obrigação de perder tempo ai para melhorar seu personagem.
Em nenhum momento você trava em algum lugar por falta de alguma melhoria.
Acaba que fica um sistema complexo e divertido pra quem gosta, mas inútil no avanço do game. Os chefes achei pouco inspirados também.
Dica de arma: Viuveiro.
História:
Seguindo o exemplo do The Witcher, é um game com muita história pra contar. E bota história nisso.
Muitos diálogos, alguns personagens marcantes, mas senti que alguns personagens poderiam ser melhor aproveitados.
Especialmente nos chefes, faltou ali uma produção e apresentação melhor deles. Tudo acontece meio rápido.
Johnny Silverhand é uma figura e o romance com a Panam é bem bacana.
A localização recebe a medalha de honra ao mérito. As falas, trejeitos e gírias foram perfeitamente bem realizadas no game.
Sobre a história principal teve altos e baixos, terminando num nível ok.
Poderia ser melhor o final, vamos ver se esses dlcs vão completar alguns pontos cegos que ficaram faltando.
Bugs:
Bem vindo ao Cyberpunk
Estava jogando e percebendo que a comunidade estava p# da vida com o jogo e já estava preparado para o pior.
Estava salvando o game de 30 em 30 minutos e em slot diferente.
Até que começei a jogar e pelo menos comigo tinha acontecido alguns simples.
Bug na legenda travada.
Como o npc entrando no elevador com a porta fechada.
Tossia sangue e não saia nada.
O meu personagem sistematicamente ficando nu após alguma cena.
Coisas deste tipo.
Até as 22 horas de jogo tudo ok. Quando infelizmente começaram a acontecer coisas do tipo vá até o personagem e chegava lá personagem tinha sumido e tinha que resetar o save.
Mas o que mais me fez raiva foi com 24 horas durante uma defesa de área com os caipiras onde tem que enfrentar vários inimigos.
Enfrentava alguns, e sempre ficava um ou dois inimigos presos dentro de um container.
Nada resolvia. Tiro, granada. Só se suicidando para voltar no check point. Isso aconteceu umas 4 vezes pelo menos. Perdi no mínimo umas duas horas ai fora a paciência.
Considerações finais:
E então? Com tantos problemas no game, ainda vale a pena? Valeu o investimento e tempo perdido?
É uma resposta que PESSOALMENTE, vai de acordo com o que falei de início.
Eu sempre curti esses filmes e lances futuristas. Mesmo com um game com problemas técnicos bem evidentes, acho que o importante num jogo assim é te levar à um mundo e te envolver com ele.
SIMPLESMENTE TE DIVERTIR.
E em alguns momentos o game te leva à isso.
Parece que realmente está dialogando com o outro personagem. Ficar esperando o próximo passo a ser dado.
Te leva a pensar se o futuro será assim. Se o caminho da humanidade é esse.
O mundo Cyberpunk está lá.
O lado ruim da coisa é a expectativa. A CD Project RED pode e deve entregar mais. Mas ficou tudo muito inacabado.
É tipo você parar para ver seu time de coração enfrentando um adversário muito fraco e ficar no 0 a 0.
Será que os desenvolvedores esqueceram como se faz? Faltou competência? Acho que não.
Em um mercado que cada ano que passa se torna maior e mais importante financeiramente para as empresas do ramo, algumas decisões tem que ser pensadas para o consumidor e não para os acionistas.
O resultado todo mundo sabe. Desvalorização no mercado e imagem queimada.
Uma pena.
Acho que este game bem trabalhado de repente sendo lançado só pros novos consoles e daqui uns 2 anos seria um MARCO para os games.
Mas ficou um game normal. Nada revolucionário.
Nota 8,5