Eurogamer - "O Xbox Game Pass é bom demais pra ser verdade?"

ronabs

opa
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Novembro 8, 2010
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Comecei a fazer um apanhado geral desse texto para o resumo, mas ficou gigante.
Aí, achei melhor trazer pra cá também, pra mais pessoas verem.


O XBOX GAME PASS É BOM DEMAIS PRA SER VERDADE?

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Em um artigo opinativo, a Eurogamer fez um apanhado geral sobre o Xbox Game Pass e os serviços de assinatura. Apesar de ainda podermos comprar jogos da maneria tradicional, seja físico (menos Series S), seja digital, é evidente que as grandes empresas estão de olho no mercado de assinaturas, oferecendo serviços pagos que oferecem diversos jogos todos os meses. O Google tem o Stadia Pro (lol), a Amazon pretende formalizar o Luna (e ainda tem o Prime Gaming), Apple Arcade, EA Play, Ubisoft+, PlayStation Now e, claro, acima de todos esses, o Xbox Game Pass. Acima porque é o que tem mais volume de assinantes (18 milhões em janeiro de 2021) e o que mais se destaca por diferentes fatores, desde colocar jogos first party da Microsoft no lançamento no catálogo, seja por estar disponível em outras plataformas (PC e mobile), seja porque 18 milhões de assinantes em uma base de usuários mensais por volta de 100 milhões é bastante coisa pra um serviço de pouco mais de três anos. E um dos motivos que explica é que o Xbox Game Pass é, liretalmente, uma barganha: $15 mensais (Ultimate) pra ter todo o catálogo do Xbox Game Pass no console, PC e mobile, mais Xbox Live Gold (com os jogos do Games with Gold), mais os jogos do EA Play. E, naturalmente quando isso acontece, muita gente fica com a pulga atrás da orelha: se algo é tão bom, onde que tá o pulo do gato aí? Muitos questionamentos atuais ficam em volta da questão do custo de manter tudo isso, com o presidente e CEO do PlayStation comentando que "nós não vamos colocar nossos novos jogos em um serviço de assinatura, estes jogos custam muitos milhões de dólares, alguns até acima de $100 milhões para desenvolver. Nós não vemos isso como algo sustentável". Desse ponto de vista, é algo que faz sentido: se a gente botar um preço médio de $7 pra cada assinante (deve ser menos), seriam $126 milhões/mês - algo suficiente pra pagar um grande jogo AAA de orçamento generoso, as receitas de assinaturas cobririam todo o desenvolvimento dele em um único mês, mas o Game Pass Ultimate oferece hoje mais de 400 jogos, supondo que esse AAA grande estaria entre eles, onde estaria o dinheiro pra pagar esse mês dos outros 399?

Parando para analisar, o Xbox Game Pass é, sim, sustentável, desde que a gente olhe pra ele como o que ele pretende ser, e não o que é agora. O que vemos agora, nos consoles, PCs e mobile é bem diferente da forma potencial que veremos no futuro. Um dos indícios disso é que o serviço ainda está em fase de aquisição de usuários, segundo o Zhugezinho, é algo que toda plataforma por assinatura passa e é por isso que ainda vemos muitas promoções de um mês por $1 ou até três meses por $1: em muitos desses casos de serviços, é mais difícil convencer a pessoa a começar a assinar do que manter ela assinando depois. Para ele, "você tem os jogos, tem a biblioteca, e os ecossistemas digitais estão tendo um papel muito maior hoje na retenção do usuário nesses ecossistemas. Então, uma vez que elas tenham essa biblioteca, é improvável que elas deixem de assinar, então elas vão se manter assinando por muitos anos, para que possam manter essa biblioteca e poder acessa-la da maneira que quiserem". E focar em aquisição de usuários pode ser resumido em uma palavra: escala. Escala é a palavra-chave para o Xbox não só nesta geração, mas para o futuro, e um grande benefício do Xbox Game Pass é que, à medida que o serviço amadurece e ganha assinantes - logo, também receita -, os custos não crescem na mesma proporção.

Ou seja, em algum momento, a curva vai virar, os gráficos vão se desencontrar e aí o volume gerado com receitas cresce como um foguetinho. Principalmente porque os custos são muito claros para a Microsoft, não existem surpresas: ela precisa de conteúdo e ela faz o orçamento já sabendo mais ou menos quanto vai precisar para que esse conteúdo esteja lá disponível. Falei antes ali dos valores: se todos os 18 milhões de assinantes pagarem os $10 mensais, já são $180 milhões por mês, ou $2,15 bilhões no ano, e em algum momento, esse tipo de coisa vai acontecer, pois promoções de serviços geralmente tendem a ficar mais restritas com o passar dos anos. A questão é menos sobre se o Game Pass é rentável hoje, e sim sobre o volume de receitas que ele pode trazer comparado com o que já traz hoje. Toda a receita de games da Microsoft subiu 2% ano passado, algo em torno de $9,6 bilhões no total. Para o Daniel Ahmad (Zhugezin), "para o serviço ser rentável da mesma forma que a atual estratégia de games é, seria preciso mais ou menos 50 milhões de assinantes". E aqui, um ponto importante é o papel que PCs e mobile terão nessa conta, já que o mercado de consoles tem se mantido mais ou menos igual no número de usuários na última década. Ou seja, pra crescer, o Xbox vai ter que crescer além dos consoles Xbox. A estratégia da Microsoft é clara: ir além do console. Ir atrás daqueles 3 bilhões de pessoas que jogam games hoje em dia, e que o Xbox alcança apenas em torno de 100 milhões atualmente.

O head de marketing do Xbox, Ben Decker, comenta que "estamos construindo o futuro com isso em mente". A Sarah Bond (VP corporativa do ecossistema de games XBox) também vai na mesma linha: "não falamos só de consoles, falamos de todo o ecossistema, tudo o que estamos construindo. [...] Nos próximos sete a 10 anos, 5G vai ser onipresente no mundo todo", reforçando a aposta da Microsoft no mercado mobile e os esforços para criar boas parcerias na Ásia, por exemplo, se aproximando de operadoras locais. Segundo o Zhuge, o Xbox é muito mais rentável no console e eles querem manter essa base de usuários, e o Xbox Game Pass no PC e mobile é a cereja do bolo - uma cereja que vai ser bem maior daqui a alguns anos. Até é comentado que a ideia pode ser ter uma assinatura única (Ultimate), embora planos específicos de plataformas possam ser considerados no futuro, pra que o cara do mobile não precise pagar por algo que não usa, por exemplo, mas sempre com um preço condizente com o mercado e que deixe o Ultimate mais atraente, levando muito mais por um pouco a mais de mensalidade.

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Aí, vem o outro lado, o do conteúdo. Muita gente tem receios de que, assim como acontece com o Netflix (que analisa como o conteúdo é consumido e até em quanto tempo, pra definir o que vai ser renovado ou não), isso possa impactar a maneira como os jogos são feitos no futuro, priorizando aqueles que sejam atrativos para manter assinantes ativos, por exemplo. Até o momento, a resposta dos estúdios, especialmente internos, tem sido muito positiva, com Tim Schafer comentando que o Game Pass permite a eles se encaixarem melhor no mercado, dando mais espaço para Psychonauts 2 e permitindo que os estúdios sejam ainda mais criativos, sem ficarem amarrados nos riscos do desenvolvimento de jogos, arriscando mais em ideias diferentes. Feargus Urquhart comenta como o Game Pass permite experimentar novas ideias, e Brian Fargo até afirma que, com uma base de assinantes ativa, a vida do jogo pode ficar maior, recebendo novos conteúdos ao longo do tempo, já que a galera está lá mesmo.

O mercado independente também se beneficia muito, já que em vários casos, a Microsoft cobre integralmente os custos de desenvolvimento (caso de She Dreams Elsewhere), às vezes, até sem exigir nada em troca, como exclusividade. Sobre o pagamento, ele é bem diverso e feito caso a caso: tem jogos que são inteiramente financiados, tem outros que recebem uma ajuda de custo antecipada, outros ainda uma licença ou algum bônus dependendo do desempenho, e o velho e simples "paga X que coloco lá". É importante ressaltar que esses acordos são feitos com os desenvolvedores e, em casos específicos, como contratos que oferecem bônus conforme desempenho, isso é solicitado pelos próprios estúdios. Muitas vezes, o simples pagamento de uma taxa fixa é suficiente para as publishers colocarem seus jogos no catálogo. A diferença entre o Game Pass e outros serviços de assinatura de entretenimento é que o usuário pode se envolver com o conteúdo de maneiras diferentes e novas. Decker comenta que "comparado a outros serviços, os jogadores podem voltar a ter contato com o conteúdo de forma diferente toda fez. Isso inclui jogar em outra dificuldade ou explorar o jogo com um novo DLC. Ao contrário de filmes e séries, você pode mudar a experiência para ser até mais cativante do que a primeira vez - isso também cria muitas oportunidades de monetização pós-venda para os desenvolvedores".

O segredo é que isso cria uma rede de conexões que impacta diretamente toda a cadeia: a desenvolvedora não ganha o dinheiro só colocando o jogo lá, mas ganha indiretamente com propaganda, galera jogando e compartilhando, ampliando o conhecimento da galera sobre o jogo - são vários os exemplos de jogos que viram sua base de usuários explodir em outras plataformas por conta do Xbox Game Pass, da visibilidade que conquistaram colocando seu jogo no catálogo. A Sega Europa comentou recentemente estar bastante satisfeita com os resultados de seus jogos no catálogo, como Two Point Hospital, que foi catapultado para mais de 3 milhões de jogadores. A publisher No More Robots (Hypnospace Outlaw, Descenders e Yes, Your Grace) pegou o dinheiro do último acordo que fez com o Xbox Game Pass e está financiando três jogos: eles pretendem publicar quatro este ano, três deles completamente financiados pela Microsoft. Mike Rose, da No More Robots, fala que esse efeito cíclico "nos tirou de 'vamos fazer o que estamos fazendo' para 'podemos financiar jogos maiores agora'". Ele finaliza dizendo que o Xbox Game Pass pode até favorecer jogos multiplayer ou que tenham fator replay infinito, mas afirma que além disso, é preciso conteúdo novo com regularidade, e aí, não dá pra depender somente desse tipo de jogo - tanto que a Microsoft está investindo pesado em grandes produções single player AAA, uma crítica que rondou a plataforma por quase uma década. Uma publisher comenta que, quando a Steam passou a oferecer reembolsos, muita gente comentou que os desenvolvedores passariam a trabalhar bem mais nas duas primeiras horas iniciais (o limite pra poder pedir o refund), mas isso não aconteceu, já que o volume de perdas é bem baixo, algo entre 2% a 7%, em um período de três anos após o lançamento. Então, essas preocupações aparecem e são válidas, na teoria, mas a prática mostra que a maneira como os jogos são feitos não muda tanto assim.

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A resposta das publishers em relação ao Game Pass tem sido sempre muito positiva, quase unanimidade. A Microsoft está confiante em como o Xbox Game Pass pode ajudar desenvolvedores a encontrarem novos públicos, e o processo de curadoria de títulos é fundamental para o serviço seguir crescendo. Como a questão de valor recebido é muito comentada, pode parecer que botar mais e mais títulos, fornecendo isso como argumento é positivo, certo? Mas não é o caso, com Bond explicando que eles perceberam bem cedo que é melhor ter um catálogo menor, mas com curadoria e que tenha um certo nível de qualidade, do que jogar lá milhares de jogos e deixar o consumidor perdido. Para Decker, os jogadores é que solicitaram isso: focar mais em qualidade do que quantidade, garantindo uma biblioteca que seja atualizada com frequência para que sempre tenha algo novo pra jogar. Mas outras questões surgem em alguns desenvolvedores, como a Larian Studios (Divinity, Baldur's Gate 3), que tem receio de que um grande volume de jogos no mesmo serviço e uma análise puramente baseada em dados pode fazer com que jogos menores sejam esquecidos, em detrimento daqueles maiores e com mais nome. Mas tudo ainda é uma situação hipotética, já que atualmente, todos estão se beneficiando. Para todas as publishers, inclusive, o Game Pass ainda não é fundamental, mas uma parte do mix de vendas, mais uma vitrine pra expor e comercializar seus jogos. No fim das contas, é tudo uma questão de evoluir junto com o mercado, trazendo novos pontos de contato para os usuários escolherem onde e como querem jogar.
 

PerijonesBR

Guerreiro
Abril 1, 2017
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Já tinha lido o artigo lá na Eurogamer. Pra mim ele mostra como o Gamepass está incomodando e gerando disrupção na indústria. Acho o modelo sustentável sim, senāo a MS já teria tirado o pé do acelerador no programa ( mesmo que ele ainda não dê lucro).
Minha única preocupação é se este modelo não pode reduzir o número de jogos de grande orçamento (AAA), devido a necessidade constante de novos lançamentos e controle estrito do equilíbrio financeiro do negócio. Outra coisa que imagino é uma ênfase no jogos com serviço (Gaas), para incentivar a fidelidade nas assinaturas. Mas é cedo para dizer.
Um ponto do artigo que eu nunca havia pensado era que caso o GP seja um sucesso absoluto e se torne um padrão na indústria os desenvolvedores passariam a depender do donos dos serviços para ter audiência para os seus jogos, principalmente no caso dos índies. Penso que o GP é na verdade positivo para os pequenos desenvolvedores, mas este é um ponto que também temos que acompanhar de perto ao longo dos próximos anos.
 
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Rafaelkar

Guerreiro
Outubro 6, 2015
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É um tema fascinante e eu não nunca perco a oportunidade de ler sobre e aprender mais.

O Gamepass não só é viável como o serviço de assinatura, mas o modelo tende a ser bastante comum na indústria daqui pra frente. Outras publishers, por mais que não coloquem seus jogos de lançamento ali, com toda certeza trabalharão para ter um bom catálogo e dar essa opção para seus clientes, como é o caso da EA Play, Now etc. Veremos muito sobre essas assinaturas ainda. Só que, como disse, esses serviços não são o "core" do negócio das suas respectivas empresas, a Gamepass é, e por isso é de longe o maior e mais ousados dos serviços.

E por ser maior e mais ousado, também possui um custo bem mais elevado, principalmente por conta dos grandes lançamentos Day One que são prometidos, e por isso o serviço precisa de um escopo maior que todos os demais. Talvez a principal barreira hoje seja a questão da base: serviços como a GP exigem uma base de assinantes tremendamente grande, muito mais do que os consoles Xbox e sua barreira financeira podem oferecer. É aí que entra o PC, e principalmente o Streaming: a Xbox precisa convencer muita gente, inclusive pessoas que mal sabem o que é videogame, a comprar a ideia. É sobre trabalhar para que seja possível que o cara que tem uma TV ou um Android jogue os mesmos games do cara que comprou o Series X, por exemplo, e tenha uma experiência tão boa quanto. O foco da Microsoft no momento torna-se não em quem já tem a Xbox, está no ecossistema há muito tempo etc, mas quem não está. É a expansão do mercado que a difere principalmente da Nintendo e Playstation, que parecem estar satisfeitas com o modelo de negócios atual e o público que têm (até o momento).

É definitivamente um desafio, mas a Microsoft está pronta pra comprar a briga, e isso se reflete nas sinalizações que deu ao comprar estúdios para compor a Gamepass e provocar pessoas a olharem para a marca. Nunca se falou tanto sobre Xbox, nunca o Xbox esteve tanto na mídia.
 

Saci

Heimdall dos Pampas
Moderador
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É aí que entra o PC, e principalmente o Streaming: a Xbox precisa convencer muita gente, inclusive pessoas que mal sabem o que é videogame, a comprar a ideia. É sobre trabalhar para que seja possível que o cara que tem uma TV ou um Android jogue os mesmos games do cara que comprou o Series X, por exemplo, e tenha uma experiência tão boa quanto.

Uma coisa que "me preocupa" no esquema das TVs é o controle.
Você colocar um app de filmes ali e a pessoa usar o controle remoto da tv é uma coisa, mas quando precisa ter um outro periférico, que não vai ser só ligar e pronto, tem a configuração, tem que saber se a TV é compatível...
Creio que o GP nos sistemas das smartv's, pelo Xcloud, deve ter um começo bem lento.


Quanto à sustentabilidade do GP no momento: muita gente lembra das várias assinaturas de 1 US$/R$, mas não vejo muita gente lembrando do volume de dinheiro que muitos deram em antecipado à MS para garantir anos de Game Pass. Certamente esses números ajudaram muito a estimular a empresa a investir no serviço.
 

xJohnKennedy

Guerreiro
Dezembro 31, 2015
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Mas outras questões surgem em alguns desenvolvedores, como a Larian Studios (Divinity, Baldur's Gate 3), que tem receio de que um grande volume de jogos no mesmo serviço e uma análise puramente baseada em dados pode fazer com que jogos menores sejam esquecidos, em detrimento daqueles maiores e com mais nome.
Mas é ele está totalmente errado nessa afirmação aí: se o um jogo tem mais nome que o outro fatalmente serei mais propenso à gastar o dinheiro nele e esquecer o menor lá, mesmo que mais barato, simplesmente pelo fato de que não sei o que esperar daquele jogo, então o medo de jogar dinheiro fora irá falar mais alto. E é justamente essa barreira que o gamepass quebra ao colocar dois jogos de tamanho diferentes em "pé de igualdade" sendo necessário apenas escolher o "deseja instalar neste dispositivo".
Mas relendo essa frase novamente, percebi que ele possa estar se referindo à Microsoft, especificamente na hora de escolher os jogos que entrem para o serviço (" uma análise puramente baseada em dados "), mas essa preocupação só será relevante após o jogo estar no serviço e convenhamos HOJE JÁ É UMA ANÁLISE PURAMENTE BASEADO EM DADOS, e é no dado chamado dinheiro.
 
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Saci

Heimdall dos Pampas
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Mas relendo essa frase novamente, percebi que ele possa estar se referindo à Microsoft, especificamente na hora de escolher os jogos que entrem para o serviço (" uma análise puramente baseada em dados "), mas essa preocupação só será relevante após o jogo estar no serviço e convenhamos HOJE JÁ É UMA ANÁLISE PURAMENTE BASEADO EM DADOS, e é no dado chamado dinheiro.

Na verdade eu percebo uma curadoria humana bem eficaz no Game Pass na seleção dos jogos. Não dá pra usar dados para direcionar a escolha do catálogo quando você está buscando indies promissores pra chegar Day One no Game Pass (não é que "não dá", mas não é a mesma eficiência de alguém do ramo analisando artisticamente a obra e entendendo que o jogo tem grande potencial). Essas empresas de tecnologia trabalham muito com ciência de dados e isso por si só preocupa esse dev, porém ele fala de risco hipotético, e não de algo ruim que ele esteja vendo. "Data driven" é uma expressão muito popular no momento, então tem fundamento levantar a questão. Na prática, contudo, não se viu isso e nem indícios de que acontecerá.

O mercado "de prateleiras", o tradicional da mídia física era/é bem opressor para os pequenos. Complicado lutar por um espaço na prateleira da loja com os CoD, Elder Scrolls da vida. As lojas digitais abriram muitas possibilidades para que jogos de nicho atinjam um público cada vez maior, às vezes obtendo sucesso sem investimentos significativos de marketing. Fazendo um exercício de pensamento, adotando uma postura mais cética para não se deixar levar pela ingenuidade, um desenvolvedor poderia pensar no potencial dos programas de assinatura se tornarem a nova "prateleira", aquele lugar que os pequenos tem que se matar para entrar senão estão fora do mercado. Por isso é importante o mercado continuar diversificado, e por isso o Spencer não quer "exclusivos de Game Pass", ele quer que você possa comprar todos os jogos que estão ali.
 
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MainFrame93

Velhato
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Dezembro 12, 2013
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Uma coisa que "me preocupa" no esquema das TVs é o controle.
Você colocar um app de filmes ali e a pessoa usar o controle remoto da tv é uma coisa, mas quando precisa ter um outro periférico, que não vai ser só ligar e pronto, tem a configuração, tem que saber se a TV é compatível...
Creio que o GP nos sistemas das smartv's, pelo Xcloud, deve ter um começo bem lento.


Quanto à sustentabilidade do GP no momento: muita gente lembra das várias assinaturas de 1 US$/R$, mas não vejo muita gente lembrando do volume de dinheiro que muitos deram em antecipado à MS para garantir anos de Game Pass. Certamente esses números ajudaram muito a estimular a empresa a investir no serviço.
Comprei uma TV samsung em 2013 que veio com um joystick junto na época que lançou o gamefly para alavancar, a Microsoft pode também incluir controles nessas TV's como forma de alavancar o serviço
 
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xJohnKennedy

Guerreiro
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Fazendo um exercício de pensamento, adotando uma postura mais cética para não se deixar levar pela ingenuidade, um desenvolvedor poderia pensar no potencial dos programas de assinatura se tornarem a nova "prateleira", aquele lugar que os pequenos tem que se matar para entrar senão estão fora do mercado.
Mas o GamePass tu paga a entrada na loja e pega todos os jogos da "prateleira" que quiser e ao contrário de ter um mesmo jogo com 300 caixinhas ocupando local de outros pequenos você tem apenas uma de cada. É quase uma "prateleira" socialista. kkkkk
 

Edu Barros

#TeamFPS
Fevereiro 16, 2008
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Uma coisa que "me preocupa" no esquema das TVs é o controle.
Você colocar um app de filmes ali e a pessoa usar o controle remoto da tv é uma coisa, mas quando precisa ter um outro periférico, que não vai ser só ligar e pronto, tem a configuração, tem que saber se a TV é compatível...
Creio que o GP nos sistemas das smartv's, pelo Xcloud, deve ter um começo bem lento.
Para as TVs, o Amazon Luna tem uma abordagem bem interessante. O sistema funciona com qualquer Fire TV Stick a partir da 2ª geração e o controle se conecta diretamente à internet, sem intermediários, reduzindo bastante a latência. O custo de entrada é mais alto, mas funciona em qualquer TV com uma entrada HDMI. Eu achei uma solução bem legal.
 

Saci

Heimdall dos Pampas
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Para as TVs, o Amazon Luna tem uma abordagem bem interessante. O sistema funciona com qualquer Fire TV Stick a partir da 2ª geração e o controle se conecta diretamente à internet, sem intermediários, reduzindo bastante a latência. O custo de entrada é mais alto, mas funciona em qualquer TV com uma entrada HDMI. Eu achei uma solução bem legal.

Podia ser tipo aquele adaptador wireless, só que bombado, entrando na HDMI ao invés de entrar na USB.
 
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Edu Barros

#TeamFPS
Fevereiro 16, 2008
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Podia ser tipo aquele adaptador wireless, só que bombado, entrando na HDMI ao invés de entrar na USB.
Um "kit xCloud" de adaptador HDMI + controle, tipo como a MS fez com o adaptador USB para PC. Resolveria o problema da dependência das fabricantes de TV e inclusive iria funcionar em qualquer dispositivo com entrada HDMI, como monitores e até carros! Duvido muito que já não estejam considerando essa opção.
 

Rafaelkar

Guerreiro
Outubro 6, 2015
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Uma coisa que "me preocupa" no esquema das TVs é o controle.
Você colocar um app de filmes ali e a pessoa usar o controle remoto da tv é uma coisa, mas quando precisa ter um outro periférico, que não vai ser só ligar e pronto, tem a configuração, tem que saber se a TV é compatível...
Creio que o GP nos sistemas das smartv's, pelo Xcloud, deve ter um começo bem lento.
Sim, e isso provavelmente vai se restrigintir apenas às TVs mais modernas, com um Bluetooth de baixa latência etc. De fato é um problema para TVs mais antigas.

Acho que nesse caso de TV entra principalmente o "Edinburgh", o dondle que possivelmente a Microsoft pensa para as TVs.
 

Saci

Heimdall dos Pampas
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Abril 11, 2007
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Sim, e isso provavelmente vai se restrigintir apenas às TVs mais modernas, com um Bluetooth de baixa latência etc. De fato é um problema para TVs mais antigas.

Acho que nesse caso de TV entra principalmente o "Edinburgh", o dondle que possivelmente a Microsoft pensa para as TVs.

Pois é, como tava dizendo o @Edu Barros , vender o acessório pode ser interessante. Por mais que colocar o app ali na "loja" da Smartv seja a opção que mais chame a atenção, não adianta nada chamar a a atenção e a pessoa não conseguir usar. Ninguém vai sair atrás de hardware porque achou o app interessante, vai sair atrás de hardware porque descobriu sobre isso de outra forma e interessou.

Uma vantagem do dongle seria por exemplo conectar vários controles, e conseguir conectá-los com menor latência.

Agora, se TV's mais modernas (2021+) puderem oferecer o Xcloud de forma que a pessoa só precise de um controle, acho que pode ser bom oferecer isso TAMBÉM. Isso aumenta os locais disponíveis para um assinante Ultimate, que vai gostar da ideia de chegar em um local com boa internet e só precisar levar seu controle caso tenha uma TV dessas.
 
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MicaoX

Fly me to the moon
Setembro 22, 2015
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Irlandinha
Gente, 5G já é quase uma realidade, isso vai mudar o mundo do mesmo jeito que a Internet mudou há aprox. 30 anos atrás...
E pq estou falando disso aqui???
A Microsoft obviamente já está pensando nisso, e o grande filão do Gamepass não seremos nós (jogadores fidelizados à marca), mas sim o público mobile... Jogue onde quiser, qualquer jogo do nosso catálogo (do Gamepass).
Eles estão olhando para o MACRO!!!
A discussão aqui está no MICRO... Estão pensando somente em quem joga videogame...
Parem para pensar quantas pessoas não jogam vídeo game por falta de condições e/ou outra coisa, mas agora pensem quantas dessas pessoas tem um celular... E pagar 15 dólares para poder jogar a hora que quiser, onde quiser é outra realidade...
Hoje pensamos que 18 milhões de usuários do Gamepass pode não sustentar o serviço a longo prazo, mas pensando em um mundo conectado com 5G, 100 milhões de usuários é algo muito pequeno de se imaginar...

Pensem no MACRO... O mundo está mudando mais rápido que estamos acostumados, a realidade daqui a há 5 anos será outra (e falo tudo isso pq em 2013 eu ri na cara de diretores da Capcom quando me falaram que em 2 anos midia digital seria somente 30% do mercado, minha ignorância me ensinou a ver o mundo de forma diferente).
 

Saci

Heimdall dos Pampas
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Abril 11, 2007
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Gente, 5G já é quase uma realidade, isso vai mudar o mundo do mesmo jeito que a Internet mudou há aprox. 30 anos atrás...
E pq estou falando disso aqui???
A Microsoft obviamente já está pensando nisso, e o grande filão do Gamepass não seremos nós (jogadores fidelizados à marca), mas sim o público mobile... Jogue onde quiser, qualquer jogo do nosso catálogo (do Gamepass).
Eles estão olhando para o MACRO!!!
A discussão aqui está no MICRO... Estão pensando somente em quem joga videogame...
Parem para pensar quantas pessoas não jogam vídeo game por falta de condições e/ou outra coisa, mas agora pensem quantas dessas pessoas tem um celular... E pagar 15 dólares para poder jogar a hora que quiser, onde quiser é outra realidade...
Hoje pensamos que 18 milhões de usuários do Gamepass pode não sustentar o serviço a longo prazo, mas pensando em um mundo conectado com 5G, 100 milhões de usuários é algo muito pequeno de se imaginar...

Pensem no MACRO... O mundo está mudando mais rápido que estamos acostumados, a realidade daqui a há 5 anos será outra (e falo tudo isso pq em 2013 eu ri na cara de diretores da Capcom quando me falaram que em 2 anos midia digital seria somente 30% do mercado, minha ignorância me ensinou a ver o mundo de forma diferente).

Eu vejo da seguinte forma: o jogo VAI funcionar no celular. O problema é a interface.
Jogar Gears PoP, ou Candy Crush na tela do celular é fácil. Mas essa interface touch dos controles de console, tem que ver até onde isso vai emplacar.
Eu diria que isso é CRUCIAL. Se as pessoas não conseguirem uma experiência recompensadora nesses jogos grandes usando o próprio celular, esqueçam esse boom na base de usuários.
Não que eu não acredite, acho que dá, sim. Mas ainda não é uma certeza, infelizmente. Já pra quem está habituado com os jogos, tem controles e tal, a maravilha está garantida nos próximos anos.
 

MicaoX

Fly me to the moon
Setembro 22, 2015
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Já pra quem está habituado com os jogos, tem controles e tal, a maravilha está garantida nos próximos anos.
Pense pra frente. Se hj em dia já temos boas respostas para esse problema (testei esses dias o razer Nishi e é fenomenal), quem dirá se daqui 5 anos (ou mais) se a moda pegar, já não venha um controle embutido no celular?

Óbvio, pensando assim "de primeira" causa espanto, mas nos acostumariamos... Lembro que em 2007 era absurdo pensar que o "padrão" seriam celulares com tela de mais de 5" (a moda era celular cada vez menor).

A tecnologia se adapta à necessidade, ou a gente se adapta à tecnologia...

Sim, estamos apenas especulando, mas depois de tudo que vi e pude viver, eu duvido muito que as maiores empresas de tecnologia do planeta (Microsoft, Amazon, Google, Apple) estariam investindo tanto em uma tecnologia (jogos em nuvem, ou sob demanda) se isso não fosse realmente "a próxima geração de verdade", é muito dinheiro envolvido para apenas "um projeto de verão".

Enfim... Veremos, e torço muito que o modelo do Gamepass prospere e continue acessível com jogos de excelente qualidade!
 
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Edu Barros

#TeamFPS
Fevereiro 16, 2008
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Ribeirão Preto
Pense pra frente. Se hj em dia já temos boas respostas para esse problema (testei esses dias o razer Nishi e é fenomenal), quem dirá se daqui 5 anos (ou mais) se a moda pegar, já não venha um controle embutido no celular?

Óbvio, pensando assim "de primeira" causa espanto, mas nos acostumariamos... Lembro que em 2007 era absurdo pensar que o "padrão" seriam celulares com tela de mais de 5" (a moda era celular cada vez menor).

A tecnologia se adapta à necessidade, ou a gente se adapta à tecnologia...

Sim, estamos apenas especulando, mas depois de tudo que vi e pude viver, eu duvido muito que as maiores empresas de tecnologia do planeta (Microsoft, Amazon, Google, Apple) estariam investindo tanto em uma tecnologia (jogos em nuvem, ou sob demanda) se isso não fosse realmente "a próxima geração de verdade", é muito dinheiro envolvido para apenas "um projeto de verão".

Enfim... Veremos, e torço muito que o modelo do Gamepass prospere e continue acessível com jogos de excelente qualidade!
Eu acho que existe um problema nessa análise: jogador mobile "padrão" é completamente diferente de jogador de console. Uma grande prova disso é que até mesmo o Apple Arcade está passando por dificuldades, o número de assinantes explodiu nos primeiros meses, mas depois disso só vem caindo. Não estou dizendo que o xCloud não será um sucesso seguindo a mesma linha, mas acho que a análise não é tão simples assim.
 
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xJohnKennedy

Guerreiro
Dezembro 31, 2015
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Um "kit xCloud" de adaptador HDMI + controle, tipo como a MS fez com o adaptador USB para PC. Resolveria o problema da dependência das fabricantes de TV e inclusive iria funcionar em qualquer dispositivo com entrada HDMI, como monitores e até carros! Duvido muito que já não estejam considerando essa opção.
Eu já vejo isso aí morrendo se nesse kit não tiver algo que já substitua um Firestick e ainda venha com um controle pra jogar.
 

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