Giant Bomb Nite Two - entrevista Phil Spencer

ronabs

opa
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Novembro 8, 2010
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Acompanhar a E3 é esperar pelas conferências e, depois que elas passam, começar a dar atenção aos desdobramentos e entrevistas que começam a aparecer. Algumas delas realmente valem a pena parar pra ver com calma, e uma delas, senão a mais pelo quinto ano consecutivo é a conversa entre Jeff Gertsmann, do Giant Bomb, e Phil Spencer. Geralmente, são conversas bem abertas e francas, perguntas muito boas que exigem uma resposta rápida e que Spencer quase sempre tira do chapéu.

Os destaques abaixo são só alguns dos pontos principais que apareceram na entrevista, mas recomendo que quem manje um pouco de inglês não só leia o resumo mas veja ou deixe o player rolando e só ouça.



  • O cross-play é algo que não beneficia somente um console, mas toda a indústria. Quando uma pessoa vai na loja comprar uma caixa verde e seu amigo vai comprar uma caixa azul, permitir que eles possam jogar sem barreiras engrandece a posição dessas empresas como pilares de uma comunidade unida onde ambos podem ter sucesso e ninguém precisa, necessariamente, "perder". Este ponto é tão importante que estamos vendo, cada vez mais, grandes blockbusters AAA dizendo que irão permitir a jogatina entre plataformas diferentes, inclusive a maior franquia de FPS do mercado que é Call of Duty no novo Modern Warfare;
  • O próximo console, Scarlett, está sendo criado para ser o número 1. Spencer disse que não sabe as especificações do PS5, mas que ele é competitivo como qualquer outra pessoa, ele quer 'vencer' como qualquer outra pessoa, e o Scarlett está sendo pensado para entregar a melhor experiência;
  • Em algumas áreas, as empresas vão competir e isso é saudável, mas nem sempre elas precisam ser adversárias, às vezes elas podem trabalhar juntas por um bem comum pra indústria, como a parceria com a Sony para o Azure;
  • Na pergunta mais interessante de todas, Jeff pergunta se alguém que compre Halo Infinite no Xbox One poderá jogar o mesmo jogo sem precisar comprar no Scarlett. Spencer responde que não tem essa resposta no momento, mas que, olhando para tudo o que a Microsoft já faz hoje com a retrocompatibilidade, alguns até com upgrades para 4K, é de se pensar que a Microsoft vá seguir o mesmo caminho. A resposta não foi conclusiva e não foi por acaso: falar abertamente que "sim" jogaria um problema para outras publishers, que se veriam na posição anticonsumidor de lançar jogos cross-gen e vender duas vezes a mesma coisa pra quem quisesse jogar em dois consoles;
  • As viagens recentes (e constantes) para o Japão tem aberto muitas novas portas para os jogos nipônicos, e um deles foi Phantasy Star Online 2, um jogo relativamente "velho" (2010) mas que ainda faz bastante sucesso. Para Spencer, a franquia PSO estabeleceu muitas coisas que são comuns em diversos jogos multiplayer hoje em dia, mas muita gente nunca jogou e nem conhece PSO, então, trazer PSO2 ao console é uma oportunidade de mostrar um pouco dessa história;
  • Spencer gostaria de ter visto publishers como Activision e Sony na E3 porque, para ele, o evento não é tão bom quando elas não estão presentes. Isso porque a presença dessas empresas é importante para a indústria como um todo, a E3 é uma celebração dos videogames, e não uma competição, é o momento do ano onde nós, que gostamos de videogame, somos ouvidos por mais pessoas, saímos da nossa bolha (que apesar de bilionária, não atinge tanta gente assim) e vamos parar nos noticiários, na boca do público geral - só ver a quantidade de memes que a presença do Keanu Reeves gerou. É um momento onde as empresas, todas elas, podem mostrar juntas a força da indústria;
  • Ainda não existe uma configuração final do Scarlett porque a Microsoft está analisando como o mercado se comporta, como as tecnologias vão se adaptar ao uso do consumidor, não tem como fechar um projeto com tanta antecedência. Eles têm, porém, uma certa ideia do que eles querem e até onde podem ir. E eles não escolheram ainda o nome final, não chegaram nesta fase;
  • Mesmo com o xCloud surgindo, ele assegurou que é uma experiência voltada a outro público que hoje talvez nem consuma videogames, e que a melhor experiência, por muitos anos, ainda estará em nossas casas através de um console físico, com poder de processamento local, sem latência entre comando/ação, confirmando algo meio óbvio mas que o Scarlett não será o último console da Microsoft;
  • Uma coisa que o Jeff comentou, e que eu até já tinha escrito antes no rascunho do "Resumo da Semana Xbox #49" (caramba, já tá no 49!) que vai ao ar (tomara!) amanhã, é como praticamente todas as coisas que o Phil Spencer falava lá atrás, em 2014, 2015, 2016, estão começando a tomar forma, a montar um quadro completo. E é isso mesmo que acontece, muita gente pode ter perdido a paciência com o Spencer ao longo dos anos por ver ele falando, falando, falando e não vendo nada muito concreto e palpável, mas hoje, é inegável que tudo o que ele falou fazia sentido e está sendo executado;
  • O avanço da tecnologia vai permitir que o Scarlett explore bem não somente o poder gráfico baseado na GPU, mas também ganhos em outras áreas como as CPUs e SSDs, que irão possibilitar saltos que a gente nem imagina hoje em dia. Um exemplo dessa mudança é que, com o Scorpio, a Microsoft acreditava que entregar o 4K/60fps era algo que significava alguma coisa, mas hoje e para o futuro, talvez não sejam essas as prioridades e outros aspectos passem a ser tão importantes quanto.
 
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Saci

Heimdall dos Pampas
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Na pergunta mais interessante de todas, Jeff pergunta se alguém que compre Halo Infinite no Xbox One poderá jogar o mesmo jogo sem precisar comprar no Scarlett. Spencer responde que não tem essa resposta no momento, mas que, olhando para tudo o que a Microsoft já faz hoje com a retrocompatibilidade, alguns até com upgrades para 4K, é de se pensar que a Microsoft vá seguir o mesmo caminho. A resposta não foi conclusiva e não foi por acaso: falar abertamente que "sim" jogaria um problema para outras publishers, que se veriam na posição anticonsumidor de lançar jogos cross-gen e vender duas vezes a mesma coisa pra quem quisesse jogar em dois consoles;

Acho que ele foi prudente.
Eu não creio que vá ser diferente nos lançamentos da MS. Deve ser um jogo só e upgrades automáticos.
Mas vamos pensar no Forza Horizon 2, que saiu para 360 e Xbox One, ou no Splinter Cell Double Agent (acho que foi esse), que saiu para o Xbox original e para o 360; havia diferenças consideráveis entre os títulos, não apenas uma aparência.
Como eu disse, nessa transição para o Scarlett, os títulos da MS eu creio que serão "iguais", mas se uma desenvolvedora não 1st party resolver criar duas experiências distintas? Não acho que Sony e MS vão proibir isso de acontecer. Mas também não estou levando fé que alguém vai tentar isso. Acho mais fácil alguém tentar lançar uma versão só para a nova geração do que fazer duas. Antes era meio obrigatório fazer duas pra não abdicar da base instalada maior, mas dessa vez, desde que não aumente muito a demanda de processamento do jogo, dá pra fazer um jogo que rode nas duas gerações, assim como sempre se fez no PC.

Teve um painel ontem muito bacana do Major Nelson numa roda de conversa com os chefes da Double Fine, Obsidian e Ninja Theory, além do Matt Booty que é o chefe deles agora. O Faergus da Obsidian disse que uma vez perguntou para o cara do Blizzard, quando estourou o World of Warcraft, qual era o segredo do sucesso da empresa; e o cara disse que era ter atenção às especificações médias dos usuários de PC, de forma que o jogo fosse acessível para a maior parte dos jogadores. Importante se dar conta que para o pessoal que produz os jogos, é muito mais importante que o jogo deles seja jogado por muitas pessoas do que receber elogios sobre qualidade técnica e no fim pouca gente conseguir experimentar. E o que ele disse bate com muito mais declarações que tenho ouvido nos últimos anos. Por isso imagino que o uso do poderio nos novos consoles será uma coisa que a gente vai ver evoluir mais e mais na medida que a base instalada deles aumentar.
 
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