É verdade.
Mas a mentalidade corporativa hoje é de produção horizontal e não aquela verticalização de grandes cadeias. Quero dizer terceirização mesmo, estrutura enxuta, outsourcing... Em muitos casos funciona bem, mas não sei se essa prática deu muito certo no mundo dos games, pelo menos não sem nenhuma centralização.
Phil Spencer antes de gamer é executivo. Lida com orçamentos limitados, pressões externas, índices de eficiência etc... E essa foi a política de trabalhar com parcerias e exclusividades temporárias foi o norte da Microsoft até agora nessa geração, e acho que é o que o Spencer acreditava. Na cabeça do Spencer, Crytek e empresas em crise seriam uma "compra de problemas". Aliás, acho até que isso é uma diretriz geral da Microsoft. Qual foi a empresa que a Microsoft comprou que estava mal das pernas e ela pagou barato vendo potencial? Creio que nenhuma. Mojang, Mixer, LinkedIn... Todas ou eram de grande sucesso (como o LinkedIn) ou ameaçavam seu império e eram de grande sucesso (como o GiftHub recentemente).
Só que essa prática tem dois problemas cruciais: primeiro que você preza pela eficiência de ter uma empresa focada em trabalhar no seu projeto, você paga mais caro porque, teoricamente, se ausenta dos problemas e só entra com o dinheiro e as normas contratuais. Nem imagino o caminhão de dinheiro que devem ter dado à Square Enix para Rise of Tomb Raider. Segundo que você não tem o mesmo controle que teria se estivesse na sua casa. O direcionamento da produção é regido por regras contratuais e não por ordens superiores, você não pode mudar o projeto ao seu bel prazer. E contratos são duros, lidam com desenvolvedores, muitos com visão artística da coisa... Então há sempre o risco Ś̶̼̟̩͓̳̼̲̺͙͔͔̼̫̼̺̫̫͚͕͕͇͋͊͆͗̑͛͌́̈́́͗̂̂̕͜͝͝͝ͅc̷̢̨̹̳͈̮̳̝̝͖̘̣͔̝̝͒͋̿̍͂̿̈́͛a̷͔̜̬̰͖͓͔̦͉̖̗̠̱̦͚̒͗̊̊̐̃̐́́̋͐̿̓͑̀̑̆͒͝ͅl̵̨̙̝̱͔̞͖͓̼͎̘͉̯͇̫̭̓̒̿ę̶̢̛̛̩̦̬͇͕͚̠̬̫̪̻̼̪͉̼̱̤͛̃̔̊̂͐̓̽̈̿̅̀͒̀̓́̕̕̕͘͜͜͜͝͠b̴̧̲̘̘̟̠̺͖̟̽̓́̚͘o̷̢̠̻̱͌̓̂͋̇̓̑̋̿̒͑͌͌̈́̀̈́͋̚̚͠͝͠͝u̸̧̻͈̠͕̳͖̤͙̠͈̪̰͈̺̯̼̠͈͆̽́͌̉́͊͛̚͜͜ṅ̵̨̛̝̹̪̤͎̥͎̱̼͇̝̭̙͝ͅḓ̷̢̢̳͖̖̠̣̲̖̣̖̱̜͍̮̙͍͇̤̊͐̆̈́̀̿̏̆̓̐̚͘͝.
Isso pode ou não ter mudado e isso pode ou não ser apresentado esse ano com Matt Booty. Sinceramente, apesar de parecer um fordismo anacrônico na era das cadeias de produção internacionais, gosto da ideia de algum grau de centralização. Pelo menos para manter o arroz com feijão, segurar IPs e evitar outros Ś̶̼̟̩͓̳̼̲̺͙͔͔̼̫̼̺̫̫͚͕͕͇͋͊͆͗̑͛͌́̈́́͗̂̂̕͜͝͝͝ͅc̷̢̨̹̳͈̮̳̝̝͖̘̣͔̝̝͒͋̿̍͂̿̈́͛a̷͔̜̬̰͖͓͔̦͉̖̗̠̱̦͚̒͗̊̊̐̃̐́́̋͐̿̓͑̀̑̆͒͝ͅl̵̨̙̝̱͔̞͖͓̼͎̘͉̯͇̫̭̓̒̿ę̶̢̛̛̩̦̬͇͕͚̠̬̫̪̻̼̪͉̼̱̤͛̃̔̊̂͐̓̽̈̿̅̀͒̀̓́̕̕̕͘͜͜͜͝͠b̴̧̲̘̘̟̠̺͖̟̽̓́̚͘o̷̢̠̻̱͌̓̂͋̇̓̑̋̿̒͑͌͌̈́̀̈́͋̚̚͠͝͠͝u̸̧̻͈̠͕̳͖̤͙̠͈̪̰͈̺̯̼̠͈͆̽́͌̉́͊͛̚͜͜ṅ̵̨̛̝̹̪̤͎̥͎̱̼͇̝̭̙͝ͅḓ̷̢̢̳͖̖̠̣̲̖̣̖̱̜͍̮̙͍͇̤̊͐̆̈́̀̿̏̆̓̐̚͘͝. A Sony e principalmente a Nintendo são bons modelos de negócio baseados em centralização dos seus estúdios.
Realmente a mentalidade da MS nos últimos anos mudou muito, uma prova foi a distribuição gratuita do Windows 10, ela esta focando em serviços e descentralizando grandes focos, na internet muita gente andou criticando a visão da MS para o
Xbox, mas no final é algo que falando em lucros deu certo, infelizmente a concorrência se aproveitou desse e de outros deslizes (como o anuncio do One) para focar justamente no caminho oposto (tanto em marketing, quanto investimento), mas isso é outra historia.
Infelizmente ainda vivemos em um mercado muito preso as raízes, jogos (no caso de consoles, PC é outras coisa completamente diferente) sofrem o mesmo mal que alguns outros setores de entretenimento, vou usar como exemplo quadrinhos, o mercado digital de quadrinhos meio que é engessado, a versão digital de uma HQ as vezes nao pode sair as junto com a impressa e nem pensar mais barato, mas a culpa não é necessariamente das editoras, existe todo um mercado de Comic Shops que vem lutando fortemente contra mudanças e inovações na forma de distribuição (e o publico de quadrinhos tbm é muito contra mudanças em tudo!), eu entendo todos os lados, das editoras, das lojas e de quem compra, realmente é algo complicado de se mexer.
O mercado de jogos é bem engessado tbm, inovações com distribuição são atacadas (mesmo que em pequenas escalas) e sempre existe o apego do consumidor ao produto físico (se não posso tocar, então não existe), esse foco em serviços é algo muito bom, realmente muito bom para o consumidor, mas sempre vai ser visto com olhar desconfiado por uma parcela dos consumidores. Acho que a mudança foi muito brusca e talvez uma mescla de manter parte como antigamente e parte nova teria sido uma estrategia melhor por parte da MS.
A divisão
Xbox precisa manter a imagem de uma produtora de jogos, pequenos, médios e grandes, não pode focar só em uma estrategia e deixar outras em espera caso não de certo, eu sei que no mundo corporativo qualquer decisão, investimento e ou mudança vem acompanhado de um caminhão de chefes, burocracias e todo o lance que atrapalha, eu sei que provavelmente o Phill Spencer estava com a corda no pescoço pra resolver problemas do gestor anterior e ao mesmo tempo melhorar lucros da divisão, não da pra saber o tamanho da bomba que o cara pegou, mas no final acho que ele fez um bom trabalho, o
Xbox One hoje é bem diferente (e pra melhor) do que quando foi anunciado e lançado, agora eles só precisam pegar a bola e marcar o Gol, pode nao ser nessa geração, mas tem que começar agora.
Sei que não sou chefe de nada, nem responsável, nao sei como andam as coisas dentro da divisão
Xbox, mas pra mim, comprar estúdios e investir em jogos (tanto Single, quanto mult) é o caminho, e olha que mesmo assim o consumidor (hardcore) ainda vai ficar criticando, babando o ovo da concorrência e desmerecendo o trabalho, melhorar a imagem do
Xbox para esse publico, é algo que vai requerer tempo e cuidado.