[myPSt] Uma carta aberta para DICE, EA e outros desenvolvedores: tenho 19 anos e sou viciado em jogo

Morts

Guerreiro
Agosto 21, 2009
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Cotia
GALERA É O SEGUINTE.
Chupinhei isso do Mypst e por achar o assunto interessante vim postar aqui.
Antes de mais nada dou todos os creditos ao Usuário BordaDePizza, que traduziu o texto todo.

is-screen-addiction-real_large.jpg

(imagem ilustrativa)


Post original Reddit (fonte)

Tradução solicitada pelo Tio_Maluco (fonte)

Aos moderadores de notícias, por gentileza coloquem como destaque na página principal do MyPSt e nas redes sociais.

Nota final: Recomendo que todos leiam. Fiz a tradução tentando trazer o mais próximo do PT-BR sem muitas alterações. (BordaDePizza - Mypst )

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Este é um post longo, então vamos lá.


ML:ENL (muito longo:eu não li) EU NÃO CULPO NENHUMA DAS MINHAS ESCOLHAS E QUALQUER EMPRESA QUE TENHA MICRO TRANSAÇÕES. As escolhas são minhas, assim como o meu vício. Eu só queria que alguém me dissesse os perigos antes de eu começar. Agora o resumo da minha história. Tenho 19 anos. Eu recebia US$15 por hora trabalhada. Eu comecei a gastar em compras de aplicativos, e depois em jogos de videogames, iniciando com skins de CS:GO, e daí que surge o aparecimento dos jogos de azar. Gastei cerca de US$10 mil, e eu posso provar, nos últimos dois anos. Por favor, ajude as micro-transações a serem conhecidas como um tipo de compra muito mais perigoso do que uma caixa de chiclete. No meu pior momento eu estava trabalhando em dois trabalhos e considerando abandonar o ensino médio. Por favor tenha em consideração como as micro-transações não regulamentadas podem afetar os jovens do mundo.


Eu não sei se este é a seção correta do fórum de postagem, mas estou direcionando aos desenvolvedores do SWBF2 (Star Wars Battlefront II) sobre o SWBF2. Nem sei se alguém realmente lê esta bagunça. Espero que sim, se não for por nenhum outro motivo, mas para provar para as pessoas que as Micro Transações ferem não apenas de forma teórica.


Deixe-me apresentar o prefácio deste relato com um pouco mais de informações sobre mim e minha educação (Se você não se importa com isso pule este parágrafo). Assim você entende um pouco mais de onde eu venho, e espero que ajude a fazer com que a minha história não seja apenas uma outra a mais, diante de tantas que existem por aí; este é um pouco da minha infância. Nasci nos Estados Unidos, no grande estado do Texas, com uma mãe solteira que ralou muito no trabalho. Estávamos numa faixa de renda de classe média-alta, e morávamos em um bairro suburbano muito agradável. Fui a uma das escolas secundárias públicas mais bem classificadas do estado. Para tornar minha infância ainda melhor, vivíamos aproximadamente a 5 minutos a pé de minha avó e avô. Tenho 19 anos e luto com um vício no jogo. Meu vício começou quando eu tinha 14 anos e iniciando minha carreira como aluno do ensino médio. O estresse de abastecer o meu vício e a depressão que estava presente quase me causou a repetição de ano ou a escolha de abandonar o ensino médio.


Início meus cumprimentos a equipe de desenvolvimento do SWBF: II. As horas que eu coloquei no jogo durante o beta aberto foram bastante divertidas e refrescantes. A arte é maravilhosa, o design do mapa bem definido e extremamente detalhado, com apenas pequenos problemas de balanceamento, o áudio foi bem mixado e soou bem fluido, o netcode era nítido e receptivo, as instruções foram bem escritas e a interface do usuário era simples e fácil de entender. Infelizmente eu sabia que, logo que cheguei no menu principal, eu não estaria comprando o jogo. ESPEREM


Antes de pressionarem o botão de voltar pensando que eu sou apenas mais um se queixando sobre a progressão do jogo e as caixas de loot, deixe-me explicar por que eu não posso comprar o seu jogo (SWBF: II).


A progressão no jogo eu não tenho problema. Eu já joguei nos tempos de escola o Runescape, e um grind não me mantem longe. Meu problema decorre de uma questão mais profunda, meu vício em jogos de azar. Este vício é uma falha pessoal minha e a razão pela qual eu não consigo comprar bons jogos que oferecem caixas de loot. Esta é uma estratégia que utilizo para evitar a tentação de cair em jogos que possuem caixas de loot.


Deixe-me mostrar-lhe o quão longe o meu vício chegou. No começo eu jogava um jogo no meu celular. Era um de construção urbana. O objetivo do jogo não tinha um fim e sim muitas ramificações. Começava bem, mas mudou lentamente para favorecer aqueles que compraram grandes quantidades de suas moedas locais. (escrevi como moedas locais para manter as coisas simples). O jogo progrediu e descobri que manter-se no mesmo nível com os outros jogadores estava se tornando cada vez mais difícil. A maioria dos meus colegas que fazia aliança/guilda eram adultos que podiam pagar umas centenas de dólares. Comecei a gastar um pouco do dinheiro que eu havia economizado ao longo dos meus primeiros anos na tentativa de acompanhar os meus amigos. No início, eram 10 dólares a cada duas semanas. Então o jogo mudou novamente. Eles introduziram o baú token premium. Tinha um melhor equipamento para seus heróis, novos e melhores heróis, recursos, experiência, etc. Pense em uma caixa com itens de boost qualquer e lá estava ela; eles tinham. Quando eu fiz 15 anos acabei com todas as minhas economias. Minha mãe ficou furiosa. Eu acho que ela é apenas uma cadela (eu me sinto muito mal por lembrar dessa época da minha vida). Agora com 15 anos, estou lutando com minha fé como cristão. Nunca fui ensinado as desenvolver habilidades de pensamento crítico para duvidar de artigos que eu li ou para encontrar fontes. Estou olhando ao redor e vendo o mundo e não gosto do que vejo.


Tenho vergonha de dizer e até a minha mãe, que não estamos nos dando bem. Ela e eu possuímos personalidades controladoras do tipo-A. Eu acho que isso diminui minha resistência aos jogos de azar, porque eu não posso controlar o fato de que ele me agrada de uma maneira sutil. A endorfina que recebo quando ganho uma aposta é muito maior do que alguns dos meus amigos artísticos ou literários, mas eu divago. Minha mãe me disse que eu estava gastando mais do que eu ganhava, e que minha situação financeira era insustentável. Ela disse para eu mudar os gastos. Já para mim, significava que eu precisava ganhar mais dinheiro. Então eu consegui um emprego em um Café. Trabalhei lá por 2 anos e meio para receber um salário mínimo. Eu estava gastando quase 100% da minha renda naquele aplicativo de construção da cidade. Infelizmente, não consegui encontrar os extratos bancários dos anos anteriores a 2015, então não vou dizer o quanto eu gastei durante esse período (Dica que era uma tonelada de merda. Se a minha memória está correta é quase igual aos dois últimos anos.) Tenha em mente que este número também inclui o seguinte:


Saldo positivo = Reembolsos nas compras de aplicativos + Lucros que fiz depositado


Saldo negativo = todas as transferências de paypal para Google Play ou o Steam + Todas as compras de novos jogos


Incerto (outros tipos de pagamentos que não foram incluídos no meu extrato devido à falta de evidência) = Qualquer pagamento feito em um cartão de crédito + qualquer pagamento feito enquanto eu tinha um saldo de pay pal (seja de um lucro não depositado ou de um reembolso colocado no meu saldo do pay pal)


Agora, nos últimos dois anos, gastei cerca de US$10.407 em transações deste tipo. Então foi quando eu conheci o Counter Strike Global Offensive (CS: GO).



Vamos dar uma olhada em meus gastos no CS (fonte). Se você for no seu inventário da STEAM e clicar em seu cartão (trading cards), você poderá "ver o progresso da sua badge", então no canto superior direito clique em "como eu ganhar (dropar) novos cartões". Este menu diz-lhe quanto dinheiro você precisa gastar nas compras dentro do jogo, para ganhar outro cartão. Que é uma ótima maneira de ver quanto dinheiro gastou na abertura dessas caixas.


Ganhei 198 cartões.


Este sistema inclui o preço que você comprou o jogo naquela função de ganhar cartões comerciais.


No CS: GO é de US$ 14,99. Comprei faz um tempo atrás, suponho que era US$ 29,99 quando comprei.


Neste menu diz que você ganha um cartão a cada 9 dólares, e eu já criei apenas 2 ou mais pacotes de reforço.


Dia 30/9 apareceu US$3,33 Eu arredondei até 4 porque sou preguiçoso.


Então 194 * US$9 dá US$1.746. Vamos assumir que US$50 vai às operações de US$1.696 com os gastos na abertura de caixas que não adicionam nenhuma vantagem no jogo.


Inclui os números para mostrar o quanto um adolescente pode gastar em itens digitais inúteis. Eu tive sorte. Eu tenho uma mãe amorosa e solidária. Que tem o senso financeiro e mistura o melhor dos contadores e investidores. Posso dizer isso porque ela investiu em mim. Ela viu meu problema e deixou que eu entendesse que precisava de ajuda. Isso a magoou e eu pude ver. Quando percebi que precisava de ajuda, ela me fez fazer terapia. Ela me apoiou e nunca desistiu de mim.

Eu tive sorte. Outros como eu não serão. Eles vão sair da escola. Eles irão utilizar os cartões de crédito dos pais, causando grande dívida. Eles não terão uma mãe / contador para ensinar a gerenciar seu dinheiro se eles se recuperarem.


Então, tome um momento para refletir sobre minha história. Você está construindo um jogo do universo Star Wars. Haverá crianças brincando. Elas aprenderão a ter amor e pressa de tirar um bom item de uma caixa de loot.


Então, por favor, volte um momento para refletir. Não há leis em vigor para proteger os jovens de nossa nação e outros como eu. Eu era um dos muitos que foram machucados por causa disso. Ajude-me a evitar que isso aconteça com a próxima geração, dê-lhes a chance que nunca tive. Diga não às micro-transações não regulamentadas. Se você não tem autoridade, encontre alguém que o faça. Procure pessoas como eu e peça-lhes ajuda.



-Obrigado por seu tempo e por ler minha história, / u / Kensgold



--EDIT: Obrigado a todos pela positividade excessiva que recebi de compartilhar minha história. Eu realmente espero que esta publicação possa ajudar algumas pessoas e mudar o pensamento de alguns. Se perdi o seu comentário e não respondi, peço desculpas. A última semana tem sido difícil para mim com médicos. Então, estou em cerca de 2-3 horas de sono espalhado por 2 dias.


---- EDIT: Obrigado a todos por palavras gentis. Eu vou tentar dormir um pouco, pessoas bonitas ficam seguras e civis lá fora.
 

Gularr

Casual
Outubro 28, 2009
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Belo Horizonte-MG
Para resolver isso é fácil.
Temos 2 opções:
1-Já que é tão fácil admitir o vicio deve ser mais fácil ainda vender o aparelho e cortar o problema pela raiz.
2-Não importa a idade, com MLK o chinelo sempre resolve.
 
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fblipe

?️‍??
Março 15, 2015
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O assunto é sério, mas não vem sendo tratado com a seriedade que merece. As microtransações já passaram dos limites faz tempo. Não foi ontem. Não foi com Star Wars Battlefront II.
Qualquer vicio é coisa séria, gente. Não é só vender o aparelho. Não é só dar bronca. A indústria faz as coisas de um jeito que te mantém refém. Ela te incentiva a continuar. É como a nicotina no cigarro, ou o álcool na bebida. Algo ali te prende e você tem dificuldade pra sair. Então você continua, porque é só mais uma compra, mais um cigarro, mais uma dose, mais uma roupinha, mais uma cartinha... quando você vê, já está doente, endividado...

Acho um assunto interessantíssimo e muito pertinente com o momento.
Mandou bem em levantar a bola, @Morts
 

PekSGN

Guerreiro
Novembro 21, 2017
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Jaraguá do Sul - SC
realmente é preocupante, eu tenho um filho de 8 anos que ta na onda dos DLCs, eu sempre tento traçar um paralelo com ele mostrando como "apenas R$2,00" podem ser caros, o que eles trazem de benfício, quanto tempo eu tenho que trabalhar pra ter esses R$2,00, o que eles poderia fazer de melhor com esses R$2,00 ao invés de gastar com isso. Tenho feito combinados com ele, ele quer um DLC no Minecraft, então ele tem que economizar em casa, não enrolar no banho, cuidar pra não deixar luzes acesas sem necessidade e por ai vai, ai então, depois de um mês se eu ver que ele vem cumprindo, ele ganha....

Tem um outro caso a respeito, eu tenho um Lumia 930 e instalei o jogo do Cars Fast as Lighting nele, onde vc fica construindo Radiator Springs e correndo de tempos em tempos, tem um grind nervoso pra destravar as coisas. E eu tinha minha Live gold liberada no Windows Phone, pois só eu usava. Então, o jogo tem um maldito botão no canto da tela que é compra de diamantes pra destravar as coisas sem precisar do grind... resumindo ele foi lá e gastou quase 800 reais nesses créditos do jogo... qdo vejo meu email uma hora depois, vários emails de compra... quando vi o absurdo liguei na hora para o atendimento da Microsoft e fui prontamente atendido, fiquei uns 45 minutos com eles na linha e eles extornaram todo o dinheiro, expliquei que foi compra indevida ( mas induzida ) pelo meu filho pequeno, eles me explicaram inclusive que tem essa política de extorno tranquilo nesses casos, e realmente, foi bem tranquilo, demorou pois ele fez diversas verificações, no fim, perguntei a ele pra eu desinstalar o jogo do celular e disseram que não era preciso. Talvez pelo meu histórico de anos na Live comprando digitalmente...

Mas foi um susto danado. E fica a dica, mesmo que seja pouco, liguem atras pra cancelar quando isso acontecer...
 

Gularr

Casual
Outubro 28, 2009
329
176
Belo Horizonte-MG
ah sim....claro....quando se é viciado em algo é super simples....
Exatamente, é um problema super simples de resolver porque veja bem o tema se refere as microtransações e de como os jovens facilmente se apegam a isso.
Porém a comunidade esta culpando uma empresa pelo consumi excessivo deste "produto". Francamente nunca vi algo mais absurdo, pq isso ai é a mesma coisa de reclamar da escola pq seu filho ta voltando de lá falando palavrão, já que escola não esta "educando" seu filho como se deve, porém nesse exemplo a culpa é dos país preguiçosos que acham que o papel de educar é da escola e não deles já que devem ser de enfeite e no caso das microtransações É O MESMO CASO! Já que, acho eu, por questões de ociosidade, preguiça e falta de visão os pais fornecem esses eletrônicos para os filhos e ate dinheiro para eles ficarem quietos ali jogando, mas esquecem do mais importante que é educar, acompanhar e ser presente.

Vejo isso como uma bola de neve que só vai piorando e piorando, mas precisamos jogar a culpa em alguém e a pessoa "entidade" é a mais fácil.

Vejo que esse problema das microtransações esta enraizado nas famílias, pois se em casa os filhos tiverem a devida atenção o assunto não teria essa repercussão que tem hoje.
 

Morts

Guerreiro
Agosto 21, 2009
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Exatamente, é um problema super simples de resolver porque veja bem o tema se refere as microtransações e de como os jovens facilmente se apegam a isso.
Porém a comunidade esta culpando uma empresa pelo consumi excessivo deste "produto". Francamente nunca vi algo mais absurdo, pq isso ai é a mesma coisa de reclamar da escola pq seu filho ta voltando de lá falando palavrão, já que escola não esta "educando" seu filho como se deve, porém nesse exemplo a culpa é dos país preguiçosos que acham que o papel de educar é da escola e não deles já que devem ser de enfeite e no caso das microtransações É O MESMO CASO! Já que, acho eu, por questões de ociosidade, preguiça e falta de visão os pais fornecem esses eletrônicos para os filhos e ate dinheiro para eles ficarem quietos ali jogando, mas esquecem do mais importante que é educar, acompanhar e ser presente.

Vejo isso como uma bola de neve que só vai piorando e piorando, mas precisamos jogar a culpa em alguém e a pessoa "entidade" é a mais fácil.

Vejo que esse problema das microtransações esta enraizado nas famílias, pois se em casa os filhos tiverem a devida atenção o assunto não teria essa repercussão que tem hoje.
Cara são coisas diferentes, mas tudo bem.
Uma coisa é vc ter microtransação no jogo, outra é vc lançar um jogo a preço full e enfiar qualquer tipo de progresso atrelado ao botão comprar.
Mas ok...se vc concorda com isso blz.
 

fblipe

?️‍??
Março 15, 2015
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Exatamente, é um problema super simples de resolver porque veja bem o tema se refere as microtransações e de como os jovens facilmente se apegam a isso.
Porém a comunidade esta culpando uma empresa pelo consumi excessivo deste "produto". Francamente nunca vi algo mais absurdo, pq isso ai é a mesma coisa de reclamar da escola pq seu filho ta voltando de lá falando palavrão, já que escola não esta "educando" seu filho como se deve, porém nesse exemplo a culpa é dos país preguiçosos que acham que o papel de educar é da escola e não deles já que devem ser de enfeite e no caso das microtransações É O MESMO CASO! Já que, acho eu, por questões de ociosidade, preguiça e falta de visão os pais fornecem esses eletrônicos para os filhos e ate dinheiro para eles ficarem quietos ali jogando, mas esquecem do mais importante que é educar, acompanhar e ser presente.

Vejo isso como uma bola de neve que só vai piorando e piorando, mas precisamos jogar a culpa em alguém e a pessoa "entidade" é a mais fácil.

Vejo que esse problema das microtransações esta enraizado nas famílias, pois se em casa os filhos tiverem a devida atenção o assunto não teria essa repercussão que tem hoje.
Você está tratando o caso como um simples problema de pai e filho. Você não precisa ser uma criança. Não estamos falando de compras impulsivas ou compras "sem querer". O assunto que o Morts trouxe é sobre O VÍCIO em jogos, e como as microtransações pioram esse problema. Uma pessoa eventualmente viciada em jogos vai ter nas microtransações algo que estimula ainda mais o vício. É um problema de saúde, e não educacional.
 
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Saci

Heimdall dos Pampas
Moderador
Abril 11, 2007
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O assunto que o Morts trouxe é sobre O VÍCIO em jogos

É bem difícil uma pessoa que não tem um vício (e aqui só vale literalmente) saber exatamente como é. Tem que estudar, ou ter um caso bem próximo.

Estar viciado em alguma coisa significa que perdemos o timão do cérebro quando o assunto é o objeto do vício. O vício não é na mão, na barriga, no olho... é no cérebro. É esta parte do corpo que apresenta "defeito", então fica difícil pra pessoa perceber, antes de criar MUUUUITO estrago na sua vida, que as atitudes que ela está tomando são destrutivas; o cérebro tem "fome" da endorfina provocada pelo objeto do vício, e ele trabalha pra gerar todas as respostas que você precisa para não evitar o vício. "Vai ser só mais essa vez e eu paro", "eu dou um jeito pra compensar isso depois", "esse dinheiro não vai fazer tanta falta pra ela agora, depois eu reembolso com certeza, nem vão perceber".
Fazendo uma analogia entre os danos na vida da pessoa e danos estruturais em uma casa, é como se a pessoa não conseguisse enxergar as rachaduras na parede, por mais que você aponte com o dedo. Às vezes nem quando o teto desaba a pessoa para. E tem o momento "ok, eu acho que tenho um problema mesmo, uma hora tenho que dar um jeito - mas não agora".

Então a melhor forma é a pessoa, antes de realizar atividades com potencial viciante, definir limites de uso (de acordo com o caso) pra que ela saiba que, se ela passar aquele limite na primeira vez, ela corre o risco de perder o controle. Então dá um tempo e se afasta do negócio. Não é a toa que a maior parte dos vícios se inicia na adolescência (não que se restrinja a isso) - nesse período , DE UMA FORMA GERAL, o cérebro ainda não está plenamente desenvolvido na sua capacidade de avaliar as consequências de seus atos no longo prazo. Interessa é o agora, depois a gente vê o que faz. Então a estrutura familiar pesa bastante nesses momentos.
 

leoharth

Guerreiro
Novembro 10, 2005
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Acho as microtransações uma forma horrível de se comercializar um jogo, seja ele preço cheio ou free to play. Mas acho que isso tem de ser resolvido no mercado. Sou contra o banimento delas para proteger viciados, assim como sou contra proibir o consumo de álcool pra proteger alcólatras.
 

fblipe

?️‍??
Março 15, 2015
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Curitiba
Não acho que tem que ser proibido, mas regulado.
Um viciado não é proibido de comprar álcool, mas ele tem que ser, no mínimo, legalmente imputável.
 
Agosto 26, 2014
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Rio de Janeiro
Cara, o assunto é bastante pertintente, mas creio que nem todos estejamos enxergando onde o problema reside, o que é seminal para uma análise e intervenções mais eficazes.
Uma base familiar sólida é algo extremamente importante na formação de qualquer ser humano. Ainda que pareça algo elementar, as pessoas parecem se esquecer do que faz uma base familiar sólida: o vínculo.
Vínculo é construído ainda no útero, com pais dedicados e disponíveis, ainda que errem e sofram em adaptarem-se às demandas de um ser humano como eles, mas extremamente dependente.
Dito isto, vemos que a educação familiar tornou-se uma angustiante missão de evitar o sofrimento dos filhos, seja enquanto compensação (no caso de famílias recompostas, por exemplo) ou como satisfação imerecida e ilimitada (jogos sem supervisão, entre outros).
Resumindo, acho que o rapaz em questão, ainda que tenha a legítima intenção de alertar sobre o risco de vício em jogos, direcionou sua carta às pessoas erradas. Acho que ele deveria ter dito assim:
Famílias, amem suas crianças e jovens. Desenvolvam vínculos de afeto e responsabilidade com eles. Não os impeçam de frustrarem-se, mas ajudem-nos a lidar com os momentos ruins da vida, pois eles virão, independente de seus melhores esforços. Assim, eles não irão buscar substitutivos como jogos ou outros vícios de forma desordenada para compensar o amor, atenção e limites que suas famílias deveriam tê-los dado.

Enviado do meu LG-K220 usando o app mobile do PXB!
 

BeBr

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Setembro 24, 2007
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Taió Santa Catarina
A questão do vício em Drogas (lícitas e ilícitas) é complexa, sendo que cada País e Cultura lida de forma particular com essas questões, assim como o vício em jogos ou apostas.
Na minha opinião a questão das microtransações precisam sim de atenção. Se bebidas de álcool são proibidas para menores, então se as microtransações forem comprovadamente prejudiciais às pessoas, também devem ser regulamentadas e controladas. É e deveria ser um preocupação dos pais, mas também da sociedade como um todo. A indústria deveria, em parceria com instituições especializadas em transtornos dessa natureza e aprovado pelos governos, criar uma agência ou instituição para regulamentar as microtransações para que tenham um limite saudável.
Os pais precisam educar seus filhos
Os governos precisam por limite no abuso dessas empresas de jogos
A sociedade deve se mobilizar para pressionar e reduzir essa prática a um limite cientificamente equilibrado.
Só confabulando.
 
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Schwarzz

Guerreiro
Fevereiro 18, 2008
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I am currently $15,800 in debt. My wife no longer trusts me. My kids, who ask me why I am playing Final Fantasy all the time, will never understand how I selfishly spent money I should have been using for their activities. Their birthdays, their festivals, their clothes, their school events, their weekends, their movies.

I have never spent more than $1000 on my wife at one time. I spent $16,000 on digital garbage in about a year. If she decides that she will not divorce me, I owe her more that I could ever repay. I am not playing anymore. I will not get Cloud. I will leave 500K lapis in an account that will stay idle. The "friends" I have will drop me as my days since last played increases. I will not get to beat Marlboro. I will not see how Chapter 2 plays out. I will not have any 7* units. FFBE is over.
 
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Johannes

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I am currently $15,800 in debt. My wife no longer trusts me. My kids, who ask me why I am playing Final Fantasy all the time, will never understand how I selfishly spent money I should have been using for their activities. Their birthdays, their festivals, their clothes, their school events, their weekends, their movies.

I have never spent more than $1000 on my wife at one time. I spent $16,000 on digital garbage in about a year. If she decides that she will not divorce me, I owe her more that I could ever repay. I am not playing anymore. I will not get Cloud. I will leave 500K lapis in an account that will stay idle. The "friends" I have will drop me as my days since last played increases. I will not get to beat Marlboro. I will not see how Chapter 2 plays out. I will not have any 7* units. FFBE is over.


Bem triste. E olha que um MMO como esse FF nem de longe deve ser tão nocivo quanto outros jogos por aí.

Se mais casos assim ganharem divulgação, é apenas questão de pouco tempo até os governos passarem regulamentações em cima dessas empresas.

Ultimamente tenho jogado Hearthstone e dá pra entender mais ou menos como funciona a mente de alguém que se vicia em um jogo com tantas microtransações e pay to win. O cara que é naturalmente competitivo vai acabar gastando porque ou gasta, ou abandona o jogo já que ele não vai ter tempo pra alcançar o nível dos outros e competir apenas jogando sem pagar.

Depois de umas 10 horas de jogo, eu comprei o pack de boas vindas que vem com 50 cartas e custa 13 reais. Achei justo para o que o jogo me ofereceu e não há como não reconhecer que HS é extremamente bem feito e divertido, mas aí eu já me fechei na decisão de não pagar mais nada e só priorizar o conteúdo single e uma ou outra partida no rankeado. Pra mim, isso já me satisfaz, mas para um cara viciado em competição já teria gasto aí uns 2000 ou mais só pra subir mais rápido no ranking. Esse tipo de jogo não é para os fracos de convicção.
 

Schwarzz

Guerreiro
Fevereiro 18, 2008
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Ultimamente tenho jogado Hearthstone e dá pra entender mais ou menos como funciona a mente de alguém que se vicia em um jogo com tantas microtransações e pay to win. O cara que é naturalmente competitivo vai acabar gastando porque ou gasta, ou abandona o jogo já que ele não vai ter tempo pra alcançar o nível dos outros e competir apenas jogando sem pagar.

Hoje mesmo eu re-instalei HS no meu celular, depois de meses sem jogar e já me veio vontade de gastar dinheiro pq tem umas 3 lendarias que eu quero pra fazer deck especifico.

Eu tinha largado HS pq não gostei do direcionamento que o jogo levou na época do Ungoro, mas ai como tá todo mundo falando bem de Catacombs.
 

Johannes

Guerreiro
Novembro 11, 2006
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Hoje mesmo eu re-instalei HS no meu celular, depois de meses sem jogar e já me veio vontade de gastar dinheiro pq tem umas 3 lendarias que eu quero pra fazer deck especifico.

Eu tinha largado HS pq não gostei do direcionamento que o jogo levou na época do Ungoro, mas ai como tá todo mundo falando bem de Catacombs.

Como single achei bem divertido e diferente, mas as cartas novas continuam apelando muito ao RNG.
 

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