Car Spotlight 02 - Ferrari F40 1987 (sugestão de
@SouzaRJ)
Produzida entre 1987 e 1992 em sua versão de rua (e até 1997 para edições de competição), a sucessora da 288 GTO foi criada para celebrar o aniversário de 40 anos da marca e foi o último automóvel Ferrari pessoalmente aprovado pelo comendador Enzo Ferrari.
Embora tivessem sido programadas apenas 349 unidades para produção (seguindo uma antiga tradição da Ferrari em limitar os números de venda dos seus modelos especiais), a enorme demanda gerada forçou a fabricante a mais do que triplicar sua produção, atingindo um total de 1311 unidades vendidas. Tal feito não foi repetido por nenhuma de suas sucessoras.
Hoje atingindo status de "mito", a F40 se destaca por oferecer umas das mais puras e espartanas experiências de pilotagem dentre todos os modelos Ferrari. Seu interior, desprovido de luxo e amenidades, foi criado com o único intuito de oferecer o essencial para o ato de pilotar. A posição de dirigir, embora incorreta (a mesma dos modelos que a originaram - a 328 GTB e 288 GTO, com pouco espaço para as pernas e volante muito inclinado), é celebrada por aqueles que a conduzem justamente por tal idiossincrasia.
O motor, um V8 de bloco pequeno, é auxiliado por um par de turbinas IHI, atingindo assim 478 cavalos de potência. Com isso, a F40 é considerada o primeiro carro de produção em série a romper a barreira das 200 milhas por hora (320 km/h). Foi o primeiro motor Ferrari turboalimentado e uma das razões pelas quais a marca pretende retornar a esse tipo de aplicação, utilizando motores pequenos e de menor cilindrada de forma a reduzir emissões de poluentes e consumo sem abrir mão do alto desempenho. Isso já pode ser visto hoje, na Ferrari California T.
A carroceria, criada por Sergio Pininfarina, é repleta de materiais exóticos (kevlar, fibra de carbono e alumínio) para reduzir o peso, somado ao uso de janelas e para-brisas plásticos (feitos de Lexan) e a ausência de sistema de som, puxadores de portas, porta-luvas, forrações internas, carpetes ou painéis das portas. Curiosamente, apenas as primeiras 50 unidades e as versões de competição tinham as minúsculas janelas laterais corrediças, enquanto o restante foi equipado com janelas normais, que podiam ser abaixadas manualmente.