Eles estão tentando bastante.
Digamos que você tenha comprado um Xbox One no início de 2015, pensando: "é, eu acho que esse console é ok". Então, alguns meses atrás, você descobre que esta máquina que comprou será retrocompatível com uma lista de jogos do Xbox 360 que só aumenta. Isso é mais do que "ok".
A Microsoft também tem essa coisas de jogos "grátis", onde por US$ 60/R$ 119 ano você assina a Xbox Live Gold e recebe dois jogos gratuitos todo mês. Nada mal. Então, com aquela mágica da retrocompatibilidade, eles falam que os dois jogos de Xbox 360 irão funcionar no seu Xbox One também.
Eles pegaram o Tomb Raider, que até agora só está disponível no Xbox One e é um jogo muiot bom.
Eles conversaram com os principais desenvolvedores de Metroid Prime para fazer um jogo.
Eles pararam de falar sobre o Kinect, sobre TV, sobre esportes.
Eles revisaram o One Guide para focar em criar listas do que está disponível para assistir nos vários apps de streaming do console.
Eles se desculparam pelo lançamento desastroso da Master Chief Collection dando outro jogo de Halo sem custos.
Eles lançaram a Rare Replay, a melhor compilação de jogos de qualidade desde a Orange Box, incluindo alguns dos melhores jogos do Nintendo 64, que você não encontra nem no Nintendo Virtual Console.
A galera do Xbox cria um acordo com a EA para um novo serviço de assinatura - ninguém disse que eles não estavam tentando tirar dinheiro de você - e eis que eles te dão acesso a um dos maiores lançamentos do final de ano (Star Wars Battlefront) uma semana antes do lançamento oficial.
Eles adicionaram uma entrada P2 aos seus controles para que você não precise mais usar os conectores proprietários.
Eles não facilitaram a troca do limitado HDD interno de 500 GB que precisa guardar todos os jogos, mas começaram a vender versões com HDD de 1 TB - e apóiam a utilização de HDDs externos.
Eles produziram um controle Elite. Ele custa US$ 150, claro, mas se você está afim de algo desse tipo, é um controle muito bom.
Eles refizeram a interface do console para que ela ficasse mais rápida. E adicionaram a opção de remapear os botões do controle e a possibilidade de dar zoom, para fazer seu console mais acessível para jogadores com deficiência.
A Microsoft fez tudo isso em 2015, e mesmo assim descobriram que estavam com o console menos falado. Um pouco desse buzz é apenas teatro. A Sony agora faz convenções anuais e aperta o botão da nostalgia ao dar palco a anúncios de jogos crowdfunding como Shenmue 3 ou Psychonauts 2, ou trazendo pessoas da Square Enix para o palco para mostrar um pouco do remake do clássico do PlayStation, Final Fantasy VII. Os fãs de Xbox One ficam esperançosos de que o Major Nelson anuncie algo legal.
A Sony está meio que pulando este ano, mal lançando novos exclusivos e aproveitando o boca a boca de ganhar do Xbox One desde o lançamento e também o debate da quase imperceptível diferença gráfica. É o bastante para você achar que ferrou tudo ao comprar um Xbox One ao invés do PS4. Mas, na realidade, não. Você fez muito bem.
Comprando um Xbox One, você tem um console que roda Destiny: The Taken King, Metal Gear Solid V, The Witcher 3, Assassin's Creed Syndicate e Fallout 4. Você poderia comprar um PC ou PS4 pra jogá-los, mas perderia o modo Warzone de Halo 5, o ótimo Sunset Overdrive, a coleção Rare Replay e toda aquela questão da retrocompatibilidade com o Xbox 360.
O marketing da Microsoft alardeou o line-up deste final de ano como o melhor de todos os tempos em todos os Xbox. Talvez. A lista de títulos certamente foi melhor que as de Sony e Nintendo, mesmo com o fato de que essas duas plataformas acabaram testando o que aconteceria se eles passassem novembro sem um grande exclusivo. O problema da Microsoft pode ser aquela sensação estranha de que suas grandes franquias estão entrando na fase cansativa de Guitar Hero: Van Halen, onde elas precisam de um tempo para descansar. Quem está animado com lançamentos anuais de Forza? Gears of War foi lançado há tanto tempo para você se animar com Gears of War Ultimate?
Então temos Halo 5, um jogo com modos multiplayer divertidos e interessantes, mas que boa parte do burburinho de marketing - a campanha - foi arrastada e sem graça. Se Halo não está entrando no mesmo território de Tony Hawk's Pro Skater, parece que está adentrando o território de Zelda, transformando-se em uma franquia que ainda agrada os jogadores fieis mas que raramente deixa quem não tem o console com ciúmes.
Partindo para 2016, o Xbox One finalmente vai lançar um jogo dos criadores de Alan Wake, terá um novo Gears of War, um Crackdown, talvez aquele jogo de piratas da Rare, um jogo de dragões do pessoal de Bayonetta, e talvez eles lancem aquele Fable multiplayer que está em fase beta há algum tempo. Ainda existem alguns pequenos problemas que devem ser resolvidos. A captura de vídeos do console ainda é meio torta e de baixa qualidade. Jogos retrocompatíveis ainda não podem ser comprados na Store do Xbox One. Esses problemas parecem solucionáveis.
A situação do Xbox One em 2015 é que ele é um desafiante agressivo que está constantemente beliscando a Sony. Aqueles que estão prestando atenção vão notar que ele está emplacando muitos hits, e é provável que emplaque mais alguns em 2016. Sem dúvidas, é um excelente console, e tem sido por muito tempo.
******
Fonte: http://kotaku.com/the-state-of-the-xbox-one-in-2015-1747108255
Todo o texto é desse link do Kotaku, eu só traduzi e adaptei umas partes.
Como consumidor, estou extremamente satisfeito. O console que tenho hoje é bem melhor que o que eu comprei em março.
O principal ponto forte do Xbox One, pra mim, é seu excelente custo-benefício. Na situação atual do Brasil, é um ponto importantíssimo que não dá pra relevar. Por R$ 90/ano tenho lá os joguinhos do GwG, por mais R$ 60/ano tem os do EA Access e, menos de um mês após o lançamento, já é possível encontrar Halo 5 e Tomb Raider por R$ 125, Forza por R$ 120, entre outros. São promoções, claro, mas não costumo ver quedas tão bruscas em jogos do PS4. Parando pra pensar, os exclusivos do Xbox One costumam cair rapidamente de preço. Se isso é ruim pra Microsoft, se significa que não estão vendendo e precisam desencalhar estoque, pra mim não interessa: como consumidor, isso é muito positivo. Mostra que eles precisam fazer mais e mais para puxar outras pessoas, o que acaba também por trazer vantagens aos atuais consumidores.
E aí, o que vocês acham? 2015 foi bom? Melhor que 2014?
E comparando com 2016, como será?
O que falta pra 2016 ser o "turning point" do Xbox One? (Se é que em algum momento isso irá acontecer.)
Última edição: