Phil Spencer fala sobre o que diachos está acontecendo com a indústria + quer Epic e outras lojas no Xbox

ronabs

opa
Moderador
Novembro 8, 2010
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Rio Grande do Sul
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Em uma nova entrevista à Polygon, Phil Spencer falou bastante sobre a visão macro da indústria de jogos atualmente. Os pontos de vista defendidos pelo CEO da Microsoft Gaming vão de encontro aos orçamentos crescentes, modelos de negócios diversificados e o grande risco envolvido para criar jogos que atendam as expectativas dos jogadores para jogos AAA.

Spencer está na Microsoft há mais de 30 anos e no Xbox desde o início e, anos atrás, a parte financeira era relativamente tranquila:
  • A publisher estabelecia uma meta - exemplo: 800k cópias vendidas;
  • Depois, estabelecia quanto queria ganhar no negócio;
  • E, por fim, definia o preço - geralmente, $59,99;
  • Só depois disso é que o orçamento do projeto era definido.
Hoje, a maioria dos jogos são vendidos em diferentes lojas, ganham grandes descontos algumas semanas após seu lançamento e ainda podem ser inclusos em serviços de assinatura, até mesmo no lançamento. Além disso, esses jogos levam mais tempo para serem feitos, com não mais centenas, mas talvez milhares de pessoas colaborando. Para ele, isso gera três grandes problemas: um para os jogos de grande orçamento, outro para exclusivos e um terceiro para a indústria como um todo.

  1. O custo reduz o risco que as publisher topam correr. Se antes, jogos precisavam vender algumas centenas de milhares de cópias pra se pagar, hoje é preciso gerar alguns milhões pra chegar no 0x0. Segundo ele, "se você é uma publisher, você sabe que é um número grande em um mundo que já tem muitos jogos sendo lançados". Ele complementa que isso faz as publishers se questionarem se vale a pena ficar no vermelho para estabelecer um anova IP, por exemplo, o que acaba limitando a criatividade da indústria.
  2. Esse custo é particularmente proibitivo para jogos exclusivos, que são vendidos dentro de um cercadinho limitado e precisam fazer dinheiro de formas adicionais. Para ele, "a defesa de jogos exclusivos serão cada vez mais pressionadas à medida que os custos aumentam";
  3. Por fim, o mercado como um todo está estabilizado, estagnado, sem crescer. Segundo Spencer, a maioria dos consumidores está só fazendo um upgrade, sem contribuir de fato para o mercado crescer e chegar a mais pessoas. E, sem novos consumidores, "os consumidores dos outros são a sua taxa de sucesso". Não é possível crescer sem atrair consumidores de outras plataformas, e como ninguém está encontrando esses novos jogadores, todos acabam brigando pelo mesmo pedaço do bolo.

Spencer também comentou sobre a onda de demissões na indústria, que afetou recentemente a divisão Xbox em mais de 1,9 mil pessoas. Segundo ele, isso é tanto uma tendência geral do mercado como também um ponto específico do Xbox em si. Como a indústria está projetando ser menor no próximo ano em termos de jogadores e dinheiro gerado, e muitas empresas possuem capital aberto e são negociadas em bolsa, os acionistas irão pressionar por melhores resultados - e o primeiro item na mira é a gestão de custos. Se você não vai aumentar suas receitas, vai precisar diminuir despesas.

Por fim, ele comenta que "todas as decisões tomadas são para o bem do Xbox. Eu sei que algumas coisas serão transformadas em armas, que há alguma coisa ruim no fundo que nos leva a fazer certas coisas. Toda decisão que tomamos é para tornar o Xbox mais forte no longo prazo. Isso não significa que todos irão concordar com a decisão que tomarmos. Mas isso é fundamental na hora de tomarmos as decisões".

Quando a Microsoft enxerga estudos sobre a Geração Z (pessoas nascidas entre 1995 e 2010), essa galera não enxerga mais o software associado a uma plataforma restrita. Alguns têm iPhone, outros Android, mas os jogos são os mesmos, os apps são os mesmos e tudo está disponível onde quer que eles estejam. E finaliza com a citação abaixo.

"Portanto, para o Xbox, o pivô da nossa marca – à medida que atraímos e mantemos relevância junto a um público mais jovem – é ‘O Xbox é um lugar onde posso encontrar os ótimos jogos que desejo’."


 

ronabs

opa
Moderador
Novembro 8, 2010
26,571
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Rio Grande do Sul
Em outra entrevista para a Polygon, Spencer também falou sobre suas frustrações em relação a ecossistemas fechados. Segundo ele, jogadores de console iriam se beneficiar bastante de uma proposta mais próxima do Windows, que permite uma infinidade de lojas vendendo jogos e o consumidor decide onde comprá-los.

Como os custos de produção dos consoles não estão mais caindo conforme o passar do tempo, a lógica de subsidiar o hardware para ganhar no software é cada vez mais complicada. Além disso, mais e mais jogadores estão migrando para o PC e dispositivos móveis. E, quando alguém joga algo no console e pode seguir no PC, o jogador se sente mais incluído no ecossistema como um todo.

Quando questionado se o que impede de outras lojas, como Epic e itch, estarem no Xbox se limita a papelada, Spencer diz que sim, que é por aí mesmo.


Me pareceu uma declaração ainda bem distante de se tornar realidade. Mas é bom ver alguém fazendo ela pra termos um ponto de partida para o debate.
 

PunkSxE

Warrior ?‍?
Janeiro 2, 2016
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São Paulo
Eu comentei um tempo atrás sobre como o sistema aberto do Xbox Handheld provavelmente ia se traduzir no próximo console. Pelo jeito vai ser isso msm

Na minha cabeça, é o único jeito da Microsoft justificar ter mais consoles. Faça ser um PC hibrido em que os devs não precisarão mais trabalhar em versões "Xbox" dos jogos. Tu elimina o risco de abandono da plataforma pelas desenvolvedoras, não precisa se preocupar tanto com venda de hardware e a Microsoft pode seguir com o plano de virar full publisher sem nada pra atrapalhar.
 

Lightwarrior8

Xbox Gamepass , vê se me dá um tempo....
PXB Gold
Fevereiro 9, 2019
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Juiz de fora
Não é um problema que parece ter um remédio doce, entendo a lógica por trás da visão do Phil. Mas se os jogadores não enxergarem que há vantagens em ter um Xbox, as coisas só vão piorar para o lado de cá.

Por enquanto os jogos e o custos baixos, não parecem ser o bastante para atrair jogadores de outras plataformas. E não precisam nem largar a deles, basta ter um segundo ou terceiro console.

Acho que ficam as seguintes perguntas:

Xbox consegue sobreviver, tendo seus usuários fiéis e lançando jogos em todas as plataformas?

Ou o Xbox se torna cada vez menos necessário como plataforma, perde apoio de Publishers e se transforma somente numa fornecedora de jogos?

Para o plano do Phil dar certo, a PS e a Nintendo teriam que fazer o mesmo. Mas me parece que pra elas, é melhor deixar o Xbox cavar a sua própria cova.
 
Última edição:

Osf3k

Jogador
Julho 24, 2021
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Pereira Barreto - SP
Não é um problema que parece ter um remédio doce, entendo a lógica por trás da visão do Phil. Mas se os jogadores não enxergarem que há vantagens em ter um Xbox, as coisas só vão piorar para o lado de cá.

Por enquanto os jogos e o custos baixos, não parecem ser o bastante para atrair jogadores de outras plataformas. E não precisa nem largar a deles, basta ter um segundo ou terceiro console.

Acho que fica as seguintes perguntas:

Xbox consegue sobreviver, tendo seus usuários fiéis e lançando jogos em todas as plataformas?

Ou o Xbox se torna cada vez menos necessário como plataforma, perde apoio de Publishers e se transforma somente numa fornecedora de jogos?

Para o plano do Phil dar certo, a PS e Nintendo teriam que fazer o mesmo. Mas me parece que pra elas, é melhor deixar o Xbox cavar a sua própria cova.
Eu concordo, mas imaginando por um médio/longo prazo essa dinâmica é insustentável pelo menos pra Sony.
A Nintendo fez um console fraco em termos de potência, mas que vende muito por ter jogos bons e a praticidade, se unir essa dinâmica em um único ecossistema (o Xbox) pode ser que seja favorável.
 

jairopicanco

Guerreiro
Junho 27, 2015
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  1. Por fim, o mercado como um todo está estabilizado, estagnado, sem crescer. Segundo Spencer, a maioria dos consumidores está só fazendo um upgrade, sem contribuir de fato para o mercado crescer e chegar a mais pessoas. E, sem novos consumidores, "os consumidores dos outros são a sua taxa de sucesso". Não é possível crescer sem atrair consumidores de outras plataformas, e como ninguém está encontrando esses novos jogadores, todos acabam brigando pelo mesmo pedaço do bolo.
Mas sempre foi um desafio encontrar novos jogadores, porque apesar da melhora na forma como as pessoas enxergam os jogos, os videogames sempre foi um mercado de nicho.
 
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Reações: gamcai

patriciocarval

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Em outra entrevista para a Polygon, Spencer também falou sobre suas frustrações em relação a ecossistemas fechados. Segundo ele, jogadores de console iriam se beneficiar bastante de uma proposta mais próxima do Windows, que permite uma infinidade de lojas vendendo jogos e o consumidor decide onde comprá-los.

Como os custos de produção dos consoles não estão mais caindo conforme o passar do tempo, a lógica de subsidiar o hardware para ganhar no software é cada vez mais complicada. Além disso, mais e mais jogadores estão migrando para o PC e dispositivos móveis. E, quando alguém joga algo no console e pode seguir no PC, o jogador se sente mais incluído no ecossistema como um todo.

Quando questionado se o que impede de outras lojas, como Epic e itch, estarem no Xbox se limita a papelada, Spencer diz que sim, que é por aí mesmo.


Me pareceu uma declaração ainda bem distante de se tornar realidade. Mas é bom ver alguém fazendo ela pra termos um ponto de partida para o debate.
A cada dia que se passa o Phill Spencer se parece mais com o Stephen Elop. O elop quando assumiu a Nokia para a Microsoft matou a marca rapidamente, já o spencer é mais esperto está matando aos poucos e assim resta saber se terá o mesmo destino do Elop.
 
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2JLR

Novato
Agosto 15, 2007
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Kingman, AZ
Não é um problema que parece ter um remédio doce, entendo a lógica por trás da visão do Phil. Mas se os jogadores não enxergarem que há vantagens em ter um Xbox, as coisas só vão piorar para o lado de cá.

Por enquanto os jogos e o custos baixos, não parecem ser o bastante para atrair jogadores de outras plataformas. E não precisam nem largar a deles, basta ter um segundo ou terceiro console.

Acho que ficam as seguintes perguntas:

Xbox consegue sobreviver, tendo seus usuários fiéis e lançando jogos em todas as plataformas?

Ou o Xbox se torna cada vez menos necessário como plataforma, perde apoio de Publishers e se transforma somente numa fornecedora de jogos?

Para o plano do Phil dar certo, a PS e a Nintendo teriam que fazer o mesmo. Mas me parece que pra elas, é melhor deixar o Xbox cavar a sua própria cova.
Vira logo uma SEGA e vida que segue….
 
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Asprobocop

Guerreiro
PXB Gold
Setembro 27, 2019
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Farroupilha
O que ele fala faz muito sentido, falando de jogos.
A grande maioria das publicadores não apostam em jogos novos. Já outras mal lançaram jogos em 2023 e vão passar 2024 em branco.

Sobre as medidas tomadas para ampliar a base instalada e diminuir o risco, eu discordo muito do rumo que o xbox tomou.

Vamos ver os rumos disso tudo daqui uns 5 anos.
 

RodrigoN

Jogador
Agosto 22, 2022
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São Paulo/SP
Não é um problema que parece ter um remédio doce, entendo a lógica por trás da visão do Phil. Mas se os jogadores não enxergarem que há vantagens em ter um Xbox, as coisas só vão piorar para o lado de cá.

Por enquanto os jogos e o custos baixos, não parecem ser o bastante para atrair jogadores de outras plataformas. E não precisam nem largar a deles, basta ter um segundo ou terceiro console.

Acho que ficam as seguintes perguntas:

Xbox consegue sobreviver, tendo seus usuários fiéis e lançando jogos em todas as plataformas?

Ou o Xbox se torna cada vez menos necessário como plataforma, perde apoio de Publishers e se transforma somente numa fornecedora de jogos?

Para o plano do Phil dar certo, a PS e a Nintendo teriam que fazer o mesmo. Mas me parece que pra elas, é melhor deixar o Xbox cavar a sua própria cova.
A única forma que eu vejo para essa estratégia do Phil dar certo, mantendo o Xbox existindo como hardware, é realmente liberando outras Stores no console. E rápido!
 

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