Análise - The Evil Within

Scarfella

Jogador
Abril 20, 2010
7,639
1,288
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+ Pontos positivos:
- Ambientação fantástica, digna das grandes obras de Shinji Mikami, com referências a vários clássicos do terror, como Resident Evil, Silent Hill, Alone in the dark, SAW, o Massacre da Serra Elétrica entre outros.
- Campanha com boa duração e sem multiplayer "forçado".
- Trilha sonora fantástica e ótimo trabalho de dublagem.
- Enredo acima da média.

- Pontos negativos:

- Mais uma vez: Faltou terror, sobrou ação!
- Jogabilidade ultrapassada, com muitos problemas de câmera, bugs, lentidão e limitações infantis ao seu personagem.
- Gráficos um tanto ultrapassados. Já presenciamos melhores resultados mesmo na geração passada.
- Apesar da campanha e enredo serem acima da média, a história segue por caminhos complexos e as vezes em um ritimo que pode fazer o jogador perder a atenção.
- Armadilhas e chefes everywhere!!!! Houve exagero demais nestes detalhes.
- Sistema de "evolução" fraco e mal planejado. Demora demais para o seu personagem ficar "decente".
- a falta de emoção dos personagens é triste! Nem parece que o que está acontecendo é extramente bizarro e "nonsense", e sim, a coisa mais normal do mundo, zumbis voltarem a vida, dirigirem carros, cair de cavernas e sair em hospitais e etc.

Do que se trata:

The Evil Within é um jogo exclusivamente single-player, de ação com elementos de survival horror, com 15 capítulos, e uma campanha com duração de cerca de 10 a 15 horas, desenvolvido pela Tango Gameworks e destribuído pela Bethesda. O grande destaque com certeza, é a promissora produção do mestre Shinji Mikami, que tem no seu currículo, grandes games e franquias como Resident Evil, Onimusha, Dino Crisis, Okami entre outros, mas será que isso foi o bastante?

Ambientação sinistra.
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Enredo: Um caso típico de jogo que começa com um enredo e ambientação extremamente promissores, mas acaba se perdendo ao longo da campanha:


“Quando o detective Sebastian com seu parceiro , chegam ao local onde ocorreu um horrível assassinato brutal em massa, uma força poderosa e misteriosa estava a espera deles. Testemunhando as intensas mortes dos seus colegas policias, uns após outros, Sebastian é atacado e perde a consciência. Ao acordar numa terra onde os monstros vagueiam, ele tem que lutar no seu caminho através de um mundo de morte e loucura, para entender o que está acontecendo. Sebastian tem que enfrentar os seus medos, para sobreviver numa jornada para descobrir o que está nas sombras daquela força misteriosa”


A história é relativamente boa e interessante quando você chega no desfecho! Não tem um status de obra prima, mas se está um pouco acima da média em questão de imaginação e criatividade, apesar de não muito coerente e convincente. Até a sua chegada ao asilo da chacina, e os primeiros acontecimentos, você começa a ter grandes esperanças quanto ao enredo, mas ele se dispersa ao longo da campanha, se tornando confuso, monótono e desconexo, ao ponto de que, caso o jogador não tome cuidado, passa a jogar sem entender exatamente o que está acontecendo ou o que está buscando. Passa a vagar pelos cenários mais malucos, sem entender o porque de ter entrado pela porta de um asilo e estar no meio de uma floresta, ou de estar no meio de uma floresta entrar pelo chão junto com outros personagens e novamente estar sozinho em um cenário completamente incoerente. O jogo abusa do sobrenatural e de acontecimentos e ações “nonsense”, e além disso vale citar que, se em Resident Evil você era perseguido por um Nemesis chato, ou em Silent Hill por um cabeça de Pirâmide inconveniente, o que não faltou aqui, foi vaga para FDP! Abusaram dos inimigos que passam parte das fases de perseguindo e matando com apenas um golpe. A munição é relativamente escassa e esses inimigos e chefes passam grande parte do jogo te atormentando, sem contar os trechos com hordas e mais hordas de inimigos. Em resumo, um Resident Evil com mais problemas técnicos!
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Os personagens não conseguem ser marcantes. Nem o Castellanos que é o personagem principal. Ele não tem muito carisma, e nem motivação. Não parece ter medo, mas não parece ter grandes objetivos. Nem parece um humano! Apenas um machão de jogo de ação, que vai ultrapassando as fases e tirando quem entra em seu caminho! O cara é transportado de um lugar para o outro, anda em ruas destruídas em asfaltos flutuantes e quase nunca se questiona. Nem ele, e nem os demais personagens. Eles ficam tipo naquela “nossa que estranho, mas dane-se, vamos em frente”, ou mesmo “nossa, você está se transformando em um monstro, aguente firme, e vamos em frente”. O jogo não te passa emoção e nem afeição nenhuma aos personagens.

Atenção: Se preocupe em pegar todos os documentos que encontrar!! Se você não se tocar e perder os jornais, documentos, cartazes de desaparecidos e etc (que geralente estão no asilo), você vai acabar boiando na história! LEIA TODOS PARA ENTENDER EXATAMENTE O QUE ACONTECEU NO PASSADO DE SEBASTIAN!

Vale mencionar, que o jogo faz um número excessivo de referências bacanas a outros jogos e filmes do universo do horror, que deliciará os fãs do gênero! Tem referência de Resident Evil, Alone in the Dark, SAW, Silent Hill, o Massacre da Serra Elétrica, o Grito, Fallout, entre muitos outros, abaixo, um clássico:
Resident Evil:



Fallout:

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O grito:

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Mais Resident Evil:

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Silent Hill:
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Gráficos: O jogo possui gráficos defasados se consideramos o potencial da nova geração. O jogo é basicamente idêntico no PS4/Xone como no PS3/360, e ainda assim, já vimos resultados muito mais bonitos na geração passada! Last of Us no PS3 por exemplo, é extremamente superior em tudo do que The Evil Within no PS4. Um jogo visualmente razoável para a geração passada, e muito fraco para a nova geração. Os efeitos de luz e texturas são simples, e em muito momentos, o sangue dos inimigos explodidos que cobrem seu personagem é tão artificial que parecem borracha derretida, e alguns cenários e inimigos parecem bonecos de plástico. Além disto, o jogo, mesmo no PS4, conta com atrasos constantes de redenrização (onde as texturas demoram segundos para carregar), e bugs bizarros de colisão que serão logo abaixo citados.

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Jogabilidade: Um dos pontos mais frustrantes deste frustrante titulo. O jogo puxa uma jogabilidade semelhante a de Resident Evil 6, aonde você anda, corre, atira, recarrega suas armas, e basicamente isto! Seu personagem não tem movimentos de esquiva e consegue ser frustrantemente lento e sem reflexos. Muitas vezes você vai morrer, porque seu personagem demora séculos para carregar uma arma, ou virar para outra direção. Fora o fato da câmera ser extremamente teimosa, e constantemente assumir o pior ângulo, aonde você morre por ficar preso no cenário, e muitas vezes em um objeto que bate no joelho do personagem. Nada mais frustrante do que ver os “zumbis” do jogo pulando grades e seu personagem não conseguir!!! É extremamente frustrante! Além disso, os “zumbis” são peritos em rifles, arremessos de facas, direção de veículos e etc. Mas o pior são mesmo os bugs! Você muitas vezes ficará preso em cenários, ou apertará um botão e seu personagem não executará a ação! Você vai morrer, vai se irritar, e em muitas partes, terá que jogar todo um trecho, e matar vários inimigos de novo.


Matando inimigos, você coleta um “gel verde”, que te possibilita fazer upgrades no seu personagem, melhorando a resistência, mira, saúde, quantidade de itens e munição, mas não farão milagre. A jogabilidade continuará problemática e seu personagem lento, e esse modelo de evolução, é meio lento e sem muita graça.

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O jogo é cheio de armadilhas e chefes. Em praticamente toda fase você enfrentará um inimigo gigante, chato ou stalker, e aqueles velhos clichês do monstro suicida com serra elétrica, marreta, machado e etc estão todos aqui. Alguns deles são puzzles, ou seja, você só vai gastar munição se sair atirando, e precisa descobrir o que fazer, mas a maioria é tiro mesmo. Essa diversidade é legal, e torna as fases interessantes, mas uma hora você cansa de tantos chefes e armadilhas em lugares que não fazem o menor sentido, e quebram extremamente a imersão.


Som: O som é uma das melhores partes do game. Ele atende bem o clima de tensão, tocando a música certa na hora certa. Em geral tem muito Rock and Roll ou faixas mais tensas. As dublagens estão de boa qualidade, e as vozes condizem com os personagens

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Campanha: A campanha tem 15 capítulos e dura cerca de 10 a 15 horas, dependendo da dificuldade e da habilidade do jogador em resolver os puzzles do jogo, descobrir como vencer os chefes e buscar evoluir ao máximo as habilidades do seu personagem, coletando as chaves que abrem cofres na safe house no asilo, ou os fragmentos de mapa, que sem em geral os únicos coletáveis do jogo. O jogo oferece um New game +, e recompensas de armas ao finalizar o jogo (mais uma vez residente Evil), mas eu particularmente não vi incentivo algum em jogar a história de novo. Você não faz escolhas e pelo que constatei, só há uma opção de final e sempre uma opção de caminho. O jogo é linear e ponto.

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Veredito:


Se eu tivesse que escolher uma palavra para descrever The Evil Within, infelizmente, esta seria “frustração!”. Não que este seja o pior jogo que eu joguei. Longe disto! É um bom jogo de AÇÂO com elementos de survival horror, diferente de todo aquele clima de terror macabro que foi divulgado em trailers. Para além disto, o game tem uma história confusa, desconexa e que pode confundir muitos jogadores, além de estar defasado demais em termos técnicos. Nem todo o brilhantismo de Shinji Mikami criando uma atmosfera tensa e uma ambientação fantástica, foi capaz de fazer este jogo um diferencial! Temos aqui, um game extremamente baseado em Resident Evil (principalmente no 4), com ação interrupta, chefes incontáveis (e irritantes), armadilhas sem sentido por todos os cenários, e problemas e mais problemas com bugs e mais bugs, que fica difícil recomendar uma compra no preço full, até para os mais fãs do gênero.
 
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SouzaRJ

Desde o Portal Xbox.
Julho 18, 2012
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Rio de Janeiro
Boa análise Scar, ainda estou jogando, no capítulo 6. Que para minha surpresa foi de dia, e com bastante tiroteio.

Mas no geral, os outros capítulos são com munições mais escassas, apesar de eu não ter ficando zerado ainda.

Como não terminei ainda, não posso "analisar a sua análise", mas já posso dizer que estou gostando da ambientação. Alguns cenários foram muito bem construídos e até passam uma certa sensação claustrofóbica.

Alguns inimigos merecem destaque, como a "spider lady" que é sensacional!

No geral, até o momento, estou curtindo o game. Quando eu terminar a campanha, volto aqui para atualizar minhas impressões.
 
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Morts

Guerreiro
Agosto 21, 2009
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Cotia
O jogo é interessante, mas já deixei ele de lado pra platinar Infamous second son...Depois me peguei deixando ele de lado pra jogar How to Survive e to vendo que se não finalizar antes do meu farcry 4 chegar acabarei deixando ele de lado tbm.
Gostei do jogo,mas não é nada que me faça ficar louco querendo terminar.
Eu tinha dado uma nota 8 pro jogo, mas no decorrer ta indo pra 7/10.
 
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Arthur ExNxK

Jogador
Agosto 30, 2010
1,448
283
estou começando o segundo capítulo....e achei meio nada a ver esse lance do mundo tá acabando e o personagem nem se dando conta disso hehehehe...bom, mas tirando isso e o fato do cara quebrar uma caixa com um soco e só poder usar a faca no stealth....to curtindo :D
 

Ash84

Guerreiro
Agosto 26, 2014
2,982
2,237
Tudo que vi na crítica e comentários parece falta de entendimento sobre o estilo de jogo.
A falta de habilidade inicial, mira ruim, fôlego escasso e a frieza do personagem principal, estão relacionados ao jogo ser um survival e o personagem estar vivendo algo que provavelmente(não terminei) só está acontecendo na sua mente, ele parece anestesiado e maluco, aceitando tdo de boa.
Fica evidente a jogabilidade travada ser proposital, pois se pode melhorá-la com os "pontos de experiencia", quanto a não pular ou limitações não são exclusividade desse jogo, não se caracterizam como falha portanto.
Comparar gráficos é irrelevante e relativo, o estilo e a definição eu achei ótimos e representam muito bem um filme de horror, acho que Resident 5 e 6 tem graficos mais realistas e melhores, mas Last of Us não, e pela ambientação foi forçada a comparação.
 

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