Não estou abordando o campo político, apenas o econômico. Desta forma, a notícia está deturpada; "manipuladas" dando a impressão de ser uma situação caótica e de debanda da Microsoft, o que não é verdade. Fecharam a fábrica sim, é verdade. (a de smartphone nokia e hardwares)
Quando a microsoft comprou a nokia, além das patentes e corpo técnico, vieram algumas operações e instalações, dentre elas, o complexo na zona franca da nokia. Isso foi anunciado aos acionistas da microsoft faz um tempo.
Muito embora tenha o aspecto social por trás, da mão de obra (serão 8000 demissões no mundo inteiro), foi informado que a Planta (a instalação industrial nokia) estava totalmente defasada tecnologicamente, não sendo suficiente para atender às demandas da MIcrosoft e nem compensava investir mais grana.
Esse fator, aliado ao ponto de que a Suframa (superintendência da zona franca de manaus) está totalmente abandonada (sem direção e liderança), fez com que ela optasse em encerrar de vez suas operações diretas naquela região (planta de hardwares). Isso, combinado pelo fato de que um outro município ofereceu vantagens econômicas e tributárias à Microsoft (Sorocaba, em São Paulo), eles optaram em desativar esse complexo da Nokia no início de outubro (defasado, repisa-se), repassar suas instalações à flextronic e injetar o dinheiro em um complexo novo localizado em ponto melhor posicionado dentro da estratégia da Microsoft Brasil.
Aqui, pretenderam desburocratizar a operação.
Até onde sei que vi do Press Release ela não investiu 118 milhões na fábrica e abandonou tudo, ela tinha anunciado ano passado aos acionistas que PRETENDIA investir 118 milhões para revitalizar a fábrica. Após estudos, burocracia existente, suframa abandonada e benefícios de outras regiões, optaram em não investir essa grana e com a política de celeridade e maior dinâmica de custos pelo novo CEO, optaram em terceirizar.
Essa venda foi anunciada, conforme eu mencionei, quando o CEO da microsoft - Satya Nadella - apresentou o plano de reestruturação da empresa. A ideia é otimizar e dinamizar a empresa, na medida que enxuga os custos desnecessários - como o de manter uma planta tecnológica defasada da Nokia Mobile ou investir 118 milhões e ter entraves burocráticos.
Com isso ela vai ganhar muito mais eficiência e celeridade em suas operações nacionais, terceirizando a produção do
xbox e smartphones, em solo brasileiro, para a Foxtronic a partir de janeiro de 2016 (que era quem fabricava mesmo...).
Para os gamers, não vai mudar nada, já que a Flextronic produz um leque enorme de produtos microsoft em escala global e com essa "terceirização" nacional, ela consegue ter os benefícios tributários de produto nacionalizado da mesma forma que uma operação própria.
Quem vai sair perdendo é o instituto tecnológico e a fundação nokia (instituições de ensino), mas, segundo informou a Microsoft, vão auxiliar em busca de parceiros com outras empresas, garantindo que os alunos atuais e ex alunos tenham todo o suporte necessário para a conclusão dos cursos em andamento.
Ainda, anunciaram que estão trabalhando em conjunto com outras fábricas locais afim de absorver os trabalhadores demitidos, criando um processo de transição que - dizem - será tranquilo e, dada a excelente qualificação dos profissionais, a própria Flextronic acabará incorporando esses funcionários aos quadros.
O PDV (pedido de demissão voluntário) foi apresentado aos funcionários em julho/setembro com início de conversas para transição e tentativas de absorção por outras empresas.
Bom, o que sei é isso, sem qualquer envolvimento político ou críticas a governo ou partidos, pois o escopo não é esse. Só para divergir dessas notícias que estou vendo com manchetes sensacionalistas de "microsoft abandona brasil".
Ressalvadas as devidas proporções, falar que ela abandonou o Brasil, é o mesmo que dizer que o Google foi vendido ou fechou, já que agora é controlado pela Alphabet.
Uma empresa global como essas só sobrevive aos ciclos econômicos com reestruturações drásticas, enxugando custos desnecessários e realinhando objetivos a longo prazo.
Foi o que fizeram, e só. Sem qualquer relação direta de curto prazo com "crise econômica nacional" ou "internacional" ou crise política.