Pontos fortes:
- Jogabilidade afiada e fluída que sempre marcaram a série, estão aqui, com adições muito bem vindas.
- O Dante, é "Dante" como sempre, e surpreende positivamente, até os mais desesperançosos.
- História reformulada e mais "realista", tornam a trama que já conhecemos nos demais jogos da série, em algo novo que te prende.
- Belos gráficos, com expressões faciais mais "ocidentais", diferente daquele estilo japa dos primeiros games.
- Extras e sistema de pontuação, ranking, leaderboards e colecionáveis, que alongam a durabilidade do game, mesmo sem inventar um modo multiplayer caça-níquel como vemos em vários jogos por aí.
- O jogo roda muito bem, e quedas de frames são raras. (parece que o desempenho é até melhor na versão X360 e claro no PC)
Pontos fracos
- A falta de um sistema de trava de mira, pode atrapalhar em certos momentos.
- Como na maioria dos jogos do gênero, a câmera nem sempre consegue o ponto ideal.
Veredito:
Devil May Cry 2013, é o rebbot que toda série cansada deveria receber. Assim como o Batman de Nolan, o jogo desrespeita os jogos antigos da franquia de forma corajosa e convincente, trazendo-a para o futuro, em um ambiente muito mais "realista" e crível, com uma trama ainda assim, muito bem amarrada, que vai te prender do começo ao fim. Até mesmo, aqueles com "má vontade", por causa do novo visual do protagonista, vão encontrar um jogo sólido e cheio de qualidades, aonde são poucos os defeitos a apontar, podendo inclusive, figurar entre um dos melhores jogos da série, e um do melhores Hack n' Slash dos últimos anos.
Análise
Tudo começou na Tokyo Game Show de 2010, quando para delírio dos fãs, a CAPCOM anunciava que Devil may Cry ia voltar, porém, os mesmos foram do céu ao inferno, quando viram o primeiro trailer do jogo, aonde o personagem principal, fumava um cigarro, e brigava de um jeito diferente pelas ruas, com um visual totalmente diferente. Muitos acreditavam que, assim como Nero, aquele poderia ser um personagem novo, até que veio a confirmação de que o jogo passaria por uma reformulação, e que aquele rapaz era o Dante. Daí pra frente, foram só vaias, xingos e muito mimimi, com apelidos de "Dante Rihanna" e por aí vai...
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Debut trailer demonstrado na TGS de 2010.
Ok, confesso que o trailer é mesmo uma bosta, e que o nome da Ninja Theory, substituindo a Capcom na produção, era de assustar até o mais fã da série, mas a verdade é que desde então, muita coisa evoluiu, e olha o que o jogo virou:
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Porém... Muita gente, sequer quis acompanhar o desenvolvimento do jogo, céticos de que a franquia não tinha salvação, mas podemos dizer, que quem desistiu, deveria pensar denovo, pois pode estar perdendo um dos melhores jogos do gênero, desenvolvido nos últimos anos.
"Not in a million years", Dante diz, ao se ver assim no espelho.
A verdade é que o esse "reebot" da série, foi solicitado pela própria Capcom, na intenção de ocidentalizar suas franquias paradas no tempo, e a Ninja Theory, que até então tinha em seu cúrriculo, bons jogos (Heavenly Sword e Enslaved), mas nada realmente surpreendente, ficou incumbida de carregar essa cruz, o que pelo visto, ela soube fazer muito bem.
Enredo (Introdução)
O enredo, não é uma continuação dos jogos antigos, e sim, uma "re-imaginação" do Devil May Cry original, em um universo mais moderno e mais crível. Mundus (nome bem conhecido dos fãs da série), aparentemente um mega empresário, com uma aparência bem estranha, acaba de subornar o presidente, com um valor de mais de 3 trilhões de dólares, mas antes de poder cantar sua vitória, lenmbra que ainda existe uma "ponta solta", mencionando Dante, o filho de Sparda. A cena muda para Dante, um jovem problemático, mulherengo e com histórico de violência bem extenso, está curtindo mais uma noite (boa) de bebidas, night clubs, mulheres e sexo. Ao levar duas "anjinhas" para o seu trailer, o mesmo acorda na manhã seguinte sozinho, e com uma baita ressaca. Alguém bate a sua porta, ao sair, ele se depara com Kat, que diz que ele foi descuidado na noite anterior e seguido. Após isso, Dante é arrastado para o "Limbo", (aonde se passa todas as batalhas do jogo), que nada mais é, que um universo paralelo ao nosso, que acontece no mesmo lugar, mas tomado pelas trevas, assim como no filme "Constantine", e é perseguido por um Hunter, que veio atrás de sua cabeça.
Esse é o começo, que levará Dante a grandes descobertas, sobre sua origem, família, e a conspiração de um mal maior, aonde, ele possivelmente é o único que pode impedir, muita coisa ruim de acontecer, o problema, é que ele é um cara que prefere "trabalhar sozinho", e não dá o mínimo para a humanidade.
Pode conter leves spoilers das primeiras fases.
Dante conhece Kate, que o leva até o seu chefe, o líder de uma força de resistência: Virgil. A princípio, Dante não se lembra de nada, pois, teve sua memória apagada aos 7 anos de idade, devido uma "meningite". Logo ele descobre que era mentira, e que isso era um plano do seu pai para salvá-lo. Ao visitar seu antigo lar, Dante se lembra de tudo. Seu Pai demônio Sparda, sua Mãe Anjo Eva, e que ele e Virgil seu irmão, são Nephilims, criaturas meio Anjo e meio demônios, com poder de destruir até os mais poderosos demônios. Esse foi o motivo da morte de seus pais, pelas mãos de Mundus, e agora Dante quer vingança.
Após encontrar alguns personagens, e descobrir seu passado, ele mudará de ideia, e como todos esperam resolverá lutar. Esse é um resumo bem breve, de uma trama renovada e bem amarrada, com aquele toque cinematográfico Hollywwodiano, com interpretações muito bem feitas e personagens extremamente carismáticos.
Dante
Dante foi renovado é verdade, e apesar de muita gente não ter gostado do novo visual, ele continua sarcástico e espirituoso como sempre. O character design do jogo é excelente, e o personagem é extremamente convincente, e por mais que ele aparente ser um cara frio e sem sentimentos, isso não é verdade, pois, ele se importa, e tem um senso de justiça muito forte. Esqueçam aquela história de Dante atravessando espadas com o peito. A ideia aqui, é ser mais realista, assim como o Batman, e o universo criado nos filmes de Nolan, e o resultado é surpreendentemente positivo.
Gráficos:
os gráficos são muito belos, e é mais um dos notáveis trabalhos feitos com a Unreal Engine 3. Senti falta do nível de detalhes das expressões faciais apresentados o jogo anterior da Ninja Theory, Enslaved, que é um dos trabalhos mais bonitos que já ví nos jogos, porém em um modo geral, DmC é muito mais bonito, com mais detalhes, e uma ambientação bem mais variada.
Diferente dos jogos antigos, a ambientação foi bastante diversificada. Se antes, passávamos muito mais tempo em catedrais, cidades sagradas e castelos, agora a ambientação é mais urbana, com parques de diversão, cidades, fábricas e estradas. Quando você é transportado para o Limbo, as cidades e ambientes são constantemente transformados e modificados, para trazer uma jogabilidade mais desafiadora. Tudo muito bonito e bem polido, sem bugs que afetem o jogo.
Jogabilidade.
Um dos pontos mais altos da série, continua nas alturas, e com inovações muito bem vindas. Além das boas e velhas espada Rebellion e das pistolas Ivory e Ebony, que como sempre possuem seus golpes próprios, que podem ser aprimorados na tela de upgrades, agora estão presentes também as armas "Anjo e demônio", aonde as principais, são a Osiris (uma foice Anjo) e Arbitrer (um machado demônio). Ainda existem algumas variações como Aquila (punhos de anjo) e Enyx (punhos de demônio), entre outras. Essas armas, fazem a vez da novidade, para além da transformação, já conhecida pelos veteranos como "Devil Trigger", onde Dante assume uma forma demoníaca, lançando automaticamente os inimigos para o alto, ficando vulneráveis. Ambos juntos, trazem centenas de possibilidades de combos, deixando a jogabilidade extremamente mais fluida e dinâmica, aonde podemos fazer combos esteticamente lindos.
O sistema de rank de estilo de luta permanece, para diferenciar os "homens dos meninos", aonde só sabendo exatamente o que se está fazendo, é possível alcançar ranks SSS, e acumular grandes pontuações nas fases.
Como nem tudo são flores, o jogo sofre de um grande mal dos games do gênero Hack n' slash que é a câmera. Em um modo geral, ela se comporta bem, mas devido as grandes quantidades de inimigos terrestres e voadores, muitas vezes ela se perde, principalmente por não haver um botão de trava no inimigo.
Os golpes clássicos estão em sua maioria presentes, então pode esperar pelas mesmas acrobacias de dante, ao virar um furacão atirando para todos os lados de ponta cabeça, e o golpe perfurante, em que ele cruza o cenário até o inimigo e o perfura dezenas de vezes enquanto você aperta o botão.
Os puzzles não se resumem apenas a pegar algo no ponto e A e colocá-lo no ponto B, como tem sido em Resident Evil... Na verdade, diria que são mais um ponto forte do game, pois, eles geralmente são discretos, mas te exigem raciocínio, tanto para ultrapassar um ponto da fase, chegar em uma câmera que deve ser destruída no alto de alguma forma, como principalmente quanto aos extras coletáveis das fases. As vezes você vê uma chave para missão secreta, ou mesmo uma "alma perdida" presa em algum lugar aparentemente inacessível, e tem que pensar: "como eu chego lá? Será que eu já consigo com essas habilidades, ou preciso evoluir mais?" Diversas vezes me ví nessa situação, e em várias delas, acabei resolvendo após pensar um pouco e em outras, decidi voltar mais tarde, talvez com um pulo maior, ou uma arma de específica.
Durabilidade.
O game pode ser fechado no modo normal, em cerca de 8 a 10 horas, sem os coletáveis ou se preocupar com os rankings. A durabilidade da campanha é satisfatória, e os coeltáveis, exigem que você volte em algumas fases, para pegar itens raros que ainda não pegou. Isso se deve ao fato, de você precisar da arma X para abrir uma parede na fase 1, arma essa que você só pega do meio para o final do jogo. O mesmo vale para algumas habilidades avançadas que você precisa para alcançar lugares antes não possíveis. Além disso, o game possuí modos extras de jogo, com desafios de combate e tempo, além de te incentivar a jogar em dificuldades maiores. Agora, temos seis modos de dificuldade, com três abertos logo de cara e mais três a serem liberados. Além do famoso Dante Must Die, ainda temos dois níveis mais altos que são o "Heaven or Hell" e "Hell or Hell".
Som.
O som é fantástico. trilha sonora com muito Rock e technera pesada, do jeito que eu gosto, e que sempre foi característico na série. No 4, a trilha era um pouco mais "balada romântica", devido a paixãozinha de Nero pela Rose, porém, aqui tudo se encaixa perfeitamente com o clima "jovem" do jogo. A dublagem está muito bem feita em todos os casos, e as vozes foram extremamente bem escolhidas, com destaque para o Dante.
Veredito:
Devil May Cry 2013, é o rebbot que toda série cansada deveria receber. Assim como o batman de Nolan, o jogo desrespeita os jogos antigos da franquia de forma corajosa e convincente, trazendo-a para o futuro, em um ambiente muito mais "realista" e crível, com uma trama ainda assim, muito bem amarrada, que vai te prender do começo ao fim. Até mesmo, aqueles com "má vontade", por causa do novo visual do protagonista, vão encontrar um jogo sólido e cheio de qualidades, aonde são poucos os defeitos a apontar, podendo inclusive, figurar entre um dos melhores jogos da série, e um do melhores Hack n' Slash dos últimos anos.