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MASTER JNO
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Um ano depois de Diablo III e seu Erro 37 (e todos os outros que vieram depois), SimCity e a Electronic Arts enfrentam uma situação praticamente igual: um jogo que precisa estar sempre online, os serviços que não colaboram, e as pessoas que não conseguem usar um produto pelo qual pagaram. No centro disso tudo, o tal do DRM.
O Digital Rights Management (Gestão de Direitos Digitais), de modo geral, é qualquer ferramenta ou solução que as empresas usem para proteger direitos autorais e impedir a pirataria de músicas, filmes, softwares e, obviamente, jogos. E mesmo que os métodos tenham sido diferentes, esse tipo de prática já é relativamente antiga, com pelo menos 20 anos de história nos games.
Em Sam & Max: Hit the Road (1993), por exemplo, a solução era até que divertida. Você iniciava o jogo, recebia um código, combinava ele com uma contra-senha que só existia no manual. O desafio era vestir o cachorro e o coelho com as roupas certas, e só então o jogo avançaria. Já em Indiana Jones: Fate of Atlantis (1992), o jogo apresentava sinais de Sol, Lua e Vulcão em posições específicas e, de novo, usando referências do manual, você tinha que indicar os pontos cardeais certos. Os métodos eram mais simples, até lúdicos, mas a ideia por trás era a mesma: controle.
Sam & Max: DRM lúdico à moda point-and-click.
Mesmo assim, era ridiculamente fácil copiar esses jogos. Era só ter disquetes com espaço livre e digitar alguns comandos simples no DOS – uma máquina de xerox resolvia o problema dos códigos no manual. Para o bem e para o mal, os tempos mudaram. Jogos continuaram sendo pirateados e as empresas continuaram tentando proteger os seus produtos das maneiras que conseguiam. Não raro, às custas dos jogadores. Se no passado eram códigos, agora são jogos que precisam estar conectados aos servidores oficiais o tempo todo.
É perfeitamente lícito que produtoras e desenvolvedores tentem se defender contra a pirataria – afinal, elas são negócios e não casas de caridade, como disse Cliff Bleszinski. Jogos custam milhões de dólares para serem feitos e cada programador, artista, produtor e testador precisa ser pago. Mas aqui no Kotaku nós sempre fomos (e continuamos sendo) contra esses DRM nos games por um motivo simples, exemplificado com maestria pelo gif animado abaixo:
O DRM mira os piratas e acerta o consumidor legítimo.
O DRM – ainda mais o DRM online, que exige conexão constante do jogador – passa batido pelos piratas e atinge direto os consumidores de bem. SimCity foi lançado oficialmente em 5 de março. Quatro dias antes, o jogo já tinha vazado entre os piratas, com crack pronto para furar a proteção. Já existem pessoas tentando construir tanto uma versão completamente offline do jogo, quanto outra que possa ser jogada em servidores privados. Já existem jogadores criando uma petição online para que o sistema de DRM seja removido. Se tudo isso vai surtir algum efeito ou não é outra história. Mas é bem provável que os consumidores ilegais de SimCity estejam tendo uma experiência melhor que a sua, que baixou o Origin e pagou R$ 99 na pré-venda muitos séculos antes de o jogo ficar pronto.
A principal justificativa da Electronic Arts para lançar um SimCity totalmente conectado é técnica. Não seria possível, disse a publisher, fazer com que o jogo funcione perfeitamente, com todas as cidades dos jogadores interligadas online, se tudo não fosse processado e armazenado na nuvem. Em termos práticos, isso quer dizer que a sua cidade não fica salva no seu computador, mas no deles. E se der algum pau no computador deles, a sua cidade vai para o brejo. Isso aconteceu com muita gente durante a semana de lançamento do jogo.
Do outro lado dos servidores, a percepção foi outra: manter o jogador conectado o tempo todo só serviria para vigiá-lo e ter certeza que ele estaria “dentro da lei” o tempo todo. Oras, se a Ubisoft fez isso por tanto tempo (e ainda faz, de certa forma, com o UPlay), por que a EA também não poderia?
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[Vídeo: Escorpião do capeta, o DRM aplicado em Serious Sam 3 para combater os piratas]
O que a Electronic Arts disse pode ser perfeitamente verdade. Se o novo SimCity tem um aspecto social online e persistente tão forte, faz sentido que tudo fique em um único servidor. O problema é quando isso traz muito mais problemas do que benefícios para o jogador, que é o que tem acontecido. Não poder desfrutar de um produto pelo qual você já pagou, principalmente se a culpa é a da falta de preparo da empresa que o ofereceu, é inaceitável. Tão inaceitável que a Amazon chegou a tirar o jogo da sua listagem de produtos por algum tempo, dada a onda de reclamações e pedidos de reembolso. Agora ele está de volta , mas com um aviso de que pode haver problemas.
Felizmente, não são todas as empresas que gostam ou praticam o DRM. Shams Jorjani, da Paradox Interactive (War of the Roses, Dungeonland), disse o seguinte, quando a Ubisoft reclamou que “a porcentagem de jogos pirateados [no PC] chega aos 95%“:
“A Ubisoft está reclamando da pirataria… de novo. Uma curiosidade: Na Paradox nós nunca, nunca olhamos para os números da pirataria – estamos focados em nossos jogadores. Honestamente, durante os meus 3 anos na Paradox eu nunca tive uma discussão com nenhum outro funcionário sobre “o problema da pirataria”.
Cristofer Sundberg, fundador da Avalanche Studios (Just Cause), disse, em entrevista ao site GamingBolt:
"As soluções de DRM que limitam a experiência de jogo não deveriam existir. É a minha opinião sincera. Elas fazem com que pareçamos gananciosos, o que não é o caso. Elas tratam nossos fãs como criminosos, o que eles não são. Acho que mereçamos ser pagos pelos anos de trabalho duro, e acho que a pirataria está prejudicando nossa habilidade de fazer ótimos jogos".
Trevor Longino, do site de boas velharias Good Old Games, compartilha da mesma opinião ao dizer que “as pessoas pirateiam” e que não é possível impedi-las. “O que você pode fazer (…) é criar valor o suficiente na oferta do seu jogo para que as pessoas o comprem mesmo assim”. Apesar de o Steam funcionar como um tipo de DRM, o serviço permite que você jogue os seus games offline – e Gabe Newell compartilha da opinião de Longino.
A pirataria não vai desaparecer. Pelo menos não em um futuro próximo. Isso quer dizer que as empresas vão continuar investindo nesse tipo de proteção e, infelizmente, a tendência é que as grandes publishers fechem cada vez mais o cerco – é só ver os rumores de que o PlayStation 4 e o próximo Xbox não rodariam jogos usados. O que fazer, então? Petições? Talvez. As chances não são grandes, mas já funcionou uma vez. Pode ser que funcione de novo.
A nossa recomendação é protestar com o seu bolso. Você não precisa comprar SimCity no lançamento. Não precisa se matar para entrar em pré-vendas que são anunciadas quase um ano antes de o jogo ser lançado. Não precisa comprar Diablo III. Não precisa comprar um jogo que tenha DLC no disco. Não “precisa”, a rigor, comprar nada que venha embutido com condições de uso com as quais você não concorde. Se você compra um jogo com DRM intrusivo e inadequado, mesmo que você vá reclamar depois, a mensagem já está dada e a voz do dinheiro é mais alta que a do teclado.
Em um artigo da Wired, o especialista em segurança digital Bruce Schneier diz, sobre o assunto:
"Na minha última coluna eu falei sobre o debate segurança-versus-privacidade e como, na verdade, é um debate entre liberdade versus controle. Aqui vemos a mesma dinâmica, mas em um ambiente comercial. Ao confundir controle com segurança, as empresas podem forçar medidas de controle que trabalham contra os nossos interesses ao nos convencer que estão fazendo isso para a nossa própria segurança."
As empresas querem estar no controle, mas quem escolhe se vai ser controlado ou não é você (às vezes, infelizmente, sob a dura pena de não jogar algo que tanto queria).
Fonte: http://www.kotaku.com.br/artigo-drm-pirataria-sim-city/#more-136666
Kotaku tá viajando na maionese, tá falando besteira ainda mais agora que os consoles vão possivelmente fazer uso disso! Console é tudo de bom, só da zebra com PC!
Ficar conectado 100% a internet para poder jogar um simples single player é MEGA, ULTRA, BLASTER, IRADO, é o sonho de qualquer jogador hardcore com "H" maiúsculo. Não tem problema algum quando estiver chovendo e a conexão em minha casa ficar caindo de minuto em minuto dificultando minha jogatina diário ou se o servidor deles der pau...pqp...é totalmente compreensivo e aceitável essa situação de minha parte.
Não importa se eles (produtoras) vão resolver o problema daqui 1 semana ou daqui 3 meses ou se vai resolver definitivamente o problema ou se vão só empurrar com a barriga aos trancos e barrancos, o que eu quero mesmo é que os consoles sejam 100% dependentes da internet para os jogos poderem funcionar e eu como gamer ser feliz, os contra-tempos são fáceis de resolver, basta eu desligar o console e ir fazer outra coisa horas. x)
Eu aceito de bom grado ser controlado para em fim combater a pirataria, mesmo eu sabendo que nada disso vai adiantar visto que o pessoal do mercado cinza vai conseguir burlar/quebrar em zilhões de pedaços essa dita "segurança" e assim os donos de consoles destravados vão jogar de boa enquanto eu vou me divertir aos trancos e barrancos sendo penalizado com as medidas de segurança disfarçada de necessidade porque só jogando online, 100% conectado a internet é que o jogo será HIPER, MEGA, ULTRA, BLASTER, IRADO. E dai que os jogadores do mercado cinza vão jogar numa boa sem sofrimente e off line? Pow, mesmo com total dificuldade por ter uma internet porca no nosso país ou por conta dos servidores das produtoras darem pau etc, vou ter certeza que EU vou ter a melhor experiencia do jogo, é só uma questão de conseguir conectar e dar sorte de não dar problema na conexão e pronto, bora jogar. O dia que a internet ficar ruim ou não funcionar, NO PROBLEM, faço outra coisa.
Kotaku, pára de falar mal do DRM e do fato de ter que ficar conectado 100% a internet, pow, isso é o FUTURO e mesmo com todos os problemas que vão surgir, ainda sim, vejo esse ato das empresas não como uma opressão, não como uma ditadura, não como um CONTROLE, vejo com bons olhos toda a boa intensão dessas empresas para com nós gamers que compramos os jogos originais. Vou gastar minha grana com novos consoles só se for obrigatório ficar conectado a internet! !thumbsup
JOGAR ESTANDO 100% CONECTADO É O FUTURO E EU APOIO ESSA INICIATIVA -100%! E VOCÊ?