A Blu-ray Disc Association (BDA) anunciou oficialmente no mês passado o padrão de altíssima definição: o Ultra HD Blu-ray. O que a nova especificação faz, basicamente, é adicionar compatibilidade à resolução 4K em mídias Blu-ray – precisamente, 3840×2160 pixels. O padrão também traz suporte a uma gama maior de cores e pode trabalhar com taxas de até 60 quadros por segundo.
O Ultra HD Blu-ray suporta também a novíssima tecnologia High Dynamic Range (HDR) que saiu para as TVs de 4K em 2015, os padrões de áudio DTS:X e Dolby Atmos, além de um recurso opcional chamado Digital Bridge que permite ao usuário visualizar o conteúdo do disco em diferentes dispositivos (tablets, smartphones, entre outros).
A intenção da BDA é certamente aproveitar o lento, mas constante crescimento do segmento de televisores 4K nos próximos anos. Serviços de streaming, como o Netflix, estão aumentando aos poucos a oferta de vídeos com essa resolução, portanto, a demanda só tende a aumentar. Mas como nem todo mundo quer ou pode contar com uma conexão à internet para streaming em 4K, o Ultra HD Blu-ray deve encontrar algum espaço no mercado. Oficialmente, streaming de conteúdo 4K exige, pelo menos, 15 megabits por segundo para funcionar bem, mas eu consideraria esses "dados oficiais" com um gigantesco pé atrás. Ainda mais no Brasil onde se vendem 15 megas e raramente se entregam 10. 25 megas e acima é o exigido "na realidade" para uma exibição sem pausas ou quedas de qualidade. E mesmo assim, se seu provedor impõe "cotas de download" mensais, streaming de conteúdo 4k definitivamente não é para você.
Algo a se considerar é o fator custo desse novo formato que exigirá discos com capacidade de 66 GB ou 100 GB. Essas unidades têm, respectivamente, duas e três camadas para armazenamento de dados, e consequentemente, não serão baratas. Lançamentos de filmes em Blu-ray no país saem por 100 reais, ou mais se forem versões em 3D. O UHD ficará acima desse valor.
Além disso, você terá que trocar o seu player, já que, com uma possível exceção ou outra, os reprodutores atuais não serão compatíveis. Samsung e Panasonic estão entre as companhias que já estão trabalhando nisso. Esses aparelhos, vale frisar, também serão compatíveis como discos Blu-ray “normais”. O licenciamento da tecnologia deve começar ainda neste trimestre. Assim, é de se esperar que os primeiros filmes e players Ultra HD Blu-ray cheguem ao mercado até o final deste ano e início do ano que vem.
Um outro passo que deve acelerar o avanço das resoluções UHD na sala de TV é que mais filmes estão sendo planejados para serem gravados em formato 6k para o cinema, visando salas IMAX. Para os próximos 4-5 anos já foi confirmado que Rogue One (o primeiro spin off de Star Wars), se juntará a Missão Impossível: Rogue Nation, Capitão América: Guerra Civil e Vingadores: Guerras Infinitas 1 e 2 estreando os filmes UHD no cinema.
Então devo correr e comprar uma TV 4K para ontem? Não. Como já disse em outros tópicos nessa sessão, por enquanto, o conteúdo 4K é minúsculo e não passam de uns poucos shows no Netflix e uns 20 remasterizações de filmes antigos, mas já a partir de 2017 deverá ser corriqueiro todo filme lançado em Blu-ray possuir uma versão UHD. Eu diria que entre o fim de 2016 e início de 2017 fica justificável adquirir uma tela 4K em virtude da grande oferta de conteúdo para ela. E eu também recomendaria esperar pelas TVs 4K do ano que vem. As telas de 2014 sendo vendidas a preços convidativos de 3 mil reais ou até abaixo disso são boas, mas possuem lags altíssimos, e em termos de imagem, os modelos 2015 são MUNDOS melhores por causa de uma tecnologia que mencionei no início - o HDR. Ela intensifica a distinção entre as cores, principalmente entre claro e escuro, tornando as cores bem mais vivas, atribuindo grandes detalhes em áreas de sombras, e intensificando a iluminação nas cenas. Nos modelos 2015 apenas as telas mais caras possuem HDR, mas a partir do ano que vem, mesmo as telas 4K de entrada, devem contar com o recurso.
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