“Ô Cridê, fala pra mãe!”É, as vezes a TV me assusta.Vejam o que ocoreu ontem, minha esposa me enviou um SMS falando que estava vendo o Moacir na televisão! Para quem não sabe o Moacir, também conhecido como PC Engine Fan, é o maior colecionador de games do Brasil.Fiquei feliz e tal, afinal é um amigo meu na TV, e a noite fui ver o video do programa. Por favor, assista a este video de 6 minutos: [link=[url="http://maisband.band.com.br/?CodMedia=18397"]http://maisband.band.com.br/?CodMedia=18397[/url]]maisband.band.com.br/?CodMedia=18397[/link]Destaque para o texto que acompanha:"Debate: Viciados em vídeo gameNo debate o médico Psiquiatra Dr. Aderbal, revela quais são as características de um viciado, como os pais devem agir. Moacir Alves, 36 anos, viciado em games, possui 141 tipos de vídeo games e maisde 3.000 jogos."Assistindo o video você consegue perceber o quão tendenciosa foi a apresentadora? Ela queria porque queria apontar o vício da coisa. Deixaram o Moacir largado e ignorado no sofá jogando video-game (coitado, um PS3) e nem deram abertura para ele mostrar o que ele realmente é e o quanto ele representa para famosa comunidade gamer.Para quem não conhece o Moacir vou resumir: é um colecionador de video-games, que conhece não só o produto “game” mas todo o mercado que os games afetam. Ele esta escrevendo um livro sobre o impacto dos games na sociedade e faz diversar palestras sobre o tema (Sociedade + games). É uma pessoa extremamente sociável, no video ele comenta que vai em festas/encontros e a apresentadora cutuca: “Mas sempre em torno dos games, né?”. Pois bem, já ví o Moacir sair no meio de encontros pois estava para fechar uma nova franquia do seu estacionamento (ou algo parecido), ou seja, por mais “viciado” que ele seja, o profissional não fica de fora. E mais, o profissional nada tem a ver com games, ele é dono de estacionamentos e não de uma Lan-House!Mas porque a apresentadora fez o que fez para taxá-lo como um nerd-viciado-sem-vida-social?Isso eu estudei no meu MBA: produtos substitutos. Sim, enquanto você joga video-game você não assiste TV. E além de você não assistir você impede que outras pessoas utilizem o aparelho de TV para assistir. Ou seja, as emissoras de TV perdem telespectadores e consequentemente perdem valor (deixando de cobrar por marketing e etc…). Então nada mais coerente (por parte da Emissora) denigrir a imagem de um produto substituto em um programa onde se formam opniões de, na sua maioria, “donas de casa” e estas acabem limitando seus filhos a se divertirem com seus video-games.Bom, porque a Band não comenta dos vícios de torcedores de times de futebol, que consomem os jogos e informações de jogos todos os dias? E por muitas vezes sendo realmente viciados, deixando sua familia para assistir jogos do seu time do coração? (Vejam bem, nada contra, só uma comparação). Claro, a Band vende futebol!Parece óbvio?Mas porque estou escrevendo isso? Não é para defender o Moacir, conheço ele o suficiente para saber que ele vai tirar isso de letra. Não é para defender a comunidade gamer, a maioria esta cagando e andando para a opinião do povo. Escrevo isso pela preocupação do que estamos consumindo por aí.Falei deste assunto de game pois me chamou a atenção e conheço o outro lado da história (do gamer). Mas e o tanto de informações que consumimos (e aqui não fiquemos restritos só na TV) que não entendemos a fundo, e por muitas vezes estamos tendo contato com a informação pela primeira vez neste consumo. Será que não estamos sendo manipulados?Ok, você não se convenceu, então vou dar dois fatos que ocorreram comigo e encerrar o post.1 – A esposa de um amigo meu é jornalista de uma filiada da TV Globo, e ela precisava fazer uma reportagem com viciados em jogos, no caso poker e bingo. Como o prazo era curto ela não conseguiu depoimentos nem autorização das casas de bingos/poker para filmagens, o que foi feito? Claro, tudo em relação aos viciados foi encenado. Colocaram atores dando depoimentos com vozes distorcidas e rosto oculto e mesas de carteado do Estúdio X da emissora. A única coisa verdadeira era a opinião os estudiosos que tratam o vício das pessoas.2 – A um tempo o prédio que eu trabalho foi assaltado, arrastão geral. A empresa onde trabalho foi a mais lesada, mas a noticia que saiu no jornal era levemente diferente do real. Obviamente nao entrarei em detalhes, mas era diferente a ponto de “minimizar” a situação.Sem mais.