Análise Tomb Raider renasce com estilo

caddelin

Guerreiro
Fevereiro 3, 2007
1,750
758
Curitiba
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Reinicializar franquias tem sido uma tendência de sucesso nessa geração. Já dediquei inclusive um artigo a esse respeito. Devil May Cry, Mortal Kombat, são ótimos exemplos para demonstrar como franquias que vinham se tornando repetitiva e sem inspiração podem melhorar se resolvem reinicializar sua história e conteúdo.

Tomb Raider acaba de se unir a esse time de experiência de reinicialização bem feita. Aliás, pode ser o melhor de todos os exemplos.

Tomb Raider é um ícone na história dos jogos. Um jogo que, ao lado de Prince of Persia, definiu os critérios e as exigências do que se espera de um bom jogo de aventura.

Uma personagem carismática (ainda que apelando em vários títulos para a sensualidade), quebra-cabeças desafiadores, mecânica de jogo, posicionamento e ângulo de câmera, foram apenas alguns, dos vários elementos que Lara Croft trouxe ao gênero nos seus primeiros títulos.

Mas a franquia vinha claudicante. Para cada título razoável lançado sob o selo Tomb Raider, havia pelo menos dois abaixo da crítica. O último, Tomb Raider Underwold (descontando-se, assim, Lara Croft and the Guardian of Light, que segue outro modelo), era um jogo de várias qualidades, mais ainda se tivesse sido lançado no início dessa geração. Mas em um gênero que passou a ter e exigir um nível completamente diferente de qualidade desde Uncharted, simplesmente não servia de competição.

Com o novo título, denominado simplesmente de Tomb Raider, tudo isso muda.

Primeiro no aspecto técnico e estético. O novo jogo rompe com a tradição relativamente cartunesca que ainda imperava nos títulos anteriores, em favor de texturas que confiram maior realismo e fidedignidade ao ambiente. Em segundo lugar, aposta alto em um ótimo trabalho de voz dos atores que interpretam os personagens. Em terceiro lugar, souberam ao mesmo tempo conciliar e explorar ao máximo as limitações de reprodução gráfica dos atuais consoles, e também permitir, na versão para PC, que o jogo pudesse reproduzir uma qualidade gráfica superior, conforme o hardware disponível.

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Mas não é apenas a beleza estética que merece aplausos. Também a dinâmica de jogo. Ainda que mais simples e de fácil resolução comparado a títulos do passado, o novo jogo consegue conciliar de forma ainda melhor do que Uncharted um equilíbrio entre momentos de ação e tiroteio, exploração e resolução de problemas.

A câmera de jogo também merece aplausos pela sua utilização bastante variada. O jogo na maioria das vezes consegue encontrar com perfeição o melhor posicionamento da câmera para que o jogador possa visualizar a ação se desencadeando, e, quando não dá liberdade para o jogador movimentá-la a seu prazer, sabe utilizar zooms, tomadas laterais e panorâmicas de acordo com o momento apropriado de jogo. Além disso, e seguindo a tendência cinemática que Uncharted trouxe ao gênero, o jogo também apresenta muitos métodos de manuseio da câmera similares ao do cinema contemporâneo, com a câmera balançando em momentos de maior ação, e até tremendo quando Lara treme de frio.

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Mas talvez o maior avanço do jogo tenha sido a muito bem feita transição entre o antigo modelo de jogos de aventura, que de certa maneira ainda está presente no concorrente direto de Tomb Raider, Uncharted, que é precisamente a abordagem “encantada” da aventura. Com efeito, ignorados os tiroteios eventuais e as cenas de combate, os jogos de ação do gênero tendiam a dar uma aura de glamour para toda a exploração. O aventureiro é bonachão, os lugares visitados são lindos e paradisíacos e nenhum obstáculo ou dificuldade que apareçam afetam a determinação do personagem.

Agora não. O jogador sofre com a personagem desde o começo. Lara tem dificuldades naturais de qualquer ser humano para explorar os ambientes hostis que se apresentam para ela. Nada é elaborado ou complexo, tudo que se enfrenta é rudimentar, mau conservado, caindo aos pedaços. A beleza estética das ruínas exploradas está lá, mas não é mais aquele lugar estranhamente conservado, limpo, belo, quase surreal de outros jogos. É sujo, escuro e eminentemente perigoso. Não por conta de armadilhas ou de mecanismos estranhamente avançados para ruínas antigas, mas pelo simples risco natural que explorar florestas, cavernas e antigas construções destroçadas apresentada para qualquer pessoa que se aventurasse em algo parecido.

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É claro, ainda estamos falando de uma heroína de jogo de videogame. É claro que isso não significa que a personagem seja absolutamente incapaz de realizar façanhas virtualmente impossíveis para qualquer ser humano. Mas mesmo as ocasiões em que isso ocorre são apresentadas em momento de risco e perigo bem integrados às circunstâncias de jogo.

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A soma da excelente utilização de câmeras, o equilíbrio entre os momentos de ação, exploração e aventura e ainda a abordagem mais séria, adulta e verossímil sem dúvida alguma servirão de marco para futuros jogos dentro do mesmo gênero.

Isso não quer dizer, é claro, que o jogo seja perfeito. Ele tenta vender a imagem de um universo aberto, mas não consegue disfarçar a linearidade da maioria de suas cenas de ação. Os quebra-cabeças que o jogador precisa resolver estão muito mais simples do que qualquer outro jogo da franquia, e a utilização da ferramenta de “instinto de sobrevivência”, que destaca os pontos de interesse no cenário (no mesmo estilo de Batman: Arkham Asylum) facilitam ainda mais o que já era relativamente simples. Mesmo em níveis maiores de dificuldade as cenas de combate não chegam a desafiar o jogador e, também aqui, o jogo tenta sem muito sucesso disfarçar o fato de que o comportamento da IA é bastante roteirizado.

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As deficiências acima, contudo, não obscurecem as qualidades anteriormente apontadas, mas apenas faz com que esse jogo, um dos melhores em seu gênero, não seja um dos melhores de toda a geração. Ainda assim, uma produção da qualidade que uma personagem como Lara Croft pode, e deve, sempre exigir.

Vamos torcer que os futuros títulos da franquia sigam essa tendência vencedora. Lara merece.
 

Scarfella

Jogador
Abril 20, 2010
7,639
1,288
Bela analise caddelin... Concordo com tudo...O jogo é simplesmente sensacional, e uma revitalizada que a série precisava... Estou gostando demais do jogo... Nunca acharia ruim, as coisas "sobre humanas" que a Lara faz durante o jogo, pois, se não fizesse não seria a Lara Croft... A única coisa que senti falta mesmo, é um pouco de carisma e detalhes para os demais personagens da história... Parece que o jogo é totalmente focado na Lara, e esquecem um pouco dos demais... Isso, só para citar claro, é uma das coisas que mais gosto em Uncharted, a capacidade e cuidado de criar vários personagens críveis, com personalidades tão diferentes, e detalhes tão únicos...

Também achei o modo multiplayer desnecessário, mas a campanha tem ótima duração (maios que a de Uncharted), e isso não atrapalha...

Quanto ao jogo ser mais linear do que parece, tb nem acho problema... Tomb Raider sempre foi linear, e ainda assim, ele é menos linear que Uncharted... Pena que a caça e colheita, nao servem pra quase nada além de XP, mas ainda assim, são bacanas, mesmo nao sendo nenhum Farcry 3...

Também gostei do reboot da Lara, que passou daquela mulher destemida e perigosa, para uma fragil e determinada... Sinto falta dos jogos que tem personagens femininas, mas não apelam para a sensualidade... Você sente vontade de abraçara anova Lara... Dar proteção, e não fica olhando ela rebolar, ou fazer coisas sexys... Essa abordagem menos romântica e mais "feia" e sofrida, caiu muito bem para o jogo...

Espero que dessa vez a franquia se mantenha no topo... Sou fã esse o Psone e ficava pulando de Resident Evil para Tomb Fazer o tempo todo... Quando lançaram o Legends, achei que a série iria deslanchar de vez, mas acabou caindo um pouco no mais do mesmo com aniversary e underworld... Vamos ver agora...
 

Kamikaze MG

Jogador
Setembro 16, 2008
369
0
comecei a jogar ha pouco e fiquei encantado, pra quem nunca jogou uncharted da pra ter uma noção de como o exclusivo da sony quebrou barreiras nessa geração, e o melhor de tomb raider é esse clima survival, mto bom mesmo
 

Rickgaiden

Jogador
Fevereiro 9, 2007
189
0
Pra mim o TR não é muito igual ao Uncharted, achei bem diferente a proposito, de igual apenas as plataformas, os tesouros e parte sobrenatural e a ação cinematográfica, de resto TR é totalmente diferente, Tomb Raider vc evolui ao longo do jogo, a exploração é maior, a liberdade, mesmo que camuflada é muito superior, TR se passa em uma ilha com o tempo fechado na maioria das vezes, Uncharted, faz cortes, e de uma hora para outra vc já rodou o globo, o combate em Uncharted tem um foco muito maior, em TR é apenas pretexto para a história, mas ambos tem seus prós e contras, achei interessante o modo como foi colocado a cobertura de TR nos combates, ficou até bem feito, vc chega na cobertura e a Lara já abaixa, bem dinâmico, pode virar a ser padrão quem sabe.
 
Outubro 21, 2008
9
0
Ja zerei o TR e posso dizer que o unico defeito que vi no jogo foi o fato das armas desaparecerem e determinados momentos .. acho que devia ser como o Gears, GR, por exmeplo ... mas zerei ele em 96% ... e posso dizer que junto com Alan Wake e Dead Space .. é o jogo que mais gostei dessa geração inteira ! Com menção honrrosa para o Batman :eek:)
 

BlindNight

Jogador
Novembro 25, 2008
265
1
Zerei duas vezes. Jogo muito bom. Concordo o que a analise disse, o jogo no Hard é bem facil.
 

man_overb0ard

Jogador
Março 7, 2007
209
2
São Paulo
JoaoToxic;n425387 disse:
Jogo foda, melhor do ano até agora.

Muita calma com esse comentário aí!
Chegou a jogar o Bioshock Infinite?

Joguei o Infinite e logo depois terminei o Tomb Raider. A diferença é muito grande.
Lógico que são opiniões diferentes, mas estou analisando pela impressão geral da imprensa especializada.
Tomb Raider é um grande jogo, muito divertido, bons gráficos, excelente jogabilidade, história mediana.
Chega um momento em que a história já está se arrastando um pouco... e fica a diversão, a exploração, o combate!

Já Bioshock Infinite é provavelmente o melhor jogo da geração... se não o melhor, TOP 5 da geração certamente.
Tomb é um ótimo jogo, mas não figura nem entre os 20 melhores da geração.
Acho complicado falar que é o melhor do ano, se não foi nem o melhor do semestre. hehehe!
Mas respeito sua opinião.
E se não jogou o Infinite, corra para jogar.
 

caddelin

Guerreiro
Fevereiro 3, 2007
1,750
758
Curitiba
Bioshock Infinite já é o melhor jogo do ano.

E nem precisa esperar o resto do ano para dizer isso.

Basta olhar a tendência dos últimos anos e os títulos ainda previstos para esse ano para sabermos que nenhum jogo chegará aos pés de Bioshock. Aliás, para não dizer que nenhum jogo será capaz disso, temos Watch Dogs podendo sair esse ano, com alguma chance de fazer frente a ele. Mas é só.

Por enquanto eu acho Tomb Raider um bom candidato a TOP 5 DO ANO, mas Infinite, como man_overboard mencionou, é TOP 5 de toda a geração. É covardia comparar.
 

John.

Jogador
Setembro 7, 2010
3,272
477
Belo Horizonte
Sério. Eu nem se quer terminei o infinite ainda....Não me agradou. Estranho , porque adorei o primeiro, agora o Infinite, parei na metade , vou ver se volto a jogar amanha e zero nessas horas restantes. Mesmo assim o jogo não me prendeu....
Diferente de TombRaider , que prendeu minha atenção do inicio ao fim, zerei em 2 dias.
 

caddelin

Guerreiro
Fevereiro 3, 2007
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Curitiba
É que os gêneros são diferentes, John. O fato de um jogo ser o melhor do ano não significa que ele vá agradar todo mundo. Não é heresia achar Tomb Raider melhor do que Bioshock, mas se nós formos olhar quais são os elementos que fazem um bom FPS, Bioshock tem nota máxima em todos eles. Já se formo checar todos os elementos que fazem um bom jogo d eação, Tomb Raider vai muito bem na maioria, mas tem espaços para melhora. Mas eu acredito que Tomb Raider, pelo menos no gênero de jogo de ação, vai ser o melhor desse ano.
 

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