Um debate sobre a IA nos jogos

jackzsul EX

Guerreiro
Março 10, 2014
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criei esse tópico aqui porque imagino que vai abranger jogadores de todas as plataformas.

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Recentemente comecei a jogar de novo DA Inquisition mas desta vez com as DLCs. Meu gameplay anterior havia sido no modo pesadelo, a dificuldade máxima do game, e quando retomei meu save 6h antes do fim do game e fazer as missões que deixei pra trás e iniciar as DLCs me deparei com um sentimento que mesmo não sendo incomum, me pegou de surpresa: saturação. Não do jogo em si, mas da dificuldade proposta que não agregava em nada a experiência, que só joguei nela por causa da conquista atrelada a mesma.

E isso vejo em 90% dos games que joguei desde o ano passado. O aumento da dificuldade nada mais é que vc causar menos dano e tomar mais dano. Não há diferença de estratégia para vencer esses inimigos no Hard, Insano, Brutal seja o que for. Poucos jogos oferecem uma nova experiência ao se aumentar a dificuldade.

Citarei exemplos de alguns games que joguei onde a dificuldade impactou na experiência de forma positiva ou não:

1. Alien Isolation
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Sem conseguir me recordar de outro game onde vi uma IA tão boa e desafiadora, Alien Isolation realmente te dá uma nova experiência ao jogar no difícil. No início, pensei que fosse uma IA que se comportasse como as outras nesses modos de dificuldade, mas conforme avançava no jogo, percebi quão desafiante ela era. Não foi só dar ao Alien uma visão mais apurada, ou um ouvido mais aguçado, além dessas coisas ele também se comportava diferente. A IA mais difícil proporcionava momentos de tensão enormes, como poucas vezes senti num game. Saber que ao menor barulho o alien apareceria pra investigar me fazia pensar várias vezes antes de avançar ou colocar uma tática em prática. E não era apenas isso, dar bobeira muito tempo num lugar não era muito sábio, Foi o jogo que me fez recuperar a vontade de jogar. Me senti na pele da Ripley, o medo dela, a impotência dela diante da perfeita máquina de matar.

Poucas vezes num jogo não fiquei com raiva de morrer várias vezes num mesmo lugar. Com o tempo aprendi a usar o Alien a meu favor também e sem ter como enfrentá-lo, sabendo que a morte espreitava a cada ventilação ou porta se abrindo, tive uma experiência maravilhosa com este jogo.


2. The Last of Us
Apesar da velha fórmula de infringir menos dano e receber mais ser presente na IA mais difícil, a supressão do modo de escuta muda sim a experiência do game. Não é algo que faça ser um jogo novo, crie tensão ou faça vc pensar mais que na primeira vez que vc jogou. Ele figura a lista por oferecer algo um pouco diferente sem o modo de escuta do que o habitual "100 tiros pra matar um inimigo". Se isso impacta pro bem ou pro mal, até agora não sei. Fiquei dividido aqui.


3. Uncharted (série)
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Controles acertados e precisos, bons personagens e uma história que dava pro gasto. Aliados aos gráficos bonitos o game só deixa a desejar na IA que não oferece nada a mais para a experiência. Uma pena a IA não fazer diferença nos modos mais difíceis, apesar de não tirar o brilho do game, não é algo que te desafia. Se vc souber as partes onde passar batido e onde entrar em confronto, vc já tem metade do que é preciso pra jogar no modo Esmagador. Se sua mira for ruim, esqueça pois vc só terá raiva e não uma nova experiência. Matar certos inimigos com dois headshots, dar 5 tiros do lança-granadas pra passar daquele outro e nada mais. Saber gerenciar sua munição, em quem atirar primeiro e onde se proteger é tudo que o jogo pede no modo mais difícil.


Com a chegada do Scorpio, até agora vi que nada nesse cenário vai mudar e que poucos jogos vão continuar oferecendo uma nova experiência se jogado nos níveis mais difíceis. Vejo tanto potencial sendo desperdiçado em nome dos gráficos, que eu tbm gosto muito, que temo pelo meu futuro como jogador, já que hoje, ainda jogando bastante, não me importo mais com o desafio e sim com a experiência. Só que percebi em Alien Isolation que uma boa experiência pode ser seguida de um bom desafio, não em acertar 5 tiros em 3 segundos e avançar, mas desafiar o jogador a pensar como ele pode ser mais esperto que a máquina, como usar aquilo que nós humanos temos, pra vencer os limites impostos pelas IAs. Os jogos hoje estão mais fáceis que na minha infância. Mas também estão mais complexos, mais imersivos e a tecnologia abre caminhos para novas experiências, que hoje são focadas apenas em atirar, atirar, atirar e avançar. Há espaço para fazer tantas coisas e poucas parecem cair no gosto de um consumidor que parece não se importar.

"Jogar é como ir a uma galeria ver uma exposição de arte. Alguns quadros te chamam atenção e vc admira, mas logo segue em frente. Por outros vc passa direto e há aquele que te fez pensar, que vc admira e entende sua profundidade. Toca a sua alma."
 
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