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MASTER JNO
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O Wii U é o primeiro console em seis anos e o sexto console que a Nintendo já fez em toda sua história.
O Wii U chega cheio de expectativas. De certa forma, a plataforma dá os primeiros passos na nova geração de consoles, uma geração que deve ver em breve o lançamento de um novo Xbox ou um novo PlayStation no ano que vem. Portanto, o console da Nintendo foi lançado em meio a pressão de mostrar um grande salto tecnológico. Ele precisa mostrar a o que veio: o Wii U é um fenômeno tão volumoso quanto o Wii ou apenas um meio-termo como foi o GameCube?
A Nintendo não vai a lugar alguma, mas a questão é quão longe o próximo Wii vai chegar.
Temos uma máquina que é tão poderosa quanto um Xbox 360 ou um PlayStation 3 e apresenta um novo método radical de se jogar games em casa com um controle sensível ao movimento, com câmera, dois joysticks analógicos e que ainda tem uma tela de toque de 6,2″.
No mínimo, temos um notável concorrente novo no mercado.
Consoles são difíceis de serem julgados no seu primeiro dia. Os desenvolvedores normalmente precisam de um tempo para se acostumarem com o hardware para criar um jogo espetacular nele. No seu primeiro dia, o console é um baú de possibilidades, e não um catálogo de obras de arte instantâneas. Os consoles também não são mais estáticos: eles evoluíram e ganharam acesso à internet, atualizações de firmware e novas funcionalidades que surgem todos os meses e anos. O Wii U é o resultado de todos esses fatores. Ele tem um catálogo de lançamento forte, mas não brilhante, e já começa o seu ciclo sem um das duas novidades prometidas – o serviço TVii – no dia de lançamento.
O que achamos da máquina até agora?
O Wii U não é o Wii
No começo, o Wii era apenas um periférico para um dos games mais simples e populares de todos os tempos: Wii Sports. Esse jogo ganhava a afeição das pessoas instantaneamente. No seu lançamento, o Wii U não tem um jogo que causa o mesmo impacto (e nós testamos esse jogos em todos os tipos de pessoas; inclusive, gravamos alguns resultados). Também não tem um jogo que supere a maior de todas as desculpas de se comprar uma plataforma da Nintendo no primeiro dia: Super Mario 64.
Certamente há alguns destaques no lançamento do Wii U, mas nada que livre o novo console de ser julgado apenas como o hardware que é, independente dos seus jogos.
O Wii U é um hardware melhor que o Wii, o GameCube ou qualquer outro console caseiro da Nintendo.
O Wii U é uma máquina bem potente. Pela primeira vez, um console da Nintendo não parece ter sido feito com restrições. Já sei foi a era dos controles do GameCube com três botões laterais enquanto seus competidores tem quatro. Também se foi a era da falta de capacidade de alta-definição do Wii em uma TV HD. Também foram-se as desculpas e exceções que deixavam os consoles da Nintendo sempre atrasados em relação a seus oponentes.
Com Wii U, a Nintendo finalmente carrega em suas inovações os padrões da indústria. Em volta daquela interessante tela no seu GamePad, temos dois joysticks analógicos clicáveis, um d-pad, quatro botões e o quarteto de botões laterais com que qualquer jogador de Call of Duty ou Ninja Gaiden já está acostumado. O Wii U também suporta controles opcionais parecidos com o do Xbox 360, tem gráficos em HD e essencialmente dá à nova plataforma da Nintendo o fundamento tecnológico que, teoricamente, garante que o Wii U poderá fazer qualquer coisas que os seus rivais podem fazer hoje em dia. Ele roda jogos modernos feitos na Unreal Engine 3 e toda a potência necessária para dar vida aos novos Call of Duty e Assassin’s Creed que chegaram há pouco.
O Wii U se encaixa nos padrões dos consoles modernos so mesmo tempo que tem suporte para os controles de Wii e, portanto, serve também como uma versão HD do Wii. Ele faz tudo isso e ainda apresenta novas possibilidades bem pensadas para o futuro dos games.
Finalmente, a Nintendo lançou um console que quase não tem pontos negativos.**
**O console precisa de dois asteriscos de explicação quanto à sua capacidade: 1) Sua memória interna, seja no modelo de 8GB ou no de 32GB (nenhum dos dois oferece um espaço muito bom), é muito pequena para armazenar o conteúdo de pós-lançamento de jogo de companhias como EA, Activision ou Take Two; 2) O suporte para periféricos, especialmente os de voz e comunicação é, a princípio, limitado. Quanto ao problema do armazenamento interno, a Nintendo oferece o suporte de HDs externos e certamente terá capacidade para lançar Wii Us com mais capacidade no futuro. O problema dos periféricos pode também ser resolvido com o tempo, uma vez que as outras empresas de acessórios se acostumem com o novo console da Nintendo.
Mas como eu disse, o Wii U quase não tem pontos negativos.
Uma tela grande em um controle é uma ótima ideia
O Wii não inventou o controle de movimento e certamente o Wii U não inventou o conceito da segunda tela em um controle. Como o Wii, o Wii U simplesmente pega uma ideia já testada e a aplicada de forma inteligente. A sua inovação com a segunda tela deve animar qualquer pessoa apaixonada por games de console.
Nele, os games ficam ainda melhores.
Não há muito o que temer em relação à tela do GamePad. O controle não é muito pesado, não é distraente e sua bateria aguenta de duas a três horas. Caso seja necessário, você pode usar um cabo longo para usar o controle sem a necessidade das pilhas.
Há muito com o que se divertir com a tela do controle, que adiciona várias conveniências novas aos games de console:
•A tela aumenta e magnifica o campo de visão de um jogador, movendo os mapas e inventórios para um display secundário que permite a todos esses elementos serem mostrados de forma prazerosa e legível. Isso é útil e confortável. Sim, um jogador agora deve olhar para baixo para ver um mini-map em, digamos, um Assassin’s Creed III da vida, mas agora o mapa é muito maior em mais prático. O mesmo vale para a agora-sempre-presente Power Wheel de Mass Effect 3. Esse elementos dos games modernos antes se espremiam em um canto da TV ou se escondiam no menu principal. No Wii U, graças à segunda tela, tudo isso se tornou mais acessível.
•Você pode usar o console quando sua TV está desligada ou sendo usada por outra pessoa. Games como Madden NFL 13, Call of Duty: Black Ops II e New Super Mario Bros. U podem ser jogados diretamente na tela do GamePad. Por não usar fios e funcionar a até 8 metros do console (isso pode variar), esses games “fora-da-TV” podem ser jogados longe de onde o Wii U ou a TV se encontram. Os jogos rodam sem problemas no GamePad, graças a todos os botões e joysticks disponíveis no controle. De repente, os games de console não mais dependem da TV. É um luxo que poucas pessoas desejavam, mas é incrível ter algo assim. É um elemento novo e muitos usuários do Wii U iram estranhar a novidade no começo, mas logo vão perceber como é incrível desligar a sua TV e perceber que o console não só não está desligado como ainda funciona normalmente no GamePad. Você pode usar o Wii U depois que desligar a TV. Essa é uma grande, grande novidade.
•Você ganha uma interface sensível ao toque para jogos de console. Seja com um stylus ou com a ponta do dedo, o GamePad consegue emular a segunda tela sensível de um DS, ou simplesmente pode ser usada para arrumar os itens na mochila em ZombiU apenas arrastando-os na tela. Um mini-game mais simples que Pikmin e que está incluso no pacote de games do Nintendo Land mostra como um stylus em um controle pode transformar os games de estratégia em um console. O Madden NFL 13 também permite criar novas jogadas instantaneamente com alguns apenas movimentos e desenhos em uma prancheta virtual à mão do jogador.
•Você pode jogar um multiplayer local com telas separadas, e a tela não precisa ser dividida quando dois jogadores estão um mesmo ambiente.
•Você pode reconfigurar o controle e adicionar novos botões virtuais caso o jogo precisa de uma interface expandida.
•Se a tela for combinada com o sensor de movimentos do controle, o jogador pode usar o GamePad como um visor prático para um mundo virtual que parece existir a sua volta. Esse efeito é usado em ZombiU e no jogo de Zelda em Nintendo Land, permitindo ao jogador que tenha o GamePad nas mãos a ver o mundo do game em sua tela enquanto mexe o controle para ver o céu, o chão ou dar uma olhada no que está ao seu redor. A tela de TV talvez crie a ilusão que estamos observando um portal para um mundo virtual. O GamePad dá a sensação que um mundo virtual invisível está em volta do jogador. Dá uma leve sensação de realidade virtual se o jogador estiver disposto a levantar do sofá e curtir o conceito do controle.
Alguns podem ter desejado uma tela de multi-toques ou que tenha a capacidade de reagir a movimentos dos dedos. Talvez seria bacana ter suporte para movimentos complexos, mas o tamanho da tela faz com que a resposta ao toque seja mais rápida do que as telas dos primeiros modelos do DS e do 3DS, por exemplo.
A resolução da tela no GamePad, apesar de ser bem inferior a uma televisão em HD ou em um iPad, ainda apresenta gráficos excelentes. Mario pareceu tão vibrante e divertido na telinha do controle quanto o é na TV. Madden também não sofre com a resolução. O Pikmin e Zelda de Nintendo Land aparecem melhor no GamePad do que já apareceram em qualquer outra televisão plugada a um console onde essas franquias já surgiram. Os gráficos e o visual da tela do GamePad seguram a bronca com tranquilidade.
A conexão entre o controle e o console é incrível. A tela do GamePad está sempre sincronizada com a TV, o que faz com que os modos multiplayers funcionem tão bem. A habilidade do GamePad em trocar imagens com a TV ou em se tornar a tela principal é o truque tecnológico mais bacana que a Nintendo apresenta dessa vez. Tudo acontece num piscar de olhos.
A Nintendo talvez não seja a única empresa a apresentar a experiência de duas telas envolvendo uma TV, mas eles estão fazendo isso muito bem.
Ainda é cedo para julgar
Uma atualização de firmware logo antes do lançamento do sistema ativou subitamente grande parte dos seus elementos online. Tive muito pouco tempo com eles para dar um julgamento mais a fundo, mas, mais importante, a sua qualidade só será provada com o uso contínuo de uma comunidade viva.
Em teoria, a nova rede social do console, o Miiverse, que funciona dentro do serviço gratuito Nintendo Network, permitirá às pessoas a compartilhar mensagens e desenvolver uma comunidade alegre em torno dos seus games. Os usuários do sistema já podem aproveitar encontros sociais focados em grandes lançamentos e podem até mandar mensagens, via a tela do GamePad, para o painel de discussão de cada grupo. Alguns games, como o New Super Mario Bros. U, permitirá que os jogadores deixem notas e dicas dentro do próprio jogo, mas não pude testar essa funcionalidade.
A Nintendo está tentando criar uma certa “empatia” entre os jogadores para manter tudo limpo e sem spoilers. Se for possível desenvolver uma comunidade feliz e madura entre os jogadores, que todo o poder fique em suas mãos. Se isso funcionar, o Wii U será a plataforma online de games mais prazerosa do mundo. Mas é algo que não pode ser avaliado agora.
Da mesma forma, a retro-compatibilidade do sistema com grande parte dos games do Wii, o que necessitou de uma atualização de firmware, também foi liberada apenas horas antes do lançamento do Wii U. Consegui transferir todos os meus dados do Wii para o Wii U, e apesar da animação dessa tarefa entrar no livro dos recordes como uma das mais fofas de todos os tempos (mostraremos em vídeo em breve), não consigo avaliar se o Wii U, quando funciona como Wii, consegue se sair muito bem. Deve rodar os jogos sem problemas, claro, mas não consegui fazer o teste.
O que eu de fato testei mas continuo confuso é por que demora de 15 a 20 segundos para sair do menu principal do Wii U para qualquer outro app do sistema, até mesmo os mais básicos, como o de configuração. É bizarro e inconsistente com o resto das operações ágeis entre o GamePad e a TV, além da rapidez das funções dos menus. Sair do app de configuração, ou sair da conta de um usuário para outro demora uns bons 20 segundos para carregar. Deve haver algo de muito errado na programação do menu básico do console. Essa demora acaba manchando o que seria uma excelente experiência para o usuário.
Os jogos são bons, mas ainda não temos clássicos
Os destaques de lançamento do Wii U são o New Super Mario Bros. U e o Nintendo Land da própria Nintendo. O primeiro é um incrível sucessor em uma série já estabelecida; o segundo é um daqueles pacotes de 12-games-em-um, que servem para mostrar como o controle do Wii U pode mudar a nossa experiência de jogo single player e multiplayer. Os dois games são bons, mas ainda é um pouco estranho o New Super Mario Bros. U ser lançado apenas com três meses de diferença para a nova versão da mesma franquia para o 3DS (claro, isso é irrelevante se você não possui esse sistema). Ja o Nintendo Land vem lotado de conteúdo, mas ainda parece ser algo que deve ser deixado de lado quando as versões mais robustas dos seus mini-games chegarem ao mercado, como Pikmin, Zelda ou Metroid.
Outro grande chamativo do Wii U é o ZombiU da Ubisoft, o shooter de terror com um interessante conceito de morte permanente e um elaborado uso do GamePad.
Leia também: [BGS 2012] ZombiU: transformando desconforto em diversão http://www.kotaku.com.br/preview-zombiu-bgs-2012/
Além disso, o sistema tem uma série de jogos feitos por outros estúdios e produtoras. Muitos deles dão um ótimo respaldo para o catálogo de lançamento http://www.kotaku.com.br/jogos-lancamento-wii-u/ , como Assassin’s Creed III, Mass Effect 3, Madden NFL 13, Skylanders Giants, Black Ops II, Disney’s Epic Mickey 2, Rabbids Land, Just Dance 4, Scribblenauts Unlimited, Batman: Arkham City, Ninja Gaiden 3 e mais.
A Nintendo prometeu muitos games e suporte das grandes publishers, e isso eles entregaram. Muitos desses jogos fazem até um uso limitado mas interessante do GamePad e qualquer problema gráfico na adaptação dos games são desculpáveis.
A lista de games de lançamento não tem nada como um Wii Sports ou um Mario 64, um marco que os concorrentes da Nintendo também têm de superar no lançamento dos seus próprios consoles, mas algo que só a Nintendo consegue dominar. O fato de que, dessa vez, eles não conseguiram lançar um jogo como esses é compreensível, mas muito desanimador. Tem vários jogos que também estão disponíveis em outros consoles – alguns deles, como Batman e Mass Effect, há uns bons meses –, o que acaba tirando a ar de brilhantismo ao catálogo para quem já tem um PS3 ou um 360. Para os que tinham apenas o Wii, a quantidade de jóias é impressionante para um lançamento.
Um lançamento melhor que Xbox ou PlayStation
A última vez que tivemos a oportunidade de testar um novo console foi há seis anos e, francamente, não somente o cenário de games mudou bastante, mas os conceitos de teste também. O Kotaku não tinha reviews constantes há seis anos. Nem mesmo eu escrevia tantos reviews naquela época. No entanto, dá para ver que existe uma diferença muito grande do Xbox 360 e do PlayStation 3 no dia de seus respectivos lançamentos se compararmos à estreia do Wii U.
O ponto alto do lançamento do Xbox 360 não foi o desapontante Perfect Dark Zero ou The Condemned, mas, em vez, foi a apresentação de Geometry Wars: Retro Evolved (concordo que Call of Duty 2 também fez a alegria de muita gente). The Elder Scrolls: Oblivion ajudou o console durante uns meses após o lançamento, mas foi necessário quase um ano para que víssemos realmente para que servia o console. Com o PS3, que foi lançado com Genji e Resistance: Fall of Man, demorou ainda mais para sentirmos que valia a pena investir tempo e dinheiro no console. Hoje as duas plataformas são muito mais funcionais e contam com excelentes games.
É fácil argumenta que o lançamento do Wii U seja mais impressionate que seus concorrentes e que apenas a tecnologia da segunda tela é mais interessante como hardware do que qualquer coisa mostrada na estreia do Xbox 360 ou do Ps3. Mas não podemos esquecer a diferença de seis anos entre o Wii U e os outros consoles. O novo console da Nintendo aprendeu bastante com o amadurecimento dessa geração de consoles, o que permitiu publishers como a EA, a Ubisoft e a Activision a criar os seus grandes sucessos dos últimos anos.
Uma nova geração de Xboxes e PlayStations deve ser apresentada ano que vem. Os publishers e desenvolvedores já estão criando jogos para esses sistemas. Com isso, ou o Wii U chegou no momento certo, a frente dos seus futuros adversários, ou muito tarde, e deve sofrer do mesmo abandono que o Wii passou nos últimos anos: é tão abaixo das necessidades técnicas do mercado que grande parte dos jogos não são nem desenvolvidos para a plataforma. É difícil dizer o que vai acontecer, mas é difícil não ver a aura de dúvida e preocupação em torno do excelente lançamento do novo console da Nintendo.
Ainda falta saber muito
Comprar um console novo é um investimento no futuro de uma máquina mais do que tende a ser um investimento no presente. No lançamento, nós podemos saber o que o console tem, mas haverá algumas lacunas inevitáveis, algumas questões que precisam ser respondidas no meses e anos que virão. Para julgar melhor o Wii U, é importante saber:
•O quão bem a Nintendo Network e o MiiVerse vão dar suporte aos jogos online e à interação social?
•O quão graficamente capaz o Wii U e, se nos meses que seguirão os ports compreensivelmente não tão bons, veremos os jogos muiltiplataforma serem mais ou menos bonitos que no Xbox 360 ou no PS3?
•Com a nova abordagem da Nintendo, com o Wii Shop, de incentivar os jogadores a baixarem games completos, tudo vai funcionar tão bem quanto o Steam ou o iTunes? Ou haverá atrasos?
•O Wii U terá o apoio das grandes publishers? O suporte da EA, no lançamento, é decente; a Ubisoft prometeu muito; mas a Take Two anunciou pouco para o Wii U e as omissões de BioShock Infinite e Grand Theft Auto V – dois dos jogos mais esperados de 2013 – são preocupantes. E o que acontece quando as publishers começarem a lançar jogos para os próximos PlayStation e Xbox daqui a pouco mais de um ano? Esses mesmos jogos vão sair para o Wii U? E vão poder, dada diferença de desempenho em potencial?
•O uso do GamePad vai focar o desenvolvimento de jogos para o console ou limitá-lo?
•Com a variedade de opções para o Wii U – os direcionais do GamePad, botões, câmera e sensor de movimento, além dos WiiMotes, nunchakus, Pro Controllers e sabe-se lá mais o quê – as coisas não vão ficar confusas? Especialmente em comparação à simplicidade oferecida por experiências bem específicas, como a de Wii Sports, Mario Kart Wii (que vinha com o próprio volante) e Wii Fit (que vinha com a Balance Board)?
•O Wii U está preparado para o que vem no futuro? Ele vai ter que dar suporte a jogos free-to-play ou até vender jogos de um dólar?
O Wii U é o console certo para este momento na história
Indepenente do seu futuro, o Wii U parece ser uma máquina no seu momento certo. Há um ano e meio eu vi o Wii U pela primeira vez e não o entendi. Ele me pareceu uma solução em busca de um problema. Temos jogado nossos games perfeitamente bem sem o uso de uma segunda tela. O GamePad não torna a experiência menos intimidadora. Quem precisa disso? Mais importante: quem jogaria nisso?
Eu fiquei em dúvida. Mas quando comecei a fazer perguntas, um designer da Nintendo me perguntou se eu já tinha olhado para o meu celular enquanto assistia TV. Claro que tinha. Então eu joguei alguns dos games multiplayer do Wii U e tive a experiência estranha de dividir uma TV com companheiros de co-op enquanto um rival, na mesma sala, fazia sua parte no mesmo jogo através da sua tela particular no GamePad. Foi aí que eu entend.
O Wii era um console feito para focar uma família, ou grupo de amigos, em uma só coisa que eles pudessem fazer juntos e se divertirem.
O Wii U é para o novo jeito que nós vivemos. É para a era de quatro pessoas indo jantar, teoricamente juntas, mas cada uma no seu mundo – quando como começam a olhar para os seus celulares. É para o marido que assiste TV e tem seu iPad por perto enquanto sua esposa está no laptop, na mesma sala. É para os adolescentes que mandam SMS dentro do cinema. É para qualquer um de nós que, mesmo quando estamos com alguém, estamos nos nossos próprios mundos. É assim que você joga os games multiplayer mais interessantes no Wii U. Você está com outras pessoas na sala. Você joga teoricamente o mesmo jogo, mas as duas telas do Wii U faz com que você mergulhe em mudos separados e – isso é importante, e faz com que isso seja mais do que uma LAN Party – permite que você interaja através de dois portais com configurações diferentes de controles, fazendo coisas diferentes.
Veja só o New Super Mario Bros. U: quatro pessoas estão olhando para a TV, correndo pelo cenário usando os Wii Remotes segurados na horizontal. Eles estão pulando em plataformas e esmagando inimigos. Há quatro pessoas no jantar falando da mesma coisa. O quinto jogador está no GamePad. Ele não controla personagem nenhum. Ele não aperta botão nenhum. Ele só assiste ao mesmo cenário andar e bate na tela para cliar blocos e pegar qualquer jogador da TV que esteja caindo ou cria escadarias para quando esses jogadores precisarem de um ajuda. O jogador do GamePad está no mesmo jantar, mas não está ouvindo ao assunto. Ele está no celular. Esse é o nosso mundo de hoje. O Wii U é a realização perfeita disso em forma de videogame. É interessantíssimo o quanto ele se encaixa nesse contexto.
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Com os jogos, nós fazemos o review e imaginamos se alguém nos perguntasse se vale a pena jogar – não comprar – esse game. Respondemos com um Sim, um Não ou um Ainda Não. Nós não temos a pretenção de dizer se você deve ou não comprar ou alugar ou pegar um jogo emprestado. Não sabemos o valor que o dinheiro tem para você.
Com um novo console, devemos imaginar se você está pensando se vale a pena comprar a máquina. Ainda não temos como saber o impacto que US$ 350 (preço de um Wii U Deluxe, mais Nintendo Land) ou US$ 360 (Wii U básico, mais um jogo) vai ter no seu orçamento. Não temos como saber se esse seria seu único console ou se você tem todos.
Podemos dizer apenas que, para quem tem apenas um Wii U, o Wii U é tudo o que o console antigo era, e mais. Não podemos, porém,, dizer que ele exige a mesma atenção imediata que o Wii exigia. Não podemos dizer, neste exato momento, que os seus jogos são aqueles que você tem que jogar neste fim de ano. Se você comprar um Wii U, você vai estar pelo menos tão satisfeito quanto alguém que tenha comprado um Xbox 360 no dia do lançamento ficou. Você vai ter mais do que quem comprou o PS3 na data de lançamento tinha.
Mas se você está na dúvida, se está imaginando se já é hora de comprar um Wii U, chutamos (junto com você) que a Nintendo não vai sumir, que os jogos excelentes que ela faz certamente estão a caminho, e que as atualizações de firmware vão incluir no aparelho todas as funcionalidades que ele deveria ter no lançamento já em dezembro. Tendo jogado vários jogos no Wii U e brincado com ele há uma semana, eu posso dizer que é uma boa máquina, que torna a sua vida de jogador surpreendentemente mais conveniente e cheia de luxo. Eu só não posso te dizer que você tem que comprar um agora.
Já é hora de comprar um Wii U?
Espere um mês ou três. Espere até acabar a “janela de lançamento”, no fim de março, quando teremos jogos como Pikmin 3, Lego City Undercover e vários outros gmaes para download.
Como com qualquer outro console, talvez seja mais sábio esperar um ano, especialmente se você quiser poder comparar o console ao que a Sony e a Microsoft têm na manga. E se elas não colocarem telas nos seus novos controles, sabia que a Nintendo já vai ter uma bela vantagem em cima delas.
Fonte: http://www.kotaku.com.br/review-wii-u-lancamento/#more-123469
