Pra você ver como é dificil desenvolver jogo. Os caras ficam 5 anos pra desenvolver e o jogo ainda vem incompleto. Não é nem um problema da Microsoft, é da indústria mesmo. Cyberpunk, que é um dos meus jogos favoritos da geração passada tá aí recebendo update há 3 anos, e update massivo. E é arriscado dizer que o jogo nem tá "pronto" ainda, porque tem coisa prometida que não chegou.
Como falei: se formos considerar que só trabalha quem entrega jogos:
- Sem bugs
- Completo de conteúdo no lançamento
- Em pouco tempo (3 ou 4 anos?)
podemos considerar que uns 90% da indústria não trabalha. Aí vai da pessoa se adaptar pra não ficar sofrendo. Conheço gente que desistiu de lançamentos, porque comprar lançamento hoje em dia é quase que certamente comprar jogo incompleto. Até o jogo que vem recheado de conteúdo vem incompleto. Por exemplo, o Street 6 veio redondinho, bastante conteúdo single e com um bom online, eu me divirto bastante, mas eu paguei quase 300 reais. Eu sei que daqui a uns 3 anos vai ter gente pagando uns 50 reais no mesmo jogo com o dobro de personagens, bugs corrigidos, mais cenários, mais músicas, mais conteúdo e por aí vai. Não tem como fugir, estamos na "era dos GAAS".
Eu paguei 350 reais pra jogar Baldur 3 no lançamento, no PS5. Quando zerei o jogo, o jogo já tava recebendo conteúdo novo. O jogo é magnifico, meu jogo favorito de 2023, mas tava EXTREMAMENTE BUGADO. O ato 3 é um festival de bugs, meu PS5 crashou 4 vezes durante o jogo, era personagem da party sumindo, batalha que travava e me fazia resetar o console, eu tive que refazer a batalha final do jogo duas vezes, porque bugou e só na terceira eu consegui chegar no boss. E olha que batalha grande de BG3 é demorada, então imagina ficar mais de uma hora lutando contra dezenas de inimigos em um RPG lento e tático pra luta acabar e o jogo bugar, travando seu progresso. E mesmo assim é o "jogo do ano", o mais premiado, e eu realmente adorei. Quem pegar esse mesmo jogo daqui a 3 anos vai pagar mais barato, vai pegar praticamente sem bugs e com muito mais conteúdo, porque o jogo continua recebendo conteúdo. Eu zerei mais de 10 jogos lançados em 2023, e Baldur's Gate 3 só não foi pior que Redfall, eu acho. De resto, foi o mais bugado. Nem Starfield, nem Forza, nem qualquer outro lançamento bugou tanto comigo. E mesmo com Redfall ta equilibrado, porque os bugs do Redfall eram mais visuais, eu zerei o jogo bem de boa, sem crashar e sem ele impedir meu progresso. Então dá até pra dizer que os bugs do BG3 foram piores sim.
Quer outro exemplo? Returnal. Jogo sensacional, da sensacional Housemarque. Exclusivo de PS5 que depois chegou pro PC. Eu peguei esse jogo e nem foi "tão no lançamento assim", eu até demorei um pouco pra jogar. Mas enfim, eu joguei o jogo quando ele tava bugado pra caramba, sem save (não podia sair no meio da run) e zerei, me diverti muito. Crashou sei la quantas vezes, numa delas perdi run de quase 2h. Deu uns meses o jogo ganhou photo mode, ganhou save, ganhou um modo coop gratuíto. Ou seja, paguei mais caro por menos conteúdo e pra jogar bugado. MK 1 é outro que eu joguei recentemente e zerei esse ano, não curti tanto e desinstalei. Paguei metade do preço, joguei a versão basiquinha, fiz as torres e o modo historia apenas. Daqui a 2 anos por menos de 100 tu pega a versão Ultra Turbo Remix Alpha Suprema com o dobro de personagens, com bugs corrigidos e com mais conteúdo. É a vida.
Claro que tem empresa que alopra, como foi com Cyberpunk e o próprio Redfall, mas tirando um jogo ou outro, quase tudo vem incompleto e vai precisar de updates, de DLC, de conserto com o tempo.
Então tá longe de ser algo "da Microsoft". É algo que se tornou padrão na industria. Aí ou você continua jogando lançamentos e "aceita", ou passa a jogar quando sair a Ultimate GOTY Deluxe edition uns 3 anos depois.