- Avaliação
- 3.00 star(s)
Astria Ascending é um RPG por turnos no estilo side-scrolling que em primeiro momento me chamou a atenção pela sua bela arte mas que também me fisgou pelo seu enredo, no mínimo curioso. Em seu roteiro o jogo contou com o apoio de ninguém menos que Kazushige Nojima que trabalhou em grandes jogos como Final Fantasy 7, 8 e alguns jogos da série Kingdom Hearts.
Astria Ascending é um bom jogo e começa com maestria sua saga mas em certo momento perde o fôlego, talvez por se prolongar demais e termina com um final bem anticlimático.
Enredo
O jogo se passa no reino de Orchanon, um reino onde a paz entre as raças é mantida através do consumo dos Harmelons, uma fruta criada pelos Deuses e que obriga os habitantes a viverem em harmonia, e aqui é meio confuso pois não explica exatamente o que essa fruta faz com os habitantes.
Logo no início somos apresentados a 8 semideuses que fazem parte de um grupo de guerreiros de elite que protege e mantém a paz no reino. Semideuses são ‘pessoas’ que são escolhidas aleatoriamente a cada 3 anos pelos Deuses para receberem a benção do Zodíaco, benção essa que dá grandes poderes ao escolhido e ao mesmo tempo a maldição de viver apenas mais 3 anos de vida não importando raça, gênero e até mesmo idade. Além disso, os escolhidos também devem deixar seus lares para viver na cidade principal do reino.
Esse plot inicial é bem interessante pois ao longo do jogo vamos conhecendo a história de cada personagem e vendo o peso de se tornar um semideus, conhecendo suas aflições e de seus familiares. Inclusive um dos personagens é uma simples criança, imagina o peso de deixar seu lar e até mesmo saber que não irá viver por muito tempo.
Ditadura ou paz?
A trama inicial se desenrola quando um grupo de habitantes, começam a se questionar sobre aquele mundo, suas leis e problemas e param de comer os Harmelons, com isso começam a armar um plano para derrubar o reino e livrar o mundo dos Deuses atuais e suas leis liberando o caos para destruir Orchanon. Com isso cabe ao jogador partir em uma jornada com os 8 semideuses para investigar, lutar com o caos e trazer harmonia para o mundo novamente.
Não vou dar spoiler aqui, mas vale ressaltar que o ponto negativo do enredo, pra mim, foi justamente seu final, pois após matar o boss final o jogo termina de forma abrupta e sem nenhum tipo de comoção ou explicação de alguns eventos. Podia ter ao menos uma CG como a do início.
Gameplay
O jogo é competente em sua gameplay e tem certas particularidades, como a possibilidade de jogar com os 8 personagens ‘ao mesmo tempo’. O jogador entra em batalha com os 8 personagens porém 4 ficam em batalha 4 na ‘reserva’ podendo alternar os personagens no meio do combate, obviamente sempre terão os favoritos mas em certos momentos, dependendo dos monstros e da build do seu time será obrigatório essa alternância.
Outra particularidade é que todos os personagens possuem as mesmas classes (tirando a inicial) essa classes são distribuídas entre Base Job (que é a única diferente), Main Job, Sub Job e Support Job. A mágica aqui é que dependendo do 'job' que você coloca a classe, apenas algumas habilidades daquela árvore ficaram disponíveis. Por exemplo, a classe black mage pode ser escolhida pelos 8 personagens porém dependendo o job que você colocar, support job por exemplo, apenas as habilidades de suporte da classe escolhida ficarão disponíveis.
O jogo também conta com um toque de metroidvania, conforme o jogador vai ganhando novos poderes é possível acessar novas áreas em mapas já visitados e alguns mapas possuem até pequenos puzzles, nada que chame muita atenção mas que dá uma renovada na gameplay.
J-ester
O mini game dentro do jogo, é bacana de jogar depois que entende, mas não é algo que prende o jogador e também é meio desbalanceado em certos momentos.
Caçadas
O jogo possui um sistema de caçadas que podem ser adquiridas nas guildas, é uma boa pedida para evoluir seu grupo e ganhar dinheiro pois é necessário procurar os monstros e consequentemente leva você a revisitar mapas e lutar contra diversos inimigos.
Pontos fracos da gameplay
Um deles é a variedade de inimigos que em certo momento começam a se 'repetir' mudando apenas alguns detalhes como cores e alguns poderes.
Não é a todo momento, mas a navegação no mapa também deixa a desejar, tem uma complexidade que não faz sentido, o mapa mostra apenas a área em que o jogador está e não seu ponto exato naquela área, isso gera uma confusão em mapas maiores e faz o jogador ter que ficar correndo sem rumo pelo mapa para tentar achar os caminhos.
Outra coisa irritante é que ao entrar em combate, não é possível pausar o jogo caso o jogador queira dar um load em outro save, ver algo no Journal ou até mesmo sair do jogo.
Side quests não são interessantes, não dão grandes recompensas e também não agregam praticamente nada ao Lore do jogo.
Gráficos
É um show, a arte é belíssima e foi o principal fator que me fez querer jogar o jogo quando vi pela primeira vez. Foi uma enxurrada de prints.
Conclusão
Para quem curte um bom RPG de turnos Astria Ascending cumpre bem seu papel, é divertido e possui um enredo interessante, a sensação amarga que fica no final não é pelo jogo ser ruim e sim por saber que poderia ser bem mais grandioso e emocionante. Como sempre também vale ressaltar que o jogo também está disponível no Gamepass.
Gamertag: freedowsRoO
Plataforma: Xbox Series X
Fonte: https://www.euzerei.com.br/post/astria-ascending