Olá, Felipe. Parabéns para o casal.
Não sei se seria "qualificado" para falar sobre pais, filhos e games, por não ser pai, mas já tive uma experiência como "pai postiço".
Morei 2 anos com uma ex-namorada que tinha uma garotinha de 6 anos, na época, e que veio a ficar um pouco fã de jogos por isso.
Uma coisa que posso dizer é que estimula muito o desenvolvimento da criança, desde que acompanhado por alguém responsável. Lembro de momentos seguidos em que ela jogava comigo, em que desistia facilmente das coisas, não dava sequência em nada e tinha medo de tentar. Hoje percebo uma melhora nela, embora ela ainda precise lapidar alguns pontos, mas isso é construído com o tempo, com a relação em família e das pessoas que estão próximas à família.
Violência é uma coisa que faz parte da nossa sociedade e de nós. Acredito que seja tabu, assim como os assuntos sexo e morte.
Existe um livro muito interessante que fala sobre a violência e crianças, chamado BRINCANDO DE MATAR MONSTROS: POR QUE AS CRIANÇAS PRECISAM DE FANTASIA, VIDEO-GAMES E VIOLÊNCIA DE FAZ-DE-CONTA, que recomendo a leitura.
Tem um usuário do fórum também, o
@Salah , que está para lançar um livro sobre o tema violência e videogames agora em 2018:
https://www.pxb.net.br/comunidade/index.php?threads/videogame-e-violência-cinco-décadas-de-polêmica-livro-em-março-de-2018.33761/#post-643281
Nem precisa falar que estou à espera!
Acho que não só videogames, mas qualquer mídia, sem supervisão, ou sem, no mínimo, alguém de bom senso perto, pode dar merda.
Haja vista os casos de Ouro Preto, aqui em Minas, envolvendo marginais, que culparam um livro de RPG, pela morte de uma estudante há anos atrás.
A criança/o jovem precisa de modelos a seguir, e geralmente o faz quando há alguém perto por quem ela tem uma consideração, ou dá a autoridade/liderança.
Você ensiná-los o que é certo e o que é errado, sobre entender que há escolhas e elas são responsáveis pelas suas escolhas, e que todas as escolhas geram consequências é muito importante. Isso cria adultos/pessoas capazes de se relacionarem melhor e de suportar situações com mais equilíbrio durante suas vidas.
Até hoje tenho convívio amigável com minha amiga (antiga ex) e sua filha, hoje com 14 anos, que me adora e às vezes pede para vir jogar comigo. Sempre procuro passar bons conselhos para ela e sinto que é uma forma de terapia para nós dois e um momento de descontração único, já que o pai não é tão presente quanto ela gostaria.
Nossa juventude hoje perdeu valores, mas isso se deve também aos pais, que não ligam ou não passam esses valores para os mesmos.
Acredito que respeito mútuo, bom exemplo, disciplina, e confiança (principalmente a criança confiar em si mesma) é essencial para essa construção desses mini adultos que estão vindo aí.
Essa é a opinião de um "pai do coração" - como ela às vezes me chama - sobre o tema.