Durante os primeiros anos da indústria dos videogames, enxergávamos seus produtos como puro entretenimento. Imaginá-los como expressão artística foi algo conquistado após anos de experimentação e amadurecimento da indústria. Mesmo hoje, comparar um jogo com uma obra de arte é algo raro.
Os diversos gêneros de games criados durante mais de 3 décadas sempre tinham algo em comum: nasciam, cresciam e se desenvolviam.
Foi assim com todos os gêneros: luta, esportes, corrida, quebra-cabeça, RPG's, enfim.
Um desses gêneros, talvez um dos mais destacados, é o de plataforma.
Games como Mario, Sonic, Castlevania, Megaman, dentre outros, são bons exemplos de um gênero que tornou-se referência nas décadas de 80 e 90.
No início da década de 90 foram surgindo os jogos em 3D, que eram a evolução natural das tecnologias desenvolvidas nos videogames. Pouco a pouco, gêneros e franquias começaram a se utilizar dos novos recursos. Os jogos em 3D tornaram-se uma tendência.
Muitos gêneros beneficiaram-se dessa evolução. Os jogos de esporte, os RPG's, os jogos de corrida, os jogos de luta, pouco a pouco tornaram-se melhores e mais realistas. Mesmo franquias consagradas em 2D conseguiram fazer a transição para o 3D com sucesso. Mario e Castlevania talvez sejam os melhores exemplos. Novos jogos também surgiram, pensados como games em 3D desde sua concepção, e evoluíram naturalmente.
Mas essa corrida por games em 3D teve um preço. Os games em 2D, especialmente os de plataforma, gênero que rendeu grandes jogos e memoráveis experiências, foram aos poucos ficando em desuso. As tentativas de revitalizá-lo, no início da geração PlayStation/Saturn/Nintendo 64 foram inócuas, visto que, como dito, o foco da indústria e dos jogadores era de novas e mais imersivas experiências em 3D.
Com isso, games em 2D tornaram-se cada vez mais raros. Novas ferramentas para o desenvolvimento de jogos em 2D ainda maiores, mais bonitos e com mecânicas inovadoras já existiam, mas não encontravam espaço no mercado. Sonic e Megaman, que eram excelentes games em plataforma 2D, foram obrigados a se enquadrar na nova realidade do mercado. E não foram bem sucedidos.
Jogos como Megaman 8 e Castlevania Symphony of the Night, só pra citar alguns, que apresentavam uma evolução das ferramentas disponíveis para desenvolvimento de jogos 2D, foram pontos fora da curva dentro de um mercado notadamente voltado para as tecnologias 3D.
Pode-se dizer que a evolução dos games em 2D foi abortada pelo mercado.
Hoje, o desenvolvimento de novas tecnologias segue seu curso natural.
Com demandas crescentes por gráficos fotorrealistas e mecânicas ainda mais avançadas, os games em 3D, agora padrão da indústria, tornaram-se mais caros e complexos de serem desenvolvidos. A evolução do gênero alcançou um limite.
Ao mesmo tempo, uma nova geração de desenvolvedores, com poucos recursos e ideias inovadoras, foram preenchendo essa lacuna de criatividade do mercado. Limbo, Super Meat Boy, entre outros, começavam a ganhar espaço entre as superproduções da indústria. E, pasmem, eram quase sempre jogos em 2D. Mas, apesar dos chamados "indie games" terem ganhado relevância, tudo ainda parecia incipiente. Jogos indie, especialmente os de plataforma 2D, ainda eram vistos como nada além do que games com visual retrô para um nicho de mercado. Games em 2D que pudessem ser apreciados pela grande maioria dos jogadores ainda parecia algo distante. Distante tipo uns 20 anos atrás.
Parecia.
Jogos precisam de uma bela história, uma boa dose de desafio e um entretenimento envolvente. Não raro, vemos apenas um ou dois desses aspectos sendo preenchidos pela maioria dos games atuais. Quando um game reúne esses três fatores, e em níveis de excelência, pode-se dizer que estamos diante de algo raro. Uma obra prima.
Ori and the Blind Forest é esse game.
Ori representa o fim da nostalgia. O fim de jogos em 2D apenas para jogadores casuais, sem ambição de alcançar o mainstream do mercado.
Agora os jogos 2D chegaram novamente ao mercado de massa, e com uma obra que representa o melhor que um jogo de plataforma 2D tem a oferecer com a tecnologia disponível atualmente.
A evolução do gênero de plataforma 2D finalmente chegou. Com um atraso de mais de uma década, mas chegou.
Que novos jogos se beneficiem desse momento para dar mais opções a um mercado tão saturado de escolhas óbvias. A indústria e a comunidade gamer precisavam dessa oxigenação.
Os diversos gêneros de games criados durante mais de 3 décadas sempre tinham algo em comum: nasciam, cresciam e se desenvolviam.
Foi assim com todos os gêneros: luta, esportes, corrida, quebra-cabeça, RPG's, enfim.
Um desses gêneros, talvez um dos mais destacados, é o de plataforma.
Games como Mario, Sonic, Castlevania, Megaman, dentre outros, são bons exemplos de um gênero que tornou-se referência nas décadas de 80 e 90.
No início da década de 90 foram surgindo os jogos em 3D, que eram a evolução natural das tecnologias desenvolvidas nos videogames. Pouco a pouco, gêneros e franquias começaram a se utilizar dos novos recursos. Os jogos em 3D tornaram-se uma tendência.
Muitos gêneros beneficiaram-se dessa evolução. Os jogos de esporte, os RPG's, os jogos de corrida, os jogos de luta, pouco a pouco tornaram-se melhores e mais realistas. Mesmo franquias consagradas em 2D conseguiram fazer a transição para o 3D com sucesso. Mario e Castlevania talvez sejam os melhores exemplos. Novos jogos também surgiram, pensados como games em 3D desde sua concepção, e evoluíram naturalmente.
Mas essa corrida por games em 3D teve um preço. Os games em 2D, especialmente os de plataforma, gênero que rendeu grandes jogos e memoráveis experiências, foram aos poucos ficando em desuso. As tentativas de revitalizá-lo, no início da geração PlayStation/Saturn/Nintendo 64 foram inócuas, visto que, como dito, o foco da indústria e dos jogadores era de novas e mais imersivas experiências em 3D.
Com isso, games em 2D tornaram-se cada vez mais raros. Novas ferramentas para o desenvolvimento de jogos em 2D ainda maiores, mais bonitos e com mecânicas inovadoras já existiam, mas não encontravam espaço no mercado. Sonic e Megaman, que eram excelentes games em plataforma 2D, foram obrigados a se enquadrar na nova realidade do mercado. E não foram bem sucedidos.
Jogos como Megaman 8 e Castlevania Symphony of the Night, só pra citar alguns, que apresentavam uma evolução das ferramentas disponíveis para desenvolvimento de jogos 2D, foram pontos fora da curva dentro de um mercado notadamente voltado para as tecnologias 3D.
Pode-se dizer que a evolução dos games em 2D foi abortada pelo mercado.
Hoje, o desenvolvimento de novas tecnologias segue seu curso natural.
Com demandas crescentes por gráficos fotorrealistas e mecânicas ainda mais avançadas, os games em 3D, agora padrão da indústria, tornaram-se mais caros e complexos de serem desenvolvidos. A evolução do gênero alcançou um limite.
Ao mesmo tempo, uma nova geração de desenvolvedores, com poucos recursos e ideias inovadoras, foram preenchendo essa lacuna de criatividade do mercado. Limbo, Super Meat Boy, entre outros, começavam a ganhar espaço entre as superproduções da indústria. E, pasmem, eram quase sempre jogos em 2D. Mas, apesar dos chamados "indie games" terem ganhado relevância, tudo ainda parecia incipiente. Jogos indie, especialmente os de plataforma 2D, ainda eram vistos como nada além do que games com visual retrô para um nicho de mercado. Games em 2D que pudessem ser apreciados pela grande maioria dos jogadores ainda parecia algo distante. Distante tipo uns 20 anos atrás.
Parecia.
Jogos precisam de uma bela história, uma boa dose de desafio e um entretenimento envolvente. Não raro, vemos apenas um ou dois desses aspectos sendo preenchidos pela maioria dos games atuais. Quando um game reúne esses três fatores, e em níveis de excelência, pode-se dizer que estamos diante de algo raro. Uma obra prima.
Ori and the Blind Forest é esse game.
Ori representa o fim da nostalgia. O fim de jogos em 2D apenas para jogadores casuais, sem ambição de alcançar o mainstream do mercado.
Agora os jogos 2D chegaram novamente ao mercado de massa, e com uma obra que representa o melhor que um jogo de plataforma 2D tem a oferecer com a tecnologia disponível atualmente.
A evolução do gênero de plataforma 2D finalmente chegou. Com um atraso de mais de uma década, mas chegou.
Que novos jogos se beneficiem desse momento para dar mais opções a um mercado tão saturado de escolhas óbvias. A indústria e a comunidade gamer precisavam dessa oxigenação.
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