Que honra o meu comentário sobre o XGP ter participado. Na época foi mais um "desabafo" sobre um YouTuber que insistia em questionar a viabilidade do serviço, por pura birra ou nostalgia infantil. Não esperava que fosse o sucesso que foi, e olha quanta coisa aconteceu de lá pra cá...
Estava lendo as notícias do entretenimento esses dias e vi que a Warner anunciou que o Matrix 4 e Duna, ambos de 2021, serão lançados diretamente no serviço de assinatura da HBO, o HBO Max. Não muito tempo antes, Jim Ryan, da Playstation, disse que jogos de "nova IP" requerem um investimento milionário, na casa dos 100 milhões de dólares. Foi só ligar os pontos: será que Matrix 4 e Duna custam muito menos que isso? É impensável hoje um conteúdo de entretenimento, cujo valor agregado passa da casa dos 100 milhões, ser lançado diretamente num serviço de assinatura de 20 reais mensais? Se isso é comum no cinema, porque não seria nos videogames? Por que é um absurdo tão grande Halo sair no XGP e Matrix, no HBO, não? Por que as pessoas precisam pagar R$350 nos jogos, mais R$5000 no hardware, para desfrutar um produto de 100 milhões de dólares quando um mesmo conteúdo, similar em custo, é disponibilizado por 20 reais?
Não muito tempo depois, a Sony anunciou a PS Plus Collection para o PS5. Já se fala até em uma "reposta da Sony ao Gamepass", e tenho certeza que eles devem estar preparando algo bacana nessa linha, mesmo que mais tímido do que a Microsoft. É inevitável, e muito fã inflexível da Sony, parado na década de 90, vai quebrar a cara em breve. O modelo insustentável é cobrar $70 em jogo e $60 no remaster um ano depois, esse definitivamente está falido.
Lógico, os mercados possuem uma dimensão diferente. O mercado de games de console vem crescendo a passos muito curtos, quase que vegetativos, enquanto conteúdo de vídeo por streaming disparou. Mas disparou porque é acessível, é inclusivo, expansivo por natureza, e não porque seu conteúdo é muito melhor que os jogos. E é isso que a Microsoft quer: expandir, quebrar barreiras à entrada, dissolver os custos em um público alvo muito maior, seja no celular, no PC, na sua TV... Onde ele estiver. A tecnologia está tornando isso possível, como tornou anos atrás o video on demand.
Enfim, ainda que
Xbox mereça críticas e que Gamepass não seja tudo, o serviço, como é desenhado em termos de negócios, é muito mais a solução do que o problema. É um passo dado na direção certa, tanto para Microsoft, como empresa, quanto pra nós, como consumidores.