Independente da origem da palavra "Fé", ela sem dúvida combina mais no meio religioso do que em qualquer outra situação, o que não significa que ela não possa ser adotada em outros casos e situações que não tenham nada haver com a religião, claro que pode!
Fé, pequena na escrita, mas muito forte em seu significado - Fé é diferente de praticamente tudo, pra começar a Fé não exigi provas para que você possa acreditar em algo ou em alguém (eu acredito em Deus mas não posso provar a ninguém que ele existe), também não exige um raciocínio lógico (como explicar Deus?) e por fim a Fé é ausência de dúvida (não posso provar a existência de Deus, não posso explica-lo, mas mesmo assim sei que Ele existe). Fé = a confiança absoluta e sem exigências de qualquer natureza, você simplesmente a tem ou não tem e quando você a tem, no meu caso por exemplo ela se manifesta como um sentimento forte, exemplo - Não sei explicar o "amor", desde sua origem a forma que tem ou se tem algum cheiro, mas sei que é forte o suficiente para que eu não olhe nenhuma outra mulher da mesma forma como eu olha para minha namorada, é forte o suficiente para que eu não queira nenhuma outra mulher porque a minha namorada me completa e me basta e olha que sei que existe muitas, mas muitas mulheres mais bonitas do que ela, porém mesmo assim, ela é linda pra mim e é só com ela que eu quero estar sempre. Como explicar o "amor"? Quem conseguir explica-lo também consegue explicar Deus sem dúvida alguma! Mas ter fé não é a parte difícil, mantê-la é parte complicada porque muitas coisas ruins acontecem durante a nossa vida (boas também) e ai ou ela se perde ou ela se fortalece, vai de pessoa pra pessoa e como ela encara a vida e as situações diante dela.
Esse é meu jeito de ver a Fé!
Aqui nós somos católicos e não me sinto melhor ou pior com isso, mas como o Morts bem citou, é da natureza humana uns provocar/ofender os outros, com isso quero dizer que se você não tem religião as pessoas implicam e se você tem, elas também implicam, então Morts, não ligue, o mundo é cruel com todo mundo, não tem esse ou aquele que escape da língua do ser humano. Não fico julgando quem tem ou não tem religião, a vida eu encaro como uma grande aposta, a aposta mais importante que farei mesmo não querendo apostar e o premio é minha vida nesse momento e depois da morte, então pensando assim eu acredito que cada ser humano, cada ser vivo, é responsável por si mesmo e pelas escolhas que fazem, portanto, tome cuidado com as suas escolhas porque elas vão influenciar sua vida podendo te ajudar ou te afundar. Tudo que posso fazer é tentar ajudar do jeito que puder a quem precisa e torço pra que seja de fato uma ajuda.
Vou dar 2 testemunhos:
1º Meus pais pra dar uma chance de vida melhor pra mim e para o meu irmão, deixou nossa cidade natal para se arriscar em outra e isso nos levou pra quase 600 km de distancia da nossa cidade natal, onde só tínhamos um parente próximo como referencia e apoio. Ficamos alguns dias na casa deles e logo depois fomos para a nossa casa (morar de aluguel). Alguns anos se passaram, minha mãe é a pessoa da casa que mais pratica nossa religião participando de varias coisas na igreja dentro do possível. Eis que um dia o dono da casa chega pra eles e fala - preciso vender a casa e vim perguntar a vocês primeiro se não gostariam de compra-la? - então meu pai rapidamente disse que não tinha condições - dito isso, foi dado 3 meses para que a gente se muda-se e foi o que aconteceu, mudamos para o quarteirão de baixo. Bom, eu perdi as contas de quantas vezes a gente mudou, só de escola mudei mais de 12 vezes eu acho, mas voltando ao assunto, passado alguns dias na casa nova, minha mãe falou para o meu pai assim: Não aguento mais fazer e desfazer a mudança, vou participar da novena e vou pedir a Deus ajuda pra gente conseguir sair do aluguel e no 5º dia de novena (são 9) algo surpreendente aconteceu - lembro como se fosse hoje, era 5h30 da manhã quando um amigo de meu pai chegou em casa com pressa porque tinha que ir trabalhar e meu pai nessa hora estava junto com minha mãe tomando café porque ele também ia trabalhar, em quanto eu estava dormindo, mas fui acordado com a conversa deles. O amigo do meu pai, amizade que fizemos a pouco tempo na época, eram nossos vizinhos e simplesmente ele chegou esbaforido dizendo - hoje você não vai trabalhar com o seu carro, passa a chave! Meu pai nessa hora sem dizer um "A" entregou a chave, segundos depois já passado o choque ele perguntou - mas porque você quer a chave? - foi ai que o amigo dele disse - diz tchau para o seu carro (um fusca velho azul) e quando você chegar do serviço, é bom você encaixotar tudo de novo porque vocês vão voltar para aquela casa, mas dessa vez não para pagar aluguel e sim para serem os donos daquela casa (minha mãe não havia comentado com ninguém que estava fazendo novena pendido pra que isso acontece, simplesmente aconteceu!). Meu pai e minha mãe ficaram sem reação e isso eu vi porque depois dessa eu pulei da cama e fui até a cozinha, então meu pai gaguejou dizendo que não tinha condições de dar o restante do dinheiro e ai o vizinho de novo falou - você não deve nada ao dono da casa, você deve pra mim e vai me pagar da forma que der, come batata, frita ovo e chama eles bacon e picanha por algum tempo
kkkkkkkk, pois é, passei 2 anos comendo batata e ovo, ou só batata e as vezes ovo, mas voltamos com 24 dias depois de ter feito a mudança para a outra casa, até o perdão dos outros 2 meses de aluguel minha mãe conseguiu com a dona da casa que prontamente entendeu a situação. Meu pai durante os próximos dois anos se dedicou a zerar a divida com o nosso amigo e vizinho (que não nada em dinheiro), foram os anos que tudo deu certo, digo, sem pagamento atrasado ou faltando, coisa que era comum acontecer. O que esse amigo de pouco tempo de amizade fez por nós, até hoje sinto arrepio quando falo.
2º Os anos passaram novamente, minha mãe estava lavando louça e eu assistindo TV quando ela de repente falou - Nossa, bateu muito forte no meu coração pra rezar agora, não sei pra quem ou pra que, mas vou rezar - com isso ela deixou a louça toda bagunçada e foi pro quarto rezar, depois voltou e terminou o serviço. Até ai nada de mais, coisa de gente bitolada e pra alguns fanática certo? Bom, meu pai chegou em casa por volta das 19h, eu tinha saído e cheguei por volta das 21h, então fui pra sala e eles estavam lá, ai minha mãe me perguntou se eu não ia dar parabéns para o meu pai, situação essa que me pegou desprevenido e por conta disso fiquei boiando na pergunta dela tentando entender o porque já que eu sabia que não era o aniversário dele. Então ela falou - seu pai nasceu de novo hoje! Então perguntei, como assim nasceu de novo? Então meu pai contou que ele estava vindo embora para empresa pra deixar o carro deles lá e vir pra casa, quando ele chegou na altura do shopping e pegou o transito parado na Dutra, no caso ele era o último carro da fila (uma savero eu acho), foi quando um caminhão areeiro que não percebeu que o transito tava parado porque o rapaz estava conversando com uma mulher que ele tinha dado carona, se chocou contra o carro do meu pai fazendo ele colidir com os carros que estavam na frente dele, ou seja, imprensou ele contra os outros veículos. Bom, meu pai tava ali na minha frente sem nenhum arranhão, então de imediato mesmo sendo um pensamento ridículo da minha parte eu pensei que era zoeira dele, uma pegadinha, tudo menos que fosse verdade. Então perguntei pra ele a que horas isso tinha acontecido? Ele respondeu que por volta da 14h30, ai fiz silêncio porque a ficha caiu e vi que não era zoeira dele, mas o que me chocou mesmo, foi a atitude incomum da minha mãe nesse dia, pois ela largou a louça bagunçada e mesmo sem saber pra quem rezar, ela foi rezar e ela fez isso era umas 13h no máximo, então perguntei pra ela: Mãe, quando a senhora largou tudo e foi rezar, pra quem a senhora rezou? Ela respondeu - Senti forte no coração que devia largar tudo e rezar, não sabia o porque nem pra quem, então o que fiz foi pensar no seu pai porque ele era o único que estava fora de casa e dirigindo por estas estradas perigosas, pedi a Nossa Senhora pra cobrir ele com o manto dela durante a oração e nem sei te dizer o porque fiz esse tipo de pedido, apenas bateu essa vontade na hora que estava rezando (com isso ela quis dizer que foi um pedido incomum da parte dela), ai as 15h seu pai ligou pra cá e deu a notícia do que havia acontecido e que ele estava bem, ele ficou com medo de eu receber a noticia pelo jornal. Bom, eu fui ao estacionamento onde o carro que meu pai dirigia estava, foi perda total do veiculo, o detalhe e esse foi o último choque que pude constatar, foi que somente o lado do motorista foi preservado, a traseira não existia, encolheu, o lado do passageiro todo retorcido se tivesse alguém com ele estaria sem dúvida alguma morto, somente o lado do motorista está literalmente como se nada tivesse acontecido e meu pai é um homem grande e barrigudo, mesmo assim não sofreu um arranhão se quer. Ele lembra que ao olhar no retrovisor do carro, ele segurou firme o volante e pensou, morri, porque o caminhão bateu nele sem reduzir já que o motorista só se deu conta quando houve o choque da colisão.
Morts relatou a superação após seu acidente e tudo foi graças a ele mesmo e acredito que foi mesmo, porque Deus não obriga a ninguém a segui-lo e muito menos aceita-lo, as pessoas são livres pra seguir suas vidas como quiserem e podem muito bem superar praticamente todos os problemas sem que Deus faça parte de sua vida. Mas e nesses casos que contei, será que teríamos a casa de um jeito ou de outro naquele momento, dia e hora? E o acidente do meu pai, será que ele teria escapado ileso independente de qualquer coisa? Pra completar, todos temos o livre-arbítrio, portanto, estamos livres pra assumirmos os riscos de nossas escolhas, ninguém precisa de Deus pra tocar a vida se assim o quiser!
Com tudo isso tendo acontecido com minha família, sendo mera coincidente pra muitos mas pra mim não, ainda sim já passei por minha crise espiritual, minha falta de Fé e questionamentos do tipo - porque acredito em Deus? Essa foi a primeira vez que mergulhei no fundo do poço e fiquei alguns anos lá, onde viver era um castigo e não uma bênção, onde um "ah" era motivo pra eu perder a paciência, com pai, mãe, namorada etc, sim, minha namorada passou por maus momentos comigo e passei por isso calado porque não tinha coragem de compartilhar, foi tenso. Nesse assunto não vou entrar em detalhes, acho que já compartilhei o bastante e também já falei o que mais importava, mas posso dizer porque acredito em Deus hoje - Não é porque nasci e fui batizado na igreja Católica, não é pelas coisas que vivenciei com a minha família (depois de tudo, deveria bastar, mas não bastou), sendo simples e direto e nada enigmático, não é porque alguém me falou e me convenceu, ou porque sofri lavagem cerebral, é porque eu sinto e é um sentimento muito forte, forte o suficiente pra me convencer que Ele existe. Já tentei nega-lo e não foram poucas vezes, mas esse sentimento não me larga.