Esta é a última parte da trilogia que foi essa viagem pelos grandes nomes da indústria dos jogos. Os demais podem ser encontrados nas seguintes postagens: http://www.pxb.net.br/comunidade/in...os-da-indústria-dos-videogames-parte-1.21588/ e http://www.pxb.net.br/comunidade/in...os-da-indústria-dos-videogames-parte-2.21621/
Agora é o "crème de la crème", os 10 maiores nomes (na opinião deste colunista) da história dos videogames:
10. Gabe Newell
Fundador e diretor de desenvolvimento de jogos e distribuição digital da Valve Corporation, Gabe Newell pode não ter o mesmo papel ativo dos demais nomes nessas listas no design ou no processo criativo dos jogos, mas como diretor e produtor dos jogos através da Valve, sua importância não pode jamais ser limitada ao sucesso quase monopolístico do sistema de distribuição digital Steam. Em seus mais de 40 jogos compilados pelo Metacritic, apenas um deles possui nota abaixo de 70. Excluído este jogo e algumas poucas expansões, todos os demais jogos possuem avaliação superior a 75. Das grandes empresas de software é a única a possuir uma média geral em seus jogos de invejáveis 85 pontos. Ao menos uma de suas franquias, Half-Life, é eterna candidata a melhor jogo da história. Os demais ou figuram entre os melhores de suas gerações, como Portal e Team Fortress, ou são fenômenos mundiais imensuráveis, como a modificação “oficial” Counter-strike (possivelmente um dos jogos mais jogados do mundo em toda história) e DOTA 2. Para estar em um TOP 10 de gênios da indústria dos jogos, é “apenas” esse tipo de feito que tem que ser atingido.
9. Shinji Mikami
Numa época em que os videogames são alçados a patamares cada vez mais elevados dentro da cultura popular, e influenciam filmes, desenhos, revistas em quadrinhos e até mesmo livros, poucos designers de jogo representam tão bem esse período quanto Shinji Mikami. Como diretor e produtor de Resident Evil, Mikami pode não ter criado o gênero de terror de sobrevivência, mas certamente foi quem o popularizou e passou a servir de referência para todos os que vieram depois dele. Mikami permaneceria como produtor ou diretor de todos os demais títulos desta imensa franquia até o lançamento de Resident Evil 4, certamente um dos jogos mais famosos da primeira década desse século, que redefiniu a abordagem em jogos de tiro em terceira pessoa e no gênero de terror. Foi ainda o diretor e produtor da série Dino Crisis, que embora não tenha repetido o sucesso da fórmula do primo mais famoso, ainda conseguir render três títulos diferentes sob a batuta de Mikami. Após um relativo hiato contando apenas com o inexpressivo God Hand, Mikami voltou a carga no final da geração passada e início da atual, com o elogiado Vanquish, o cult Shadows of the Damned e, mais recentemente, o aguardado The Evil Within.
8. Richard Garriott
Fundador da poderosa e duradoura Origin Systems, umas das desenvolvedoras de jogos mais lucrativas de seu tempo, adquirida por mais de U$ 30 milhões pela Electronic Arts em 1992, uma fábula para os padrões da época, Richard Garriott foi diretor, produtor, roteirista, designer e até mesmo ator da franquia de RPG Ultima, uma das mais longevas da história, com um total de 21 títulos lançados ao longo de 18 anos de existência. Ciclos de dia e noite em um jogo? Garriott fez isso em Ultima V... em 1988. NPCs que possuem sua própria rotina e que reagem às decisões do jogador? Garriott fez isso em Ultima VI… em 1990. Jogo medieval em primeira pessoa com ambientes e combates em 3D? Garriott foi o primeiro a fazer isso em Ultima Underworld... em 1992. Um RPG que possa ser jogado de forma maciça e online? Garriott foi um dos pioneiros nos MMORPGs lançando Ultima Online... em 1997. O primeiro MMORPG a ter mais de 100.000 assinantes, e ainda em ativa, detendo 8 recordes no Guiness Book. Investimento da base de fãs para desenvolvimento do jogos? Ultima Online foi um dos primeiro jogos a ser financiado durante sua produção pela comunidade de fãs de Ultima. Richard Garriott estabeleceu o padrão de referência que serviria de base par todos os RPGs ocidentais desde então, oferecendo já na década de 80 elementos que jogos ainda hoje em dia tem dificuldade de ofertar aos jogadores. E se tudo isso não bastasse, Garriott ainda foi o produtor executivo de jogos como BioForge, e dos populares Lineage, Lineage II, City of Heroes e City of Villains. Atualmente é o produtor executivo e diretor de criação de Shroud of the Avatar.
7. Peter Molyneux
Seja na condição de programador, de lead designer, líder de projeto ou produtor executivo, o nome de Molyneaux está vinculado, há mais de 30 anos na indústria dos jogos, a franquias que figuram entre as melhores de seu gênero, inovadoras em sua abordagem, absolutamente revolucionárias em seu conteúdo ou, no mínimo, visionárias a respeito dos limites e possibilidades na indústria de jogos. Populous, Powermonger, Syndicate, Theme Park, Dunegon Keeper, Black and White, The Movies, Fable. Os jogos de Molyneaux abrangem diversos gêneros da indústria de videogame, passando por jogos de estratégia, simulação, até RPGs. Não existe ninguém na Terra que possua tantas esperanças e expectativas a respeito de seus jogos quanto o próprio Molyneux, e esse é um componente essencial para que ele figure como uma das mentes mais inovadoras da história do videogame, ainda que sua visão por vezes esbarre nas limitações tecnológicas de sua época. Se afora Halo e Forza Motorsport a Microsoft no seu ainda curto período de aventura na indústria dos jogos conseguir apresentar algo novo e diversificado, isso de deve ao trabalho de Peter Molyneux e sua Lionhead Studios. Infelizmente, em 2012 Molyneaux anunciou sua saída da Microsoft e da Lionhead Studios, dedicando-se atualmente ao desenvolvimento do jogo independente Godus.
6. John Carmack
Se existe um gênero de jogo que reina soberano no universe dos consoles há pelo menos duas gerações são os jogos de tiro em primeira pessoa. Jogos dentro deste gênero estão inevitavelmente ligados aos jogos de maior investimento, maior expectativa, maior rentabilidade e maior abrangência comercial do que qualquer outro gênero de videogame. E se existe alguém para ser eternamente idolatrado por essa difusão dos jogos de tiro em primeira pessoa é John Carmack. Fundador da ID Software, Carmack estabeleceu, ao longo de seus 25 anos na indústria dos jogos, os fundamentos e os pilares do gênero, começando no longínquo ano de 1991, com Hovertank 3d, e, na sequência, os veneráveis predecessores do gênero na figura das franquias Wolfenstein, Doom, Quake, além de outros jogos no gênero, como Heretic e Strife. Mais recentemente, foi o diretor e programador do frustrante Rage, porém voltou a carga como programador e criador da engine do elogiado Wolfenstein: The New Order, assim como em The Evil Within, e atualmente trabalha no desenvolvimento de Doom 4. Além disso, Carmack foi um dos pioneiros na defesa de software livre, liberando o código de virtualmente todas as engines de seus jogos. Colecionador de Ferraris, em 1997 deu de presente para o ganhador de um torneio de Quake uma modesta Ferrari 328.
5. Hideo Kojima
Há quase 30 anos atuando na indústria de videogames, é quase impossível resumir todos os trabalhos, plataformas e papéis desempenhados por Kojima dentro da indústria. Seu portfolio reúne jogos que foram produzidos desde o MSX2 e PC88, passando por PC-Engine, Saturn, Playstation, DS, GameBoy, Xbox 360, até a atual geração de videogames. Foi produto, planejador e diretor dos três volumes de Tokimeki Memoria. Produtor de Zone of the Enders, Boktai e produtor executivo de Castlevania: Lords of Shadows. Mas é claro, acima de tudo, seu nome é sinônimo de uma das mais longevas, amadas e influentes franquias de toda a história dos jogos: Metal Gear. Desde Metal Gears Solid de 1998, Kojima foi, no mínimo, o produtor de todos os títulos da série, além de ter acumulado as funções de diretor, roteirista e designer de vários deles, incluindo Sons of Liberty, Snake Eater, Guns of the Patriots, Ground Zeroes e The Phantom Pain. São mais de 30 jogos lançados com o nome da franquia desde sua criação. Atualmente, desenvolve o jogo Silent Hills para o Playstation 4, na condição de diretor ao lado de Guillermo del Toro.
4. Will Wright
Fundador da Maxis, posteriormente incorporada pela Electronic Arts, Will Wright tem seu nome vinculado a virtualmente qualquer jogo com a palavrinha SIM desde o final da década de 80. E seria necessário viver debaixo de uma pedra durante todo esse período para ignorar o que isso significa. SimCity, lançado em 1989, revolucionou o mercado de jogos criando todo um novo nicho e gênero de simulador, capaz de transcender gêneros a ponto de no mesmo ano ganhar os prêmios de melhor jogo educacional, melhor jogo de simulação, melhor jogo para PC, melhor jogo de estratégia e já naquela época não se limitar apenas ao mercado de computadores, mas ingressas com ports para consoles, como o Super Nintendo. Não existe como passar pela história dos jogos sem passar pela influência eterna de SimCity. Posteriormente Will Wright ainda trabalhou em SimCity 2000, lançado para mais de 10 plataformas diferentes, até que em 2000 ter atuado como lead designer de um dos maiores fenômenos culturais e comerciais da história dos jogos: The Sims, o mais próspero, conhecido e inovador jogo de simulação de vida digital da história. A última carga de Will Wright diretamente relacionada aos jogos ocorreu em 2008, com o lançamento do ambicioso e visionário Spore. Desde então Wright tem trabalhado em um think tank que idealizou vinculado a Electronic Arts para formulação de novas ideias e concepções para a criação de jogos. Nada mais apropriado.
3. Hironobu Sakaguchi
Com mais de 30 anos dedicados à indústria de jogos, em 1987, já tendo participado do design de outros jogos, Sakaguchi era empregado da recém independente Square e resolveu que tentaria a sorte num jogo que havia idealizado, e se não desse certo, largaria a indústria de videogames. O nome do jogo era Final Fantasy. Lançado para Nintendo 8 bits, esse RPG que ajudou a definir as qualidades que se atribuem ainda nos dias de hoje aos denominados “J-RPGs” serviu para consolidar a visão japonesa do que são RPGs em uma plataforma digital, e seu sucesso transformou esse RPG em uma das franquias mais influentes, duradouras e comercialmente bem sucedidas da história. Seja como diretor ou produtor, Sakaguchi esteve diretamente envolvido em todos os títulos da franquia até Final Fantasy XII. Dos dez títulos da franquia mais bem avaliados da história, ele participou dos dez, inclusive os lendários VI, VII, VIII, IX, X e XII. Foi também o designer e supervisor de Chrono Trigger para o SuperNes, sempre considerado como um dos fortes candidatos a melhor jogo da história e ainda produtor executivo de Kingdom Hearts, para o Playstation 2. Todos os seus jogos invariavelmente também possuem trilhas sonoras dentre as mais memoráveis de todos os tempos. Após fundar a Mistwalker, ainda atuou como supervisor do mediano Blue Dragon e do elogiado, denso e maduro Lost Odyssey, para o Xbox 360. O último jogo que dirigiu foi The Last Story, lançado para o Wii.
2. Sid Meier
Outro nome há mais de 30 anos na história dos jogos, Sid Meier já foi eleito, em mais de uma oportunidade, uma das pessoas mais influentes na história dos jogos da história. Fundador da histórica MicroProse, e posteriormente fundador da Firaxis Game, o início da carreira de Sid Meiers como designer ou programador está ligada a simuladores de vôo, como os clássicos F-15 Strike Eagle, Gunship! E F-19 Stealth Fighter. Todos ainda na década de 80. Mas foi em 1987 o primeiro grande divisor de águas para Sid Meier, com o revolucionário Pirates! Um jogo de estratégia e ação que punha o jogador no papel de comandante de um navio pirata, navegando por um ainda revolucionário “mundo aberto” na época. Até hoje considerado por muitos um dos melhores jogos da história. Mas é no início da década de 90 que Sid Meier chegaria ao Olimpo com o lançamento de dois dos jogos mais influentes da história dos jogos de simulação e estratégia, lançando em 1990 o revolucionário Railroad Tycoon, e, no ano seguinte, o maior, mais famoso, mais aclamado e reverenciado jogo de estratégia da história dos jogos, Civilization. Juntas, estas duas franquias computam mais de 10 jogos, sejam em sequências diretas desde então, seja em spin-offs, como Colonization. Ainda foi o diretor e designer do saudoso Alpha Centauri, apenas reforçado o título de maior nome na história no gênero de jogos de estratégia. Mais recentemente, lançou Civilization Revolution 2, para celulares e tablets e Civilization: Beyond Earth, sucesso espiritual teórico de Alpha Centauri construído sobre a engine do elogiadíssimo Civilization V.
1. Shigeru Miyamoto
Existem pouquíssimas unanimidades no mundo. Em qualquer campo de saber ou de atuação profissional. Mas quando se faz uma lista dos maiores nomes na indústria dos jogos, qualquer pessoa que tente tirar de Miyamoto a primeira posição tem um trabalho muito complicado pela frente. Com quase 40 anos de dedicação à indústria dos jogos, é simplesmente impossível tentar resumir todos os jogos com os quais Miyamoto participou, de forma mais ou menos direta nesse período. Mas um breve resumo por uma fração mínima destes títulos é uma viagem não apenas pela história dos jogos, como também pelos maiores títulos da história dessa indústria: Donkey Kong, Mario Bros., The Legend of Zelda, Kid Icarus, F-Zero, Super Mario Kart, Star Fox, Killer Instinct, Pokemon Red and Blue, Mario Party, Super Smash Bros, Pikmin, Metroid Prime, Paper Mario, Wii Sports, Wii Fit, Super Mario Galaxy... E isso é apenas uma fração dos jogos em que Miyamoto participou, no mínimo, na condição de produtor. Mas como diretor vale destacar o extraordinariamente revolucionário Donkey Kong, aquele que é possivelmente o melhor jogo de plataforma da história, Super Mario Bros. E The Legend of Zelda: Ocarina of Time, um jogo que está para a indústria do videogame o que Cidadão Kane é para os filmes. Se a Nintendo é a marca mais influente na história dos videogames, e se ainda hoje é uma empresa a ser respeitada e admirada, isso se deve a Miyamoto. Sem ele, não existe Nintendo, ao menos não como a conhecemos. E sem ele a indústria de jogos como um todo não seria a mesma, nem teria o mesmo brilho.
Agora é o "crème de la crème", os 10 maiores nomes (na opinião deste colunista) da história dos videogames:
10. Gabe Newell
Fundador e diretor de desenvolvimento de jogos e distribuição digital da Valve Corporation, Gabe Newell pode não ter o mesmo papel ativo dos demais nomes nessas listas no design ou no processo criativo dos jogos, mas como diretor e produtor dos jogos através da Valve, sua importância não pode jamais ser limitada ao sucesso quase monopolístico do sistema de distribuição digital Steam. Em seus mais de 40 jogos compilados pelo Metacritic, apenas um deles possui nota abaixo de 70. Excluído este jogo e algumas poucas expansões, todos os demais jogos possuem avaliação superior a 75. Das grandes empresas de software é a única a possuir uma média geral em seus jogos de invejáveis 85 pontos. Ao menos uma de suas franquias, Half-Life, é eterna candidata a melhor jogo da história. Os demais ou figuram entre os melhores de suas gerações, como Portal e Team Fortress, ou são fenômenos mundiais imensuráveis, como a modificação “oficial” Counter-strike (possivelmente um dos jogos mais jogados do mundo em toda história) e DOTA 2. Para estar em um TOP 10 de gênios da indústria dos jogos, é “apenas” esse tipo de feito que tem que ser atingido.
9. Shinji Mikami
Numa época em que os videogames são alçados a patamares cada vez mais elevados dentro da cultura popular, e influenciam filmes, desenhos, revistas em quadrinhos e até mesmo livros, poucos designers de jogo representam tão bem esse período quanto Shinji Mikami. Como diretor e produtor de Resident Evil, Mikami pode não ter criado o gênero de terror de sobrevivência, mas certamente foi quem o popularizou e passou a servir de referência para todos os que vieram depois dele. Mikami permaneceria como produtor ou diretor de todos os demais títulos desta imensa franquia até o lançamento de Resident Evil 4, certamente um dos jogos mais famosos da primeira década desse século, que redefiniu a abordagem em jogos de tiro em terceira pessoa e no gênero de terror. Foi ainda o diretor e produtor da série Dino Crisis, que embora não tenha repetido o sucesso da fórmula do primo mais famoso, ainda conseguir render três títulos diferentes sob a batuta de Mikami. Após um relativo hiato contando apenas com o inexpressivo God Hand, Mikami voltou a carga no final da geração passada e início da atual, com o elogiado Vanquish, o cult Shadows of the Damned e, mais recentemente, o aguardado The Evil Within.
8. Richard Garriott
Fundador da poderosa e duradoura Origin Systems, umas das desenvolvedoras de jogos mais lucrativas de seu tempo, adquirida por mais de U$ 30 milhões pela Electronic Arts em 1992, uma fábula para os padrões da época, Richard Garriott foi diretor, produtor, roteirista, designer e até mesmo ator da franquia de RPG Ultima, uma das mais longevas da história, com um total de 21 títulos lançados ao longo de 18 anos de existência. Ciclos de dia e noite em um jogo? Garriott fez isso em Ultima V... em 1988. NPCs que possuem sua própria rotina e que reagem às decisões do jogador? Garriott fez isso em Ultima VI… em 1990. Jogo medieval em primeira pessoa com ambientes e combates em 3D? Garriott foi o primeiro a fazer isso em Ultima Underworld... em 1992. Um RPG que possa ser jogado de forma maciça e online? Garriott foi um dos pioneiros nos MMORPGs lançando Ultima Online... em 1997. O primeiro MMORPG a ter mais de 100.000 assinantes, e ainda em ativa, detendo 8 recordes no Guiness Book. Investimento da base de fãs para desenvolvimento do jogos? Ultima Online foi um dos primeiro jogos a ser financiado durante sua produção pela comunidade de fãs de Ultima. Richard Garriott estabeleceu o padrão de referência que serviria de base par todos os RPGs ocidentais desde então, oferecendo já na década de 80 elementos que jogos ainda hoje em dia tem dificuldade de ofertar aos jogadores. E se tudo isso não bastasse, Garriott ainda foi o produtor executivo de jogos como BioForge, e dos populares Lineage, Lineage II, City of Heroes e City of Villains. Atualmente é o produtor executivo e diretor de criação de Shroud of the Avatar.
7. Peter Molyneux
Seja na condição de programador, de lead designer, líder de projeto ou produtor executivo, o nome de Molyneaux está vinculado, há mais de 30 anos na indústria dos jogos, a franquias que figuram entre as melhores de seu gênero, inovadoras em sua abordagem, absolutamente revolucionárias em seu conteúdo ou, no mínimo, visionárias a respeito dos limites e possibilidades na indústria de jogos. Populous, Powermonger, Syndicate, Theme Park, Dunegon Keeper, Black and White, The Movies, Fable. Os jogos de Molyneaux abrangem diversos gêneros da indústria de videogame, passando por jogos de estratégia, simulação, até RPGs. Não existe ninguém na Terra que possua tantas esperanças e expectativas a respeito de seus jogos quanto o próprio Molyneux, e esse é um componente essencial para que ele figure como uma das mentes mais inovadoras da história do videogame, ainda que sua visão por vezes esbarre nas limitações tecnológicas de sua época. Se afora Halo e Forza Motorsport a Microsoft no seu ainda curto período de aventura na indústria dos jogos conseguir apresentar algo novo e diversificado, isso de deve ao trabalho de Peter Molyneux e sua Lionhead Studios. Infelizmente, em 2012 Molyneaux anunciou sua saída da Microsoft e da Lionhead Studios, dedicando-se atualmente ao desenvolvimento do jogo independente Godus.
6. John Carmack
Se existe um gênero de jogo que reina soberano no universe dos consoles há pelo menos duas gerações são os jogos de tiro em primeira pessoa. Jogos dentro deste gênero estão inevitavelmente ligados aos jogos de maior investimento, maior expectativa, maior rentabilidade e maior abrangência comercial do que qualquer outro gênero de videogame. E se existe alguém para ser eternamente idolatrado por essa difusão dos jogos de tiro em primeira pessoa é John Carmack. Fundador da ID Software, Carmack estabeleceu, ao longo de seus 25 anos na indústria dos jogos, os fundamentos e os pilares do gênero, começando no longínquo ano de 1991, com Hovertank 3d, e, na sequência, os veneráveis predecessores do gênero na figura das franquias Wolfenstein, Doom, Quake, além de outros jogos no gênero, como Heretic e Strife. Mais recentemente, foi o diretor e programador do frustrante Rage, porém voltou a carga como programador e criador da engine do elogiado Wolfenstein: The New Order, assim como em The Evil Within, e atualmente trabalha no desenvolvimento de Doom 4. Além disso, Carmack foi um dos pioneiros na defesa de software livre, liberando o código de virtualmente todas as engines de seus jogos. Colecionador de Ferraris, em 1997 deu de presente para o ganhador de um torneio de Quake uma modesta Ferrari 328.
5. Hideo Kojima
Há quase 30 anos atuando na indústria de videogames, é quase impossível resumir todos os trabalhos, plataformas e papéis desempenhados por Kojima dentro da indústria. Seu portfolio reúne jogos que foram produzidos desde o MSX2 e PC88, passando por PC-Engine, Saturn, Playstation, DS, GameBoy, Xbox 360, até a atual geração de videogames. Foi produto, planejador e diretor dos três volumes de Tokimeki Memoria. Produtor de Zone of the Enders, Boktai e produtor executivo de Castlevania: Lords of Shadows. Mas é claro, acima de tudo, seu nome é sinônimo de uma das mais longevas, amadas e influentes franquias de toda a história dos jogos: Metal Gear. Desde Metal Gears Solid de 1998, Kojima foi, no mínimo, o produtor de todos os títulos da série, além de ter acumulado as funções de diretor, roteirista e designer de vários deles, incluindo Sons of Liberty, Snake Eater, Guns of the Patriots, Ground Zeroes e The Phantom Pain. São mais de 30 jogos lançados com o nome da franquia desde sua criação. Atualmente, desenvolve o jogo Silent Hills para o Playstation 4, na condição de diretor ao lado de Guillermo del Toro.
4. Will Wright
Fundador da Maxis, posteriormente incorporada pela Electronic Arts, Will Wright tem seu nome vinculado a virtualmente qualquer jogo com a palavrinha SIM desde o final da década de 80. E seria necessário viver debaixo de uma pedra durante todo esse período para ignorar o que isso significa. SimCity, lançado em 1989, revolucionou o mercado de jogos criando todo um novo nicho e gênero de simulador, capaz de transcender gêneros a ponto de no mesmo ano ganhar os prêmios de melhor jogo educacional, melhor jogo de simulação, melhor jogo para PC, melhor jogo de estratégia e já naquela época não se limitar apenas ao mercado de computadores, mas ingressas com ports para consoles, como o Super Nintendo. Não existe como passar pela história dos jogos sem passar pela influência eterna de SimCity. Posteriormente Will Wright ainda trabalhou em SimCity 2000, lançado para mais de 10 plataformas diferentes, até que em 2000 ter atuado como lead designer de um dos maiores fenômenos culturais e comerciais da história dos jogos: The Sims, o mais próspero, conhecido e inovador jogo de simulação de vida digital da história. A última carga de Will Wright diretamente relacionada aos jogos ocorreu em 2008, com o lançamento do ambicioso e visionário Spore. Desde então Wright tem trabalhado em um think tank que idealizou vinculado a Electronic Arts para formulação de novas ideias e concepções para a criação de jogos. Nada mais apropriado.
3. Hironobu Sakaguchi
Com mais de 30 anos dedicados à indústria de jogos, em 1987, já tendo participado do design de outros jogos, Sakaguchi era empregado da recém independente Square e resolveu que tentaria a sorte num jogo que havia idealizado, e se não desse certo, largaria a indústria de videogames. O nome do jogo era Final Fantasy. Lançado para Nintendo 8 bits, esse RPG que ajudou a definir as qualidades que se atribuem ainda nos dias de hoje aos denominados “J-RPGs” serviu para consolidar a visão japonesa do que são RPGs em uma plataforma digital, e seu sucesso transformou esse RPG em uma das franquias mais influentes, duradouras e comercialmente bem sucedidas da história. Seja como diretor ou produtor, Sakaguchi esteve diretamente envolvido em todos os títulos da franquia até Final Fantasy XII. Dos dez títulos da franquia mais bem avaliados da história, ele participou dos dez, inclusive os lendários VI, VII, VIII, IX, X e XII. Foi também o designer e supervisor de Chrono Trigger para o SuperNes, sempre considerado como um dos fortes candidatos a melhor jogo da história e ainda produtor executivo de Kingdom Hearts, para o Playstation 2. Todos os seus jogos invariavelmente também possuem trilhas sonoras dentre as mais memoráveis de todos os tempos. Após fundar a Mistwalker, ainda atuou como supervisor do mediano Blue Dragon e do elogiado, denso e maduro Lost Odyssey, para o Xbox 360. O último jogo que dirigiu foi The Last Story, lançado para o Wii.
2. Sid Meier
Outro nome há mais de 30 anos na história dos jogos, Sid Meier já foi eleito, em mais de uma oportunidade, uma das pessoas mais influentes na história dos jogos da história. Fundador da histórica MicroProse, e posteriormente fundador da Firaxis Game, o início da carreira de Sid Meiers como designer ou programador está ligada a simuladores de vôo, como os clássicos F-15 Strike Eagle, Gunship! E F-19 Stealth Fighter. Todos ainda na década de 80. Mas foi em 1987 o primeiro grande divisor de águas para Sid Meier, com o revolucionário Pirates! Um jogo de estratégia e ação que punha o jogador no papel de comandante de um navio pirata, navegando por um ainda revolucionário “mundo aberto” na época. Até hoje considerado por muitos um dos melhores jogos da história. Mas é no início da década de 90 que Sid Meier chegaria ao Olimpo com o lançamento de dois dos jogos mais influentes da história dos jogos de simulação e estratégia, lançando em 1990 o revolucionário Railroad Tycoon, e, no ano seguinte, o maior, mais famoso, mais aclamado e reverenciado jogo de estratégia da história dos jogos, Civilization. Juntas, estas duas franquias computam mais de 10 jogos, sejam em sequências diretas desde então, seja em spin-offs, como Colonization. Ainda foi o diretor e designer do saudoso Alpha Centauri, apenas reforçado o título de maior nome na história no gênero de jogos de estratégia. Mais recentemente, lançou Civilization Revolution 2, para celulares e tablets e Civilization: Beyond Earth, sucesso espiritual teórico de Alpha Centauri construído sobre a engine do elogiadíssimo Civilization V.
1. Shigeru Miyamoto
Existem pouquíssimas unanimidades no mundo. Em qualquer campo de saber ou de atuação profissional. Mas quando se faz uma lista dos maiores nomes na indústria dos jogos, qualquer pessoa que tente tirar de Miyamoto a primeira posição tem um trabalho muito complicado pela frente. Com quase 40 anos de dedicação à indústria dos jogos, é simplesmente impossível tentar resumir todos os jogos com os quais Miyamoto participou, de forma mais ou menos direta nesse período. Mas um breve resumo por uma fração mínima destes títulos é uma viagem não apenas pela história dos jogos, como também pelos maiores títulos da história dessa indústria: Donkey Kong, Mario Bros., The Legend of Zelda, Kid Icarus, F-Zero, Super Mario Kart, Star Fox, Killer Instinct, Pokemon Red and Blue, Mario Party, Super Smash Bros, Pikmin, Metroid Prime, Paper Mario, Wii Sports, Wii Fit, Super Mario Galaxy... E isso é apenas uma fração dos jogos em que Miyamoto participou, no mínimo, na condição de produtor. Mas como diretor vale destacar o extraordinariamente revolucionário Donkey Kong, aquele que é possivelmente o melhor jogo de plataforma da história, Super Mario Bros. E The Legend of Zelda: Ocarina of Time, um jogo que está para a indústria do videogame o que Cidadão Kane é para os filmes. Se a Nintendo é a marca mais influente na história dos videogames, e se ainda hoje é uma empresa a ser respeitada e admirada, isso se deve a Miyamoto. Sem ele, não existe Nintendo, ao menos não como a conhecemos. E sem ele a indústria de jogos como um todo não seria a mesma, nem teria o mesmo brilho.