É que tem uma diferença fundamental entre as duas situações.
Vamos dizer que eu tenho uma pizzaria e compro farinha de uma fábrica aqui na cidade. A mesma fábrica vende farinha pra outras pizzarias também. Aí eu vou lá e faço um acordo pra que a marca X só seja vendida pra mim, é exclusiva minha. A fábrica vai seguir vendendo farinha pra outras pizzarias, pode até vender outras marcas de farinha exclusivamente pra elas, mas a X é minha (e poderia ser de outra caso tivessem proposto antes).
Agora, vamos imaginar que, ao invés de garantir a exclusividade da marca X, eu vou lá e compro a fábrica de farinha inteira. Neste caso, eu não terei apenas a exclusividade de uma marca de farinha, mas o controle de toda a produção da fábrica. De um dia para o outro, eu posso não vender mais farinha para os meus concorrentes, ou vender só algumas marcas e em condições que talvez não sejam tão favoráveis quanto na época em que a empresa era independente.
O primeiro caso é a Sony chegando na Square pra ter exclusividade de três jogos da franquia Final Fantasy (VII Remake + Rebirth + XVI). Antes da Sony fechar esse acordo, nada impedia a Microsoft de bater na porta da Square e propor que esses jogos fossem exclusivos de
Xbox, jogos da franquia Final Fantasy seguem saindo no
Xbox e a Microsoft pode até acertar que um futuro Final Fantasy seja exclusivo do
Xbox.
Já o segundo caso é a Microsoft comprando a Bethesda e, agora, a Activision. Alguns jogos seguirão multiplataforma, outros tantos deixarão de ser e se tornarão exclusivos de
Xbox. Por mais que a Microsoft tenha se mostrado por diversas vezes disposta a seguir oferecendo Call of Duty no PlayStation, os órgãos vão levantar essa preocupação, porque houve uma mudança grande na forma como a empresa fornecedora opera: antes, era independente e vendendo jogos pra Microsoft e Sony; agora, passa a ser controlada pela Microsoft, concorrente direta da Sony no mercado de videogame.