Cerny: PS4 Pro atinge 8,4 teraflops graças a um novo recurso [Atualizado 31/10/2016]

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Marcus_007

Guerreiro
Fevereiro 1, 2010
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Veja no seu comentario, vc citou The Last of Us e Uncharted 3 para somar sua lista atual de jogos que te agradaram. Vc precisou puxar jogos da geração passada para somar. Eu tenho medo que a nossa industria entre em estagnação. Se continuar assim, não quero imaginar daqui 10 anos como as coisas vão estar.
Produtos de mídia, fruto de mentes criativas, como filmes, jogos e livros, não podem ser sistematizados e institucionalizados de forma que todo ano se produza algo igualmente fantástico que o anterior...mas melhor, que faça homenagem ao cânone...mas que também te surpreenda, que seja nostálgico...e inovador. A EA tentou fazer exatamente isso com suas franquias e deu com os burros n'água. O lance da estagnação criativa me parece talvez uma falácia momentânea. Meu ponto é: ainda é cedo demais para dizer que as novas IPs que surgiram não se tornarão grandes franquias no futuro, ou que não existirão mais IPs AAA novas. Eu acho perigoso generalizar, só isso. A indústria está em fluxo nesse momento. Não dá para dizer como será daqui há 5 anos, muito menos daqui há 10. Os indies hoje podem vir a se tornar o novo segmento A daqui há 10 anos, sem falar que estes jogos estão melhorando em qualidade e escopo de forma assustadora. Pensar como eram os jogos do Summer of Arcade em 2008 como Braid e Castle Crashers e hoje se deparar com jogos como The Witness, Inside, Firewatch, Cuphead, Darkest Dungeon e Yooka Laylee é assustador. Outlast não deve nada...N-A-D-A...em termos de qualidade, história, mecânica e gameplay para outros jogos de horror AAA. Na realidade eu diria que Outlast é mais tenso e mais assustador que metade de todos os jogos de terror AAA lançados nos últimos 10 anos. Além disso muitas franquias só explodiram em sua segunda (ou terceira) interação, caso da série Red Dead, o primeiro foi apenas okay. Não teve absolutamente nada demais. Não foi sucesso nem de crítica nem de público, vendeu pouco mais de 1 milhão e pronto. Foi o segundo jogo da série que explodiu a franquia e pode apostar que a Rockstar fará o possível para que RDR2 alcance níveis de GTA se depender dela.
 
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Marcus_007

Guerreiro
Fevereiro 1, 2010
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@Marcus_007 sobre o BloodBorne, é claro ele é diferente de Dark Souls em alguns aspectos. Mas é inegavel que são jogos parecidos. Tanto que antes de anunciarem o nome do novo jogo da From, o pessoal chutava que era um novo Dark Souls, pelas semelhanças. Ele tem um publico novo, mas a base de fãns de DS ajudaram sim. Se vc pegar o DS3, ele ganhou algumas semelhanças de gameplay de BloodBorne. Tanto que a From disse a um tempo atrás que quer produzir jogos diferentes de Dark Souls e BloodBorne.
São jogos na mesma categoria e da mesma produtora, e claro, pode-se dizer que um se inspirou diretamente no outro. Não é falho apontar essas semelhanças, mas não acho "justo" desconsiderar Bloodborne como uma nova IP por causa desses pontos, afinal de contas, quase todos os jogos "vieram" de outros jogos. São excessivamente raros os jogos que são 100% originais. Jogos do mesmo gênero normalmente "bebem da mesma fonte", seja nos clichês das histórias, nas mesmas mecânicas, mas alguma coisa ele vai derivar de franquias bem sucedidas à sua volta. COD (que foi gerado por Battlefield 1942) influenciou todos os demais shotters por uns 5-6 anos seguidos (inclusive Battlefield), para então ser influenciado por uma de suas crias (Titanfall); Tomb Raider e Uncharted são essencialmente um Ouroboros (Tomb Raider que gerou Uncharted que gerou TR Reboot e por ai vai); Shadows of Mordor é basicamente o melhor jogo de Assassin's Creed e Arkham Asylum já feito...rs; essencialmente todos os jogos de survival horror já tentaram copiar em tom, clima, gameplay ou a mecânica de Resident Evil; da mesma forma, GTA 3 foi o padrão do que jogos open world e sandbox viriam a se tornar um dia, com sua exploração livre, diversas atividades, side quests etc; e todos os jogos do gênero de stealth basicamente são "cópias" das ideias contidas em Metal Gear Solid.
 
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HenriquePerche

Guerreiro
Janeiro 12, 2016
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Ribeirão Preto
BloodBorne é um sucessor espiritual da série Souls. O publico de DS já estava de olho. Claro que é uma franquia nova com uma nova lore, mas é inegavel que tem a mesma base da serie Souls.
Essa cobrança de franquia nova serve para as third party tbm. Ubisoft, EA, Warner e etc..
A From Software eu já sei que está trazendo franquias novas. Vamos esperar pra ver.
É nova IP e ponto.

Não preciso citar a dezenas de motivos pra mostrar isso. É nova IP.
Seria a mesma coisa que dizer que Titanfall não é nova IP porque lembra CoD.
 

Linho

Guerreiro
Julho 8, 2014
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É nova IP e ponto.

Não preciso citar a dezenas de motivos pra mostrar isso. É nova IP.
Seria a mesma coisa que dizer que Titanfall não é nova IP porque lembra CoD.
Sua comparação não faz sentido pra mim. Eu não acho que BloodBorne e Dark Souls são apenas parecidos. Mas ai vai de cada um.
Eu não neguei que é uma nova IP, só acho que tem uns poréns.
 
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Linho

Guerreiro
Julho 8, 2014
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@Marcus_007 é muito legal ver como os jogos indies são importantes na industria. Os desenvolvedores indie tem mais liberdade para criar e inovar. Eu tbm não acho que a criatividade acabou. O problema é que as grandes publicadoras não querem arriscar muito, ai acaba limitando o desenvolvedor. Fora o problema de prazo de entrega, a demora que é hoje para se desenvolver um jogo AAA.
 
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Marcus_007

Guerreiro
Fevereiro 1, 2010
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@Marcus_007 é muito legal ver como os jogos indies são importantes na industria. Os desenvolvedores indie tem mais liberdade para criar e inovar. Eu tbm não acho que a criatividade acabou. O problema é que as grandes publicadoras não querem arriscar muito, ai acaba limitando o desenvolvedor. Fora o problema de prazo de entrega, a demora que é hoje para se desenvolver um jogo AAA.
Eu acho que os indies inevitavelmente conquistarão até mesmo àqueles que torcem o nariz para eles...rs. Eles estão cada vez mais diversos e topam arriscar bem mais que os grandes estúdios. Alguns até se graduam e viram estúdios maiores ou são comprados por estúdios maiores. A galera que fez The Order 1886 fazia jogos para o Vita, em outro exemplo, a Red Barrel Studios começou com 1,3 milhões de financiamento e 3 pessoas, hoje eles tem perto de 20 e mais de 40 milhões com a venda de Outlast. Tem tanta IP novinha vindo desses indies, e IPs bem interessantes, de qualidade (pelo menos à princípio), como Tacoma, Routine, Youka Laylee, We Happy Few, Kingdom Come Deliverance, Hellblade e outros.

Nos estúdios grandes tem bons sinais que novas IP ainda fazem parte do processo decisório. Podem criticar a Ubi mas ela costuma apresentar MUITA coisa nova, mesmo que seja uma roupagem nova de sua velha fórmula. Ela já disse que tem intenção de manter o Ubi Art responsável pelos fantásticos Child of Light e Valiant Hearts e WD2 vai abandonar pela primeira vez a mecânica de "liberar áreas" dos jogos da Ubi. Wasteland, Steep e Star Trek Bridge Crew também são outros jogos novinhos deles. Tanto Naughty Dog quanto Bioware e CDProjeckt já afirmaram estarem ativamente trabalhando em IPs 100% novas além de suas franquias já estabelecidas. O Ken Levine (criador de Bioshock) também está criando uma IP nova em seu novo estúdio indie. No caso específico da Sony, na sua apresentação da E3 teve anuncio de mais 3 jogos novinhos em folha: Death Stranding, Days Gone e Spiderman. Sem falar de Detroit, Horizon, Dreams, Nioh e Wild...mais 5 jogos completamente novos. Mesmo a EA que é mais engessada e cautelosa afirmou ter 3 IPs novas em desenvolvimento para os próximos 3 anos, uma delas sendo o jogo de aventura de Star Wars com o estúdio de Dead Space e a roteiristas da série Uncharted. Na reunião de acionistas deles foi mencionado que ao redor de 20-22% dos recursos da empresa estão sendo investidos nestes jogos e eles também tem o projeto de financiar jogos indies. É por essas e outras que eu acho meio exagerado esse alarde momentâneo de que não tem mais IP nova.
 
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Johannes

Guerreiro
Novembro 11, 2006
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Mas sempre teve a disputa pelos aspectos técnicos. Hoje se fala em tflops e resolução, mas essa mesma conversa já foi debatida à exaustão com bits, emotion engine, capacidade ou não de renderizar em 3D, cartuchos versus CD e tantos outros. Não tem nada de novo aqui, apenas a nova roupagem do mesmo assunto de 20 anos atrás. Eu era moleque lendo Nintendo Power, Ação Games e Super Game Power e era figurinha carimbada vir matéria comparando consoles, que aquele era melhor por X, Y, Z, que essa tecnologia é melhor por isso e etc.

A indústria de jogos está amadurecendo à passos largos. Hoje é comum as maiores franquias ultrapassarem 1 bilhão de dólares, algo antes reservado exclusivamente para a indústria cinematográfica. Vai demorar um tempo até ela se acertar, decidir o que dá certo ou não. É uma época de mutações, incertezas. Nos últimos 15 anos nos vimos a solidificação da internet como plataforma de distribuição de jogos, a venda de jogos digitais ultrapassar a de jogos físicos, o aparecimento dos diversos serviços de assinatura de jogos, a febre global com jogos MP, a cultura do e-sport, a morte de praticamente todos os estúdios medianos e de jogos A, a ascensão dos estúdios indies, o retorno glorioso de categorias de games da década de 80 e 90 (point & click, 4x, simulação etc), passamos pela febre do 3D e agora estamos em VR, motion control, tablets e periféricos mil, 2 versões do kinect que não emplacaram, o boom dos jogos mobile, a febre de integrações multitelas com apps em celular para efeito em jogos, a queda e ruína de um dos maiores ícones dos VG (a Sega) e o aparecimento de um novo entrante no universo dos consoles (a MS), evolução dos jogos SD para HD e tantos outros acontecimentos.

Difícil encontrar outra indústria que seja tão versátil ou tão na linha de frente de avanços tecnológicos quanto essa. Então tem muita coisa acontecendo por trás, e como eu mesmo mencionei, não é como se a geração passada tivesse sido a melhor que já existiu ou ela se tornou a medida pela qual todas as demais serão avaliadas, nada disso. Teve anos bons e anos ruins. Sem falar que não podemos esquecer que, como todo tipo de industria que depende diretamente de criatividade para seus produtos, é normal um fluxo de períodos altos e baixos. Às vezes o estúdio certo reúne o grupo de pessoas corretas e jogos verdadeiramente especiais surgem: Halo Reach, TLoS, Uncharted 2, Red Dead Redemption, Mass Effect 2, Witcher 3, Street Fighter 2, Baldur's Gate 2, Mario 64, Zelda a Link to the Past, Half Life 2, Portal, Silent Hill 2, Bioshock, Battlefield 1942, KOTOR, Skyrim, Journey...

Eu realmente não vejo grande amadurecimento do ponto de vista artístico em jogos AAA. Eu diria até que andam estagnando justamente por (entre outros fatores) tentarem abraçar um mundo totalmente conectado, mesmo sabendo que experiências online em jogos costumam diminuir e muito em relação a jogos single que têm mais espaço e oportunidade pra contar grandes histórias. Raríssimos são os jogos que conseguem integrar online e single sem perder o foco e diminuir a experiência. De cabeça agora só me lembro da série Souls.

Artisticamente temos uns 3 estúdios que elevam os padrões, enquanto o resto apenas acompanha ou tenta acompanhar. Lembrando que estou falando apenas de AAAs. Naughty Dog, Rockstar, CDPR estão em outro patamar.

O outro fator que está levando essa indústria de AAAs para um caminho arriscado é sim essa tentativa de alavancar consoles levemente melhores no meio da geração que não existiriam se os consoles atuais não fossem tão fracos de hardware. E a maior crítica é o foco estúpido em resolução, quando isso é bem secundário para um jogo ser divertido, inovador e que acrescente algo.

Você é entusiasta dessa discussão de flops, mas a esmagadora maioria não é. Até jogador hardcore das antigas como eu, que jogo no PC, acho esse papo um porre que não acrescenta nada à diversão. Por exemplo, sou frequentador assíduo do Adrenaline, mas quase não posto na área de jogos do PC porque lá aparece uma galera que tem como diversão contar os FPSs que a nova placa de vídeo que ele comprou é capaz de rodar (ou não). Quase sempre discuto com esses malas por lá que não falam nada do jogo, até que alguém abre um tópico só pra performance e specs. Acho que estou velho demais pra isso.
 

Marcus_007

Guerreiro
Fevereiro 1, 2010
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Eu realmente não vejo grande amadurecimento do ponto de vista artístico em jogos AAA. Eu diria até que andam estagnando justamente por (entre outros fatores) tentarem abraçar um mundo totalmente conectado, mesmo sabendo que experiências online em jogos costumam diminuir e muito em relação a jogos single que têm mais espaço e oportunidade pra contar grandes histórias. Raríssimos são os jogos que conseguem integrar online e single sem perder o foco e diminuir a experiência. De cabeça agora só me lembro da série Souls.

Artisticamente temos uns 3 estúdios que elevam os padrões, enquanto o resto apenas acompanha ou tenta acompanhar. Lembrando que estou falando apenas de AAAs. Naughty Dog, Rockstar, CDPR estão em outro patamar.

O outro fator que está levando essa indústria de AAAs para um caminho arriscado é sim essa tentativa de alavancar consoles levemente melhores no meio da geração que não existiriam se os consoles atuais não fossem tão fracos de hardware. E a maior crítica é o foco estúpido em resolução, quando isso é bem secundário para um jogo ser divertido, inovador e que acrescente algo.

Você é entusiasta dessa discussão de flops, mas a esmagadora maioria não é. Até jogador hardcore das antigas como eu, que jogo no PC, acho esse papo um porre que não acrescenta nada à diversão. Por exemplo, sou frequentador assíduo do Adrenaline, mas quase não posto na área de jogos do PC porque lá aparece uma galera que tem como diversão contar os FPSs que a nova placa de vídeo que ele comprou é capaz de rodar (ou não). Quase sempre discuto com esses malas por lá que não falam nada do jogo, até que alguém abre um tópico só pra performance e specs. Acho que estou velho demais pra isso.
Jogos AAA são blockbusters. Da mesma forma que é muito difícil ver um filme de arte de grande orçamento é ver um jogo com forte apelo artístico com orçamento de 30, 40, 50 milhões de dólares. Mas o importante é que eles existem. Há 20 anos atrás jogos como Braid, Tomas was alone, Journey, Flower, Unfinished Swan e Limbo teriam dificuldade em levantar dinheiro quanto mais serem publicados. Okami talvez seja um dos jogos com uma pegada "artística" mais antigo, e ele tem apenas 10 anos. Em outras fronteiras jogos evoluíram assustadoramente, tirando o óbvio pulo em gráficos, em áreas como gameplay, narrativa, design de níveis. É claro que isso não é uma regra. Mesmo hoje não faltam exemplos de jogos com história, gameplay e mecânicas ruins. Como você bem colocou existem os "super" estúdios. Àqueles que não vão com a maré, mas sim, que determinam para onde a indústria se moverá como um todo, os visionários. Mas essa é a realidade de essencialmente todos os negócios humanos. Você não encontra uma indústria onde 100% dos seus componentes tem excelência superior. Você encontra os líderes (que sempre é um grupo pequeno), os medianos (que formam o grosso da indústria) e os ruins. Essa é a regra para toda atividade econômica humana, e não há qualquer razão para VGs serem uma exceção.

Quanto ao lance dos novos consoles, é difícil dizer como eles serão recebidos "de fato" pelo público e como isso afetará as vendas deles, dos antigos e da indústria como um todo. Muita gente criticou o XB1 S, falando que era imbecil porque o Scorpio chega daqui 1 ano, que era estúpido, que ninguém iria comprar e etc, foi motivo de piada no twitter, facebook e instagram durante todo o mês da E3, e pelo 3º mês seguido é ele o principal responsável pela alavancada de vendas do Xbox. Nós já sabemos muito bem o que a parcela mais vocal e ativa dos gamers pensam do Pro e do Scorpio, mas não sabemos o que o público em geral e o mercado pensam. Da mesma forma que o XB1 S, no final das contas, talvez os upgrades de consoles vendam bem, sem polêmica, deixando a revolta e crítica para os fóruns online e vídeos de youtube. É por isso que eu acho precipitada toda essa discussão se vai ser bom ou ruim "para a indústria". Hoje você já pode dizer se será bom ou ruim para você, mas para a indústria como um todo nós vamos ter que esperar mais 1,5 anos para saber ao certo.

Eu não diria que sou entusiasta da discussão de Tflops, mas certamente gosto de pesquisar, e quando sou indagado, sugerir hardware para quem tem interesse. Eu inclusive evito falar sobre essas coisas na seção de VGs pois aqui muitos membros estão mais interessados em defender o seu campo independente dos fatos. Eu gosto de discutir de um ponto de vista acadêmico, de ver as melhoras e avanços das novas tecnologias, de saber das diferenças entre AMD e Intel, AMD e NVidia, iOS e Android, não tenho muito interesse em ficar gastando teclado para discutir falácias de "mídia Sonysta", "console X é melhor que Y" e etc. Tanto é que eu nem participo mais em tópicos sobre esses assuntos, eu entrei nesse para falar de novas IPs, e só. Eu honestamente nem entendo porque vocês discutem isso aqui, sempre dá briga.
 

Johannes

Guerreiro
Novembro 11, 2006
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Jogos AAA são blockbusters. Da mesma forma que é muito difícil ver um filme de arte de grande orçamento é ver um jogo com forte apelo artístico com orçamento de 30, 40, 50 milhões de dólares. Mas o importante é que eles existem. Há 20 anos atrás jogos como Braid, Tomas was alone, Journey, Flower, Unfinished Swan e Limbo teriam dificuldade em levantar dinheiro quanto mais serem publicados. Okami talvez seja um dos jogos com uma pegada "artística" mais antigo, e ele tem apenas 10 anos. Em outras fronteiras jogos evoluíram assustadoramente, tirando o óbvio pulo em gráficos, em áreas como gameplay, narrativa, design de níveis. É claro que isso não é uma regra. Mesmo hoje não faltam exemplos de jogos com história, gameplay e mecânicas ruins. Como você bem colocou existem os "super" estúdios. Àqueles que não vão com a maré, mas sim, que determinam para onde a indústria se moverá como um todo, os visionários. Mas essa é a realidade de essencialmente todos os negócios humanos. Você não encontra uma indústria onde 100% dos seus componentes tem excelência superior. Você encontra os líderes (que sempre é um grupo pequeno), os medianos (que formam o grosso da indústria) e os ruins. Essa é a regra para toda atividade econômica humana, e não há qualquer razão para VGs serem uma exceção.

Quanto ao lance dos novos consoles, é difícil dizer como eles serão recebidos "de fato" pelo público e como isso afetará as vendas deles, dos antigos e da indústria como um todo. Muita gente criticou o XB1 S, falando que era imbecil porque o Scorpio chega daqui 1 ano, que era estúpido, que ninguém iria comprar e etc, foi motivo de piada no twitter, facebook e instagram durante todo o mês da E3, e pelo 3º mês seguido é ele o principal responsável pela alavancada de vendas do Xbox. Nós já sabemos muito bem o que a parcela mais vocal e ativa dos gamers pensam do Pro e do Scorpio, mas não sabemos o que o público em geral e o mercado pensam. Da mesma forma que o XB1 S, no final das contas, talvez os upgrades de consoles vendam bem, sem polêmica, deixando a revolta e crítica para os fóruns online e vídeos de youtube. É por isso que eu acho precipitada toda essa discussão se vai ser bom ou ruim "para a indústria". Hoje você já pode dizer se será bom ou ruim para você, mas para a indústria como um todo nós vamos ter que esperar mais 1,5 anos para saber ao certo.

Eu não diria que sou entusiasta da discussão de Tflops, mas certamente gosto de pesquisar, e quando sou indagado, sugerir hardware para quem tem interesse. Eu inclusive evito falar sobre essas coisas na seção de VGs pois aqui muitos membros estão mais interessados em defender o seu campo independente dos fatos. Eu gosto de discutir de um ponto de vista acadêmico, de ver as melhoras e avanços das novas tecnologias, de saber das diferenças entre AMD e Intel, AMD e NVidia, iOS e Android, não tenho muito interesse em ficar gastando teclado para discutir falácias de "mídia Sonysta", "console X é melhor que Y" e etc. Tanto é que eu nem participo mais em tópicos sobre esses assuntos, eu entrei nesse para falar de novas IPs, e só. Eu honestamente nem entendo porque vocês discutem isso aqui, sempre dá briga.

Eu definitivamente não participo de discussões de console wars. Acho isso de uma irrelevância sem tamanho. Nem pra rir serve.

Falo apenas de jogos AAA porque são eles que movem essa indústria. Infelizmente os indies ainda estão bem longe de conquistar a mesma projeção e retorno financeiro, se é que um dia conseguirão. São importantes sem dúvida e têm funcionado como uma reserva de inovações e evolução artística, mas há limites claros. NMS está aí pra mostrar o que um indie pode conseguir quanto tenta assumir cara de AAA de uma forma desonesta e desastrada.

O que eu quis dizer é que o único amadurecimento desse setor tem sido em novos meios de ganhar mais dinheiro. É uma indústria que se move em ondas bem fáceis de identificar, mas sempre mais focada no que pode conquistar o número mágico acima dos 10 milhões de unidades vendidas. Atualmente estamos na onda dos jogos de mundo aberto e jogos focados em online e microtransações. Já tivemos a onda dos FPSs, dos TPSs, etc. Hoje vejo várias produtoras desesperadas por uma fórmula mágica estilo MOBA ou MMO que lhes garanta milhões em microtransações. O avanço artístico fica em terceiro plano nesses casos.

Até mesmo o avanço tecnológico é bem discutível. Eu seria o primeiro a pedir melhores consoles capazes de rodar IAs mais complexas, física apurada e realista, jogos que simulem a passagem do tempo, etc. No entanto, tudo o que tenho visto com novos consoles é a discussão obsessiva por mais gráficos, melhor resolução, mais flops, mais FPSs... Não é nada animador e passa longe do que a indústria deveria estar tentando alcançar. Será mesmo que a esmagadora maioria do público quer melhores gráficos?

Dando exemplos práticos basta pegar jogos como Half-Life que em 1998! já tinha uma IA melhor que boa parte dos jogos atuais e desde então pouca evolução se viu nesse aspecto. Half-Life 2 e Crysis 1, como outro exemplo, tinham uma física muito realista que você simplesmente não encontra nos jogos atuais. Pra estúdios e publishers mais do mesmo é melhor e mais barato tentar atrair mostrando gráficos melhores, o resto pode ficar em segundo plano. Parece que essa mentalidade está tomando Sony e MS na corrida com novos consoles.

Sim é cedo pra saber no que isso vai resultar, mas é fato que os consoles estão perdendo mais e mais pontos positivos como a boa e velha conveniência, em troca de se tornarem PCs medianos sem conseguir, no entanto, oferecer as mesmas vantagens que verdadeiros PCs têm hoje. Creio que uma mudança de foco e mentalidade seria muito bem vinda nessa indústria.
 

Marcus_007

Guerreiro
Fevereiro 1, 2010
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@Johannes No Man Sky foi uma infelicidade. O desastre não tem relação alguma com o fato deles serem indies, mas sim pela má comunicação, ocultação e promessas exageradas não cumpridas. O caso deles lembra exatamente, sem tirar nem por, o de outros jogos AAA como Brütal Legends, Daikatana, Secret World e APB, jogos de 30, 50 e 100 milhões de dólares que prometeram mundos e acabaram entregando algo bem aquém, ou completamente diferente, do que prometeram.

Mas deixando isso de lado, penso que já passados da febre "capitalista selvagem" do MP obrigatório em todos os jogos SP e microtransações invasivas em jogos SP. Isso realmente foi a regra entre 2010 e 2013, mas hoje não estamos na mesma situação. Não que isso tenha sumido completamente mas atualmente a maior parte das microtransações são completamente cosméticas e opcionais, e mesmo os jogos SP que ainda mantêm (ou já tiveram) MP, reafirmaram seu compromisso com SP de qualidade. Caso de Tomb Raider ou Uncharted, mas mais importante do que isso, na maioria dos casos a adição de MP não feriu o SP e ainda produziu uma experiência divertida para muitos que buscam isso em particular. Eu não joguei o MP de Mass Effect 3, mas conheço muita gente que jogou e se divertiu horrores. Mesmo caso de Uncharted 2, Red Dead Redemption ou Tomb Raider. E todos estes são jogos excelentes. Claro que tem os exemplos ruins como AC Unity onde você tinha que ou pagar grana real ou jogar um app chato da ubisoft para abrir metade dos baús do jogo (algo que foi liberado para todo mundo depois de 2 meses de críticas pesadíssimas), ou Dead Space 3 com microtransações dentro do modo SP, o que foi absolutamente inaceitável e um dos motivos (junto com a guinada pesada para ação ao invés de survival horror) que causou a morte da franquia. Mas hoje em dia eu diria que tanto MP (em jogos SP) quanto microtransações, são bem administrados e oferecidos para quem quiser, e se isso não atrapalhar o SP (e não tem atrapalhado) e ainda der a grana extra para o estúdio, eu não tenho problemas com isso.

Gráficos sempre serão uma das coisas mais importantes em VGs, assim como no PC. Eu sei que às vezes é frustrante, que gostaríamos de ver evoluções maiores em outras áreas, mas essa é a "natureza da besta" e não tem como mudar. E se formos bem honestos, gráficos está sempre entre os 3 mais importantes aspectos de um jogo para a vasta, esmagadora, quase universal, maioria dos jogadores. Todo mundo gosta de falar que gráficos não são importantes, mas se um jogo não tem o "visual esperado", principalmente se for AAA, é um shitstorm sem fim em fóruns, twitter, youtube etc. Neste exato mesmo fórum, há 2-3 meses atrás, várias dezenas (ou até mesmo uma centena) de pessoas expressaram preocupação, revolta, crítica e chateação sobre qual jogo nós estaríamos vendo "de verdade" em trailers e demos de E3 quando o Scorpio e PS4 Pro já estiverem no mercado. Inclusive esse é o ponto central de todo o debate entre consoles vanilla e consoles tunados. Boa parte de quem já tem seu console vanilla se sente traído e deixado para trás, trocado por um outro console que "em teoria" vai entregar um jogo melhor, mais bonito, com performance superior etc. Então as pessoas sempre falam que gráficos não são importantes, ou ao menos não são tão importantes, mas elas certamente são bem vocais quando acham que estão "perdendo" nesta categoria. O que nos leva ao cerne da cultura de console war, que é, e sempre foi, o meu console é melhor que o seu, e mais recentemente o "resolution gate". E dai se boa parte dos jogos do XB1 ainda rodam em 900p enquanto o PS4 roda em Full HD, os donos do outro console não tem acesso ao jogo do mesmo jeito? Sim, o PS4 ainda tem uma vantagem em sombras e resolução mesmo em jogos lançados hoje, mas tem diminuído bastante e em muitos casos atuais as vantagens são tão sutis que só se colocar ambos rodando lado a lado você vai conseguir observar a diferença e mesmo assim as pessoas brigam, discutem. Então é algo difícil de corrigir, porque por um lado se fala que gráficos não é o mais importante, mas por outro as pessoas gastam muita energia reclamando sobre eles. Tenta ver isso pelo prisma dos estúdios: ou as pessoas estão brigando porque seu console não tem a mesma resolução e gráficos do concorrente, ou estão brigando porque o novo jogo deles não tem os mesmos gráficos de outros jogos semelhantes na mesma geração, ou que o jogo na geração passada de console não é tão bonito quanto o da geração nova, ou recebendo comentários que seu jogo nem parece jogo de PS4/XB1 mas sim PS3/X360...
 
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